Grupo de Pesquisa em Economia desenvolve ações para famílias de trabalhadores rurais

Os trabalhadores rurais enfrentam diversos obstáculos na realização de suas atividades, na garantia de seus direitos e até mesmo na sobrevivência nas terras que habitam. Observando esse contexto, o Grupo de Pesquisa em Economia, Inovação e Meio Ambiente (Geia), do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desenvolve o Projeto “Cadeias produtivas e desenvolvimento rural: ações inovadoras de Supervisão Ocupacional e Gestão Documental para o desenvolvimento de cadeias produtivas nos projetos de assentamento de Reforma Agrária (Pnra)”.

A iniciativa, que tem o intuito de melhorar a vida dessa população e conseguir a regularização fundiária, tem realizado visitas a famílias de trabalhadores rurais observando a condição socioeconômica e produtiva das famílias para a elaboração de projetos de Crédito Instalação. O coordenador do projeto, César Labre, conta como surgiu o projeto e detalha as últimas atividades realizadas pela equipe:

“O projeto surgiu de uma antiga parceria com o Incra-Sede, que, desde 2013, a UFMA vem dando assistência técnica em Assentamentos Federais de Reforma Agrária. Em 2025, já estamos na terceira parceria. Nas últimas semanas, equipes do Projeto visitaram assentamentos nas cidades de Altamira, Marabá e Santarém, no Pará, realizando supervisão da situação ocupacional e já começando a pensar nos projetos de Crédito Instalação que serão elaborados e entregues para as famílias. As visitas devem se estender durante todo o ano, incluindo também assentamentos localizados no Maranhão”.

O Projeto conta com equipes multidisciplinares que visitaram assentamentos dos seguintes estados: Maranhão, Pará, Tocantins, Piauí e Ceará. As ações são desenvolvidas por meio de um Termo de Execução Descentralizada (Ted) com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A iniciativa conta com diversas parcerias como: Instituto Federal do Maranhão (Ifma), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Segundo César Labre, o mapeamento é fundamental para observar as atividades no meio rural. “A supervisão da situação ocupacional é uma etapa fundamental para subsidiar estudos, e futuras ações sobre cadeias produtivas no meio rural. Por meio dessa ação, é possível identificar quem está, de fato, ocupando os lotes e em quais condições socioeconômicas e produtivas essas famílias se encontram. Essa verificação in loco permite mapear com maior precisão a base produtiva existente, os sistemas de cultivo e criação utilizados, os principais insumos e canais de comercialização, além dos desafios enfrentados pelos produtores”, ressaltou o coordenador.

As ações realizadas pelo Grupo de Pesquisa em Economia, Inovação e Meio Ambiente, fortalecem o aprendizado dos estudantes de economia, permitindo o contato com famílias de trabalhadores rurais, observando a realidade e as produções desenvolvidas por eles, além de ser uma iniciativa fundamental para garantir os direitos dos assentamentos rurais e a regularização fundiária.

Para Celeste Pinheiro, estudante de economia e integrante do Projeto, a experiência em participar das visitas enriqueceu o conhecimento sobre a estrutura socioeconômica e a produção nos locais visitados. 

“Antes de tudo, possibilitou enxergar os potenciais produtivos e a estrutura socioeconômica em nível de Maranhão e dos demais estados. Além disso, foi bastante interessante ver quanto a harmonia ou tensão social existente pode influenciar positivamente ou não para com a implantação das políticas públicas. Com isso, destacar que o acesso à informação e todo o processo de emissão de documentação legal é imprescindível para a realidade dos Assentamentos do INCRA, permitindo, assim, maior alcance de pessoas para a implantação dos projetos. Como estudante de economia, posso dizer que consegui observar os processos econômicos acontecendo na prática. Pois, o modelo em que se inserem os projetos de agroindústria realizados pelo TED/INCRA/UFMA coopera pelas potencialidades dos pequenos agricultores no país. Por meio das visitas, publicamos artigos científicos e apresentamos trabalhos em congressos acadêmicos. Além disso, foi muitíssimo importante participar de conversas com a equipe multidisciplinar que atua no TED/INCRA/UFMA e perceber os diferentes níveis de desenvolvimento da agricultura familiar em cada Projeto de Assentamento visitado”, compartilhou Celeste Pinheiro.

Por: Aline Vitória

Fotos: divulgação

Revisão: Jáder Cavalcante