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Margem: Cartografia de Gênero, plataforma reúne pesquisas sobre gênero, feminismos e dissidências na UFMA

publicado: 23/07/2025 17h05, última modificação: 23/07/2025 17h18
Margem: Cartografia de Gênero, plataforma reúne pesquisas sobre gênero, feminismos e dissidências na UFMA

O curso de Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Câmpus São Luís, lançou, nessa segunda-feira, 21, a plataforma “Margem: Cartografia de Gênero”, uma ação coletiva que une pesquisa, extensão e linguagem para dar visibilidade a grupos e projetos que atuam nos estudos de gênero, feminismos e identidades dissidentes. O evento, realizado no miniauditório do CCSo, celebrou a potência das margens como espaços de criação e resistência.

A plataforma é fruto da disciplina Teorias da Linguagem, ministrada pela professora Gisa Carvalho, em articulação com o Grupo de Estudos em Tradição e Memória (EsTreMa). Segundo a docente, a proposta surgiu como uma forma de “traduzir academicamente” a produção científica para além dos muros da Universidade. “O objetivo dessa plataforma é divulgar os trabalhos de grupos de pesquisa que muitas vezes ficam invisibilizados. É uma maneira de tornar acessível para a sociedade aquilo que está sendo produzido aqui dentro da UFMA, especialmente, na temática de gênero”, afirmou Gisa.

A plataforma reúne sete grupos de pesquisa da UFMA, cada um com abordagens distintas sobre o gênero, da saúde à educação, do meio ambiente à memória. O estudante Bruno Goulart, responsável pela programação do site do Laboratório Experimental de Jornalismo (Laborejo), explica que os eixos temáticos foram fundamentais para estruturar os conteúdos. “Nós percebemos intersecções entre os grupos. Muitos estudam gênero, mas também abordam temas como saúde e meio ambiente. A ideia da plataforma é justamente reunir essas conexões e facilitar o acesso à pesquisa feita na Universidade”.

Além de facilitar a busca por informações sobre os grupos, a plataforma permite que outros coletivos e movimentos sociais se somem à iniciativa no futuro, ampliando o alcance e a diversidade de vozes. A identidade visual da plataforma foi desenvolvida por Nicole Corrêa, também aluna da disciplina Teorias da Linguagem. Ela e sua equipe adotaram uma abordagem fundamentada no Grupo de Gênero, Memória e Identidade (GENI). “A gente percebeu que muitos grupos ainda não tinham presença digital estruturada. Desenvolver materiais visuais, logotipos e propostas de redes sociais foi uma forma de dar visibilidade a essas pesquisas que, mesmo com impacto social tão grande, ainda vivem à margem do digital”, contou Nicole.

Durante o evento, representantes de grupos parceiros como o Núcleo de Estudos e Percebos Ambientais (NEPA) também participaram. A professora Márita Ribeiro, coordenadora do núcleo, destacou a importância de articular os dados coletados com políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. “Trabalhamos com dados secundários do SINAN e da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão. Mapeamos os territórios da violência de gênero e queremos que esse mapeamento dialogue com políticas públicas. Iniciativas como essa plataforma ajudam muito nesse processo de visibilização”, afirmou.

A iniciativa de “Margem: Cartografia de Gênero” articula ensino, pesquisa e extensão. Os estudantes foram responsáveis por entrevistar os grupos, levantar informações, propor melhorias comunicacionais e criar conteúdo para redes sociais.

Para a professora Gisa Carvalho, o projeto também é um convite à escuta e ao reconhecimento. “Queremos que quem acesse a plataforma perceba que há muita produção relevante acontecendo, que há pessoas pensando, pesquisando, atuando. Que as margens, longe de serem ausências, são presenças potentes e criativas.”

A plataforma está em processo de ampliação e promete ser um importante repositório de saberes críticos, um lugar onde diferentes vozes se encontram para deslocar o centro e costurar novas possibilidades de existência.

Acesse a plataforma no site do Laborejo. 

Por: Maria Clara Botentuit

Produção: Ingrid Trindade

Fotos: Maria Clara Botentuit

Revisão: Jáder Cavalcante

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