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Inteligência Artificial e Metodologias Ativas foi tema da Formação Pedagógica 2025.2 da UFMA Imperatriz

publicado: 19/09/2025 16h18, última modificação: 19/09/2025 16h18
Inteligência Artificial e Metodologias Ativas foi tema da Formação Pedagógica 2025.2 da UFMA Imperatriz

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Câmpus Imperatriz, realizou na terça-feira, 16 de setembro de 2025, a Formação Pedagógica 2025.2, evento voltado para docentes e técnicos administrativos da instituição para dar início ao semestre letivo. A atividade ocorreu na Unidade Prof. José Batista (Centro), com a mesa-redonda “Inteligência Artificial e Metodologias Ativas: Transformando o Ensino e a Aprendizagem”.

Ministrado pelos pesquisadores Patrick Assunção Mourão (Instituto Federal do Tocantins – IFTO) e Késsia Mileny de Paulo Moura (UFMA) e mediado por Jaciara da Silva Arruda, o encontro promoveu discussões relevantes sobre os impactos da inteligência artificial e das metodologias ativas no cenário educacional contemporâneo.

Na avaliação de Patrick Mourão, o desafio central não está no uso da inteligência artificial pelos alunos, mas em como o docente estrutura estratégias pedagógicas para validar o conhecimento adquirido. “O ponto-chave não é o aluno não utilizar, é o aluno saber como utilizar e o professor estabelecer no plano de trabalho dele essas estratégias e um sistema de validação que seja eficiente”.

Para o docente, recorrer a ferramentas como o Chat GPT não deve ser encarado como fraude em si, mas como um reflexo da busca por otimização do tempo diante das múltiplas demandas acadêmicas e pessoais. Nesse sentido, defendeu que o papel do professor é repensar as metodologias, criando mecanismos de verificação que garantam a assimilação dos conteúdos, sem ignorar que “todos os alunos usam, professores usam e devem usar, só que têm que usar da forma correta”.

Em sua fala, a professora Késsia Mileny abordou o conceito, o histórico e as características da inteligência artificial, destacando possibilidades de uso na educação a partir de revisões de literatura que tem realizado sobre o tema. Para ela, a IA representa um campo de grandes potencialidades, mas também de problematizações, exigindo sempre cautela e reflexões sobre seu impacto no processo de ensino-aprendizagem. “A facilidade que a inteligência artificial traz em suas propostas e em suas funcionalidades para estruturar um texto rapidamente pode causar prejuízos cognitivos, inclusive para alunos e também para professores”, alertou a docente.

Nesse sentido, enfatizou a importância de ponderar o uso da tecnologia em diferentes contextos e apontou que instituições de ensino superior já têm buscado delimitar parâmetros para seu uso, estabelecendo limites claros entre a utilização legítima e as práticas que comprometem a pesquisa científica e a produção acadêmica.

As falas dos professores Patrick Assunção Mourão e Késsia Mileny de Paulo Moura convergiram na ideia de que a inteligência artificial deve ser compreendida como uma ferramenta de apoio ao ensino, nunca como substituto do processo formativo. Ambos defenderam a importância de atualizar práticas docentes, estimular o senso crítico dos estudantes e estabelecer parâmetros claros para o uso das tecnologias. Dessa forma, a inteligência artificial pode deixar de ser uma ameaça e tornar-se um recurso estratégico para transformar o ensino e a aprendizagem em diferentes níveis de formação.

A Formação Pedagógica 2025.2 mostrou-se especialmente proveitosa para os docentes de todos os cursos da UFMA Imperatriz, ao proporcionar um espaço de reflexão, troca de experiências e atualização sobre práticas pedagógicas inovadoras. A diversidade de áreas representadas no evento evidenciou o compromisso da universidade com a formação continuada e com a promoção de um ensino superior de qualidade, alinhado às exigências do século XXI.

Segundo a comissão organizadora da Direção do Centro de Ciências de Imperatriz (CCIM), a iniciativa teve como objetivo fortalecer os vínculos da comunidade acadêmica, incentivando a adoção de estratégias que tornem a sala de aula mais dinâmica, colaborativa e centrada no protagonismo estudantil. O evento integra a agenda de atividades do Centro e reafirma a importância do diálogo entre tecnologia, inovação e práticas pedagógicas transformadoras.

Por: Rosiane Stefane e Naomi Dafine

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