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Inclusão de prótese na tabela do SUS permite avanços na área da Hemodinâmica do HU-UFMA

publicado: 09/08/2024 12h53, última modificação: 09/08/2024 13h05
Paciente que passou pelo primeiro procedimento minimamente invasivo após essa inserção se recupera bem
Inclusão de prótese na tabela do SUS permite avanços na área da Hemodinâmica do HU-UFMA

O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), conseguiu mais um marco na história do hospital: realizou técnica cardiológica minimamente invasiva, o implante percutâneo de válvula aórtica (TAVI), após a inclusão da técnica na Tabela de Procedimento, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com isso, torna-se o primeiro hospital público do estado a realizá-lo dentro desse contexto e está entre os três hospitais da Rede Ebserh habilitados pela Portaria GM/MS Nº 3.414, de 9 de abril de 2024. Os demais são: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) e do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU).

O procedimento foi realizado em uma idosa de 83 anos, nessa segunda-feira, 5, no Laboratório de Hemodinâmica conduzida pelos médicos cardiologistas intervencionistas Nilton Santana e Mauro Fonseca. A paciente apresentava uma doença chamada estenose aórtica, que acomete, predominantemente, pessoas idosas e compromete, de forma extrema, a função do coração. Nilton Santana explica que os pacientes podem ter falta de ar, palpitações, dor precordial, desmaios e até mesmo morte súbita.

Segundo o especialista, o tratamento até alguns anos atrás era feito exclusivamente por meio da cirurgia cardíaca tradicional com abertura do tórax, na qual se precisa parar o coração, passar a circulação para um aparelho (uma bomba) e abrir o coração para trocar a válvula defeituosa e fazer o implante da nova válvula diretamente. “A TAVI foi desenvolvida de forma que dispensa a cirurgia. É um procedimento feito por meio de cateterismo por acesso da região inguinal, que chamamos de acesso femoral, através apenas de uma incisão na virilha. Essa válvula é levada através da aorta e implantada no coração bem no ponto onde existe a outra válvula deficiente”, pontua.

É um procedimento que dura em média de 60 a 90 minutos, feito sob anestesia geral ou, em alguns casos, apenas sedação. O paciente fica entre 24h e 72h no hospital e logo depois já recebe alta, com todas as funções mantidas. “Por ser minimamente invasivo, logo que termina o procedimento, o paciente já acorda. O tempo de recuperação é curtíssimo. Quando o paciente sai do hospital, está praticamente 100% recuperado, podendo reassumir as suas funções dentro de oito dias após o procedimento. Ao contrário disso, a cirurgia tradicional demora cerca de dois meses para parar de doer a cicatriz”, reforça.

Entretanto é preciso esclarecer quais os critérios para a escolha da técnica que será utilizada no tratamento da estenose aórtica. Nilton Santana reforça que a população alvo são idosos acima de 75 anos, pois apresentam maior risco cirúrgico, em que há possibilidade de complicações e sequelas com a cirurgia cardíaca tradicional.  Além disso, há também o grupo para o qual a cirurgia já está contraindicada devido a outros problemas do paciente. “A técnica do TAVI permite que pessoas que antes não poderiam ser tratadas e eram apenas mantidas com medicamentos que não resolviam o problema tenham a oportunidade de ter uma melhor qualidade de vida”, ressalta o médico.

O HU-UFMA já tinha realizado outros procedimentos de TAVI, mas foram casos com autorizações especiais por meio da Justiça. O diferencial agora é que a prótese utilizada no procedimento foi incluída na tabela do SUS pela Portaria mencionada no início da matéria.

Além dos benefícios para a sociedade, o ganho também é para a formação profissional. “Os estudantes e residentes do hospital terão a oportunidade de acompanhar esses pacientes, de assistirem ao procedimento e participarem das discussões de indicação do tratamento. Deixa de ser apenas uma coisa que eles veem na teoria e passam a ter uma visão prática do procedimento, que é moderno, eficaz e muda a vida de muitos pacientes”, acrescenta.

A superintendente do HU-UFMA, Joyce Santos Lages, destaca o papel do hospital dentro do estado em que está inserido e parabeniza o envolvimento de todos por mais essa conquista. “Somos o maior hospital formador de recursos humanos do estado e temos um orgulho enorme de poder buscar, cada vez mais, novas formas de oportunizar à nossa população um tratamento digno, assim como proporcionar aos nossos alunos a oportunidade de uma formação cada vez mais qualificada. É um grande avanço, e estamos muito felizes pelo empenho de cada um que contribuiu para que esse desejo se tornasse realidade”, finaliza.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por: HU-UFMA

Revisão: Jáder Cavalcante

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