HU-UFMA celebra 25 anos do primeiro transplante de rim no Maranhão

O Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, nessa sexta-feira, 28, uma programação especial em comemoração aos 25 anos do primeiro transplante renal no Maranhão. O evento celebrou esse marco histórico da medicina no estado e destacou a evolução dos transplantes renais na região.

O HU-UFMA foi pioneiro na realização de transplantes no Maranhão, iniciando os procedimentos em 2000 com doadores vivos e, em 2005, com doadores falecidos. Atualmente, o hospital já ultrapassou a marca de 800 transplantes renais realizados.

Cláudio Muniz Neto, primeiro paciente transplantado, em 18 de março de 2000, hoje com 74 anos, expressou sua gratidão e alegria pela nova chance de vida. “Sou muito grato e feliz por tudo o que essa equipe fez por mim. Minha vida mudou muito depois do transplante. Nasci de novo. O transplante foi o maior presente que eu poderia receber na vida”. Ele recebeu o rim de seu irmão, José Raimundo Ferreira Muniz, cuja coragem e generosidade foram essenciais para o sucesso do procedimento.

O evento comemorativo ocorreu no auditório central da Unidade Presidente Dutra e reuniu gestores, profissionais de saúde, pacientes e convidados. A programação contou com a participação do renomado nefrologista José Osmar Medina, que ministrou uma palestra especial sobre a história e os avanços dos transplantes renais no Brasil.

O assessor institucional da UFMA e então diretor-geral do HU-UFMA à época do primeiro transplante, Natalino Salgado Filho, representou os homenageados na solenidade. Ele relembrou a implantação e estruturação da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNDO), fundamental para viabilizar os transplantes, e ressaltou a importância do trabalho coletivo de todos os envolvidos. “Conseguimos vencer! Todos nós somos vencedores! Isso só foi possível graças ao trabalho coletivo. Quando celebramos os 25 anos dos transplantes renais, celebramos também a arte e a vida. Esse feito não se resume a números ou estatísticas, mas a uma jornada de fé e dedicação, que atravessou anos e transformou vidas”.

A superintendente do HU-UFMA, Joyce Santos Lages, destacou que a concretização desse avanço só foi possível devido à luta dos profissionais e à conscientização da população. “Agradeço a todas as famílias que, em momentos difíceis, transformaram sua dor em um ato de amor por meio da doação. É por elas que estamos aqui. Minha gratidão também se estende a todos os profissionais que trabalham incansavelmente para garantir uma assistência de qualidade”.

O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, enviou um vídeo em que destacou a importância dessa conquista para a Universidade e para a saúde pública. “Na Universidade Federal do Maranhão, realizam-se transplantes de qualidade, com toda a tecnologia necessária. Quero que vocês tenham certeza de que contam com o irrestrito apoio da Ebserh, do Ministério da Educação e do Governo Federal para continuar essa missão. Além de cuidar das pessoas com doença renal crônica, vocês estão formando os futuros profissionais de saúde que atuarão nessa área tão essencial”.

Para que os maranhenses tivessem acesso a esse procedimento inovador, foram necessários grandes investimentos nos dois anos que antecederam o primeiro transplante. Isso resultou na reestruturação de diversos setores do hospital e no treinamento da equipe multiprofissional em grandes centros do país, como a Escola Paulista de Medicina.

O diretor superintendente do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo, José Osmar Medina, ressaltou o diferencial do HU-UFMA. “Quase todos os transplantes do Maranhão são de doador falecido. Representa o maior percentual desse tipo de doação do país todo. No ano passado, houve 62 transplantes, e apenas dois de doador vivo, o que é uma situação excepcional. Quero parabenizar vocês pelo trabalho e por essa peculiaridade de terem se concentrado no transplante de doador falecido, para que seja modelo em todo o país. No nosso serviço, 80% também é com o doador falecido, mas vocês alcançaram uma fração muito maior do que a nossa. Parabéns a todos por essa história”.

Durante o evento, foram realizadas homenagens a 48 profissionais e representantes de instituições parceiras que contribuíram significativamente para a área, com a entrega de certificados e esculturas produzidas pela artista plástica Marlene Barros.

A celebração não apenas marcou o pioneirismo do primeiro transplante renal no Maranhão, mas também reforçou a importância da inovação e da formação profissional na medicina transplantadora. Estiveram presentes na solenidade o vice-reitor da UFMA, Leonardo Soares; o coordenador da Central Estadual de Transplantes do Maranhão, Hiago Bastos; e o representante da Academia Maranhense de Medicina e do Conselho Regional de Medicina, José de Ribamar Calixto.

Sobre a Ebserh

O HU-UFMA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por: HU-UFMA

Foto: Merval Filho

Revisão: Jáder Cavalcante