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Grupo de Pesquisa ETC realiza exposição "Seres: o amor tece o amanhã" no Palácio Gentil Braga
Na tarde dessa segunda-feira, 20, o Palacete Gentil Braga recebeu a abertura da exposição “Seres: o amor tece o amanhã”, realizada pelo discentes do Grupo de Pesquisa ETC, do curso de Comunicação Social do Câmpus São Luís. A mostra é a continuação do trabalho realizado inicialmente por uma das pesquisadoras do projeto, Isys Cristina Basola. O texto pauta o racismo algorítmico e serviu como motivação para ensaio fotográfico, com o qual foi montada a exposição.
O artigo intitulado "Racismo e Algoritmo", publicado na plataforma Medium em janeiro deste ano, aborda e ilustra o conceito de "Racismo e Algoritmo", enquanto o ensaio fotográfico emerge como uma proposta alternativa para desafiar estruturas racistas, como explica Isys. “No texto eu trouxe algumas alternativas para tentarmos contornar essa forma de racismo, porém, até aquele momento, ainda não havia pensado na possibilidade de veicular uma exposição como essa. Com apoio dos membros do projeto chegamos até esse momento”, revela.
Sylmara Durans, pesquisadora do projeto e responsável pela organização do ensaio, conta que o grupo, a partir das discussões acerca do texto, começou a pensar em ideias para a veiculação do conteúdo para o público, incitando dessa forma o debate acerca do tema. “Nós utilizamos a fotografia como recurso para sensibilizar as pessoas sobre a temática, mas também para construir imagens que pudessem, de alguma maneira, contrariar a lógica racista que também está presente nos algoritmos.“Hoje damos esse passo de trazer esse ensaio, que teve inicialmente uma proposta de ser digital, mas decidimos por sair das plataformas on-line para vir para um espaço físico. Acreditamos que o racismo que está presente nos algoritmos é o racismo que está presente na sociedade de maneira geral, então a gente promover esse encontro, ao meu ver, aumenta a possibilidade de sensibilizá-las sobre a temática que a gente está discutindo, numa data tão importante que é o Dia da Consciência Negra”, analisa.
O ensaio reuniu oito modelos e cinco fotógrafos na Praia do Mangue Seco, em São Luís. A ideia era também que, mais do que retratar, do ponto de vista do resultado, que essas fotos pudessem expressar o sentimento de amor, de ternura, de amizade, de cuidado. Gabriel Jansen, fotógrafo e estudante de Comunicação Social, conta que o processo foi bastante enriquecedor. “Todos tivemos a oportunidade de nos conectar com outras pessoas, fotógrafos, modelos e mesmo espaço por meio da fotografia, além de abordar um tema tão relevante para nosso tempo, que é como a afetividade das pessoas pretas se demonstram e são postas nas imagens que nós, não só fotografos, mas pessoas no geral, produzimos”, expôs.
O coordenador do grupo, professor Ramon Bezerra, conta estar muito feliz com a exposição, pois, desde seu início, o projeto investe em um modelo de gestão descentralizado. “Todos os estudantes têm uma temática a qual eles podem se dedicar, como economia do cuidado, geografias da comunicação, questões étnico-raciais, empreendedorismo, dentre várias outras. Essa exposição foi uma iniciativa dos estudantes e o meu papel foi apenas de orientar esse processo. Essa exposição evidencia como o trabalho dessa equipe é valioso e o esforço deles”, expressou.
A exposição ficará disponivel no Palacete até o dia 30 de novembro, com horário de visita das 8h às 18h.
Por: Juan Terra
Fotos: Juan Terra