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II Seminário de Bibliotecas Escolares do Maranhão discute a relação poder público e as bibliotecas das escolas públicas na 16ª Felis

publicado: 18/10/2023 13h46, última modificação: 18/10/2023 22h57
II Seminário de Bibliotecas Escolares do Maranhão discute a relação poder público e as bibliotecas das escolas públicas na 16ª

O Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e o Conselho Regional de Biblioteconomia - 13ª Região deram abertura, nessa quarta-feira, 18, à programação do II Seminário de Bibliotecas Escolares do Maranhão (Sebe). O evento compõe a programação da 16ª Feira de Livros de São Luís (Felis) e traz, nessa edição, a temática “Políticas Públicas para Bibliotecas Escolares - Articulação para o fortalecimento da educação com qualidade social”, dando foco às ações do poder público com relação às bibliotecas das escolas públicas no Brasil e no Maranhão.

A professora Leoneide Maria Brito Martins, docente do Departamento de Biblioteconomia do Câmpus São Luís e uma das organizadoras do seminário, expõe que, na sua segunda edição, o Seminário retoma o debate acerca da articulação política em torno das políticas públicas no campo das bibliotecas escolares. “ Nós temos uma lei federal, número 12.444, de 2010, que estabelece que todas as instituições de ensino, tanto da rede pública como da privada, devem dispor de uma biblioteca com bibliotecário. Porém sabemos que é uma lei que não vingou até o momento, por isso devemos ampliar a cada dia essa discussão junto ao poder público e todos os segmentos da sociedade civil para que possamos articular estratégias para fazer com que essa lei seja efetivada”, explica.

A presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia da 13ª região, Michelle Pinto, descreve que o evento este ano é realizado na 16ª Felis como uma forma de chamar a atenção de educadores, gestores, bibliotecários e sociedade civil em geral, para a pauta debatida no cerne do evento. “Há pesquisas que colocam a biblioteca escolar como um item essencial na formação escolar e humana dos jovens, nesse sentido, o evento marca a culminância de diversas ações em prol dos livros e das bibliotecas”, pontua.

Além disso a presidente destacou a importância da mesa-redonda a ser realizada amanhã,19, recebendo Nadja Cezar Ianzer Rodrigues, coordenadora geral dos Programas do Livro (CGPLI), em que serão expostas novas ações e avanços em nível de planejamento da união em relação ao tema.

II Seminário de Bibliotecas Escolares do Maranhão na 16° Feira do Livro de São Luís

 

Mary Ferreira, professora do Departamento de Biblioteconomia e responsável pela mediação da mesa-redonda titulada “Perspectivas das Bibliotecas Escolares no Maranhão: o legal, o real e o possível”, que discutiu as possibilidades e a viabilidade da implementação da lei em questão, afirma que o seminário marca o fortalecimento do debate sobre as bibliotecas escolares, mas também instiga a discussão sobre os indicadores de educação no estado. “Nós sabemos que o Maranhão continua nos últimos patamares no que se refere aos indicadores de educação. Os alunos estão com um déficit de aprendizagem muito elevado, e nós consideramos que as bibliotecas têm um papel extremamente importante no sentido de minimizar esse problema, e ampliar as possibilidades dos alunos de constituir-se como pesquisadores, como estudantes efetivamente orgânicos”, analisa. 

Além disso, Mary Ferreira é organizadora da obra “Bibliotecas, Livros e Leituras no Maranhão: Políticas públicas para pensar uma sociedade leitora e cidadã”, que analisou, nos anos de 2014 a 2016 as bibliotecas escolares na rede pública do município de São Luís. Durante a pesquisa, percebeu que mais de 90% das escolas de São Luís não contam com bibliotecários, além de possuírem espaço de leitura precário. “O que incide no processo de pouca informação, pouco conhecimento, o que vai atingir diretamente nos indicadores de leitura. A pesquisa também traz questões que considero extremamente complexas e emblemáticas, como o fato de que 30% do público pesquisado — professores e técnicos administrativos — não consideram a biblioteca como um espaço relevante da escola. Então, isso denota a falta de valoração do ambiente por parte do público”, finaliza.

 

Por: Juan Terra

Fotos: Karla Costa e Breno Garcia

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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