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Live aberta ao público promovida pelo curso de Medicina do Câmpus São Luís discute hoje, 6, a partir das 20h, sobre a Síndrome Guillain-Barré e a importância do diagnóstico precoce

publicado: 06/05/2022 13h55, última modificação: 08/05/2022 20h46

Será realizada, nesta sexta-feira, 6, com início às 20h, a live “Síndrome Guillain-Barré: diagnóstico tardio como barreira ao prognóstico favorável”, com transmissão no Google Meet. A ação faz parte de um dos módulos do curso de Medicina do Câmpus São Luís e contará com a participação da professora Nelmar Mendes. O objetivo é chamar atenção à doença e possibilitar que os profissionais da saúde, de modo geral, tenham um olhar mais apurado e evitar o diagnóstico tardio.

Na aula expositiva, será explicado que a síndrome, por ser considerada rara, contribui para que os profissionais da saúde não tenham muito contato acadêmico e dados sobre ela. O outro motivo que levou a escolha do tema foi por motivação de Guilherme Barros Fonseca (foto), aluno do 3° período de Medicina. Ele foi acometido pela Síndrome Guillain-Barré em janeiro de 2022 e demorou um mês até descobrir o diagnóstico. Atualmente, ele segue com o procedimento.

“Como demorei um tempo para conseguir a ajuda adequada, eu perdi a ‘melhor janela’ para iniciar o tratamento, tanto que eu ainda não estou curado. Fiquei internado duas vezes e agora aguardo a resposta dos médicos para saber se vou me internar novamente para tomar medicação, que precisa ser feita na UTI. Nesse meio tempo, sigo fazendo fisioterapia para recuperar os movimentos dos membros”, pontou.

Guilherme contou que, em um primeiro momento, perdeu a sensibilidade nas pernas. Depois, começou a ter fadiga nos músculos e, por último, chegou a perder os movimentos. Ele afirma que mancava, não conseguia mexer os dedos dos pés e não conseguia manter o equilíbrio. Após o acometimento das pernas, a síndrome começou a se manifestar nas mãos, e foi perdendo os movimentos e a força nelas.

A professora Nelmar Mendes (foto abaixo) explicou que a patologia é desencadeada após uma infecção viral ou bacteriana e que, por esse motivo, acarreta que o próprio sistema imune ataque o corpo. Por isso o diagnóstico clínico precoce é necessário para obter os melhores resultados. “Um evento como esse abre discussão para que possamos evidenciar os últimos achados na comunidade acadêmica e aproximar os alunos para essa realidade. A síndrome é rara, mas vem obtendo evidência nos últimos anos. Tivemos casos apontados após o surto de zika vírus, em 2015”, minuciou.

Guilherme compartilha da mesma visão. Fatores como quanto a doença avançou, a rapidez do tratamento adequado, a reação do organismo e a fisioterapia interferem na recuperação do paciente, por isso a importância da discussão do tema. “Uma das dificuldades que eu tive é que, no começo, nenhum médico ou enfermeiro soube me encaminhar para onde eu deveria ir. Ninguém conseguiu identificar ‘de primeira’. Fiz vários exames e ninguém descobriu nada”, afirmou.

A live de hoje será aberta a perguntas e debates. Sem necessidade de inscrição prévia, o público em geral pode participar por meio do Google Meet.

Por: João Meireles

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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