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Grupo de Estudos em Memória, Arte e Etnicidade da UFMA realiza exposição "Povos Indígenas: territórios de criação"
O grupo de estudos em Memória, Arte e Etnicidade (GEMAE) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Galeria Acadêmica de Artes Visuais (GAAVI) realizam, nessa sexta-feira, 19, a abertura da exposição Povos indígenas: territórios de criação. O evento ocorrerá no Casarão Azul UFMA, localizado na rua Humberto de Campos, 174, no Centro de São Luís, a partir das 15h. O evento terá início com uma mesa de debate intitulada "Abril Indígena", seguida pela inauguração da exposição. A data remete ao Dia dos Povos Indígenas no Brasil, celebrada no dia 19 de abril.
Durante a roda de conversa, serão abordadas questões pertinentes à atualidade dos povos indígenas, com destaque para sua presença e contribuição na sociedade, sobretudo no âmbito das artes. Além disso, serão discutidos temas como a demarcação de territórios indígenas, o marco temporal do genocídio do povo Yanomami, que enfrenta constantes desafios devido à exploração ilegal de recursos em suas terras, e a preocupante taxa de suicídios entre jovens indígenas no Brasil.
Segundo a professora Larissa Lacerda, a inauguração da exposição compreende um importante espaço de demonstração sobre a realização do estudo de pesquisa fora da Universidade. Dessa forma, a divulgação do evento amplia mais acesso a informações sobre a diversidade cultural brasileira, em particular a cultura indígena. “É importante para a UFMA porque nossos discentes aprendem muito com o desafio de produzir uma exposição, poucas pessoas compreendem o trabalho e a pesquisa que envolve a realização deste tipo de evento. É também importante para sensibilizar a sociedade a respeito da diversidade cultural do nosso país”, afirma.
A exposição vai apresentar obras de artistas indígenas que representam a variedade de linguagens e estilos que abrangem as produções dos povos originários. Entre as obras estão: a cestaria dos Canela Ramkokamekrá, a plumária tenetehara, a tecelagem ka’apor, a pintura corporal dos Mebêngokrê Kayapó Metuktire, registros do processo de modelagem de Chi’a Juruna e fotografias do artista Santo Guajajara.
As obras possuem processos de elaboração, que entrelaçam-se às formas de vida e criação de seus territórios de origem e carregam memória, história e resistência. São exemplos de entidades de longa duração, cuja agência deve sensibilizar os não-indígenas sobre as ameaças que recaem sobre os povos e seus direitos ancestrais. Como enfatiza a professora Larissa sobre a divulgação das obras artísticas. “Acredito que é uma oportunidade única ver a plumária dos Ka'apor do Maranhão, ver ao vivo os colares de pluma que foram estudados por Darcy e Berta Ribeiro e que estão espalhados em raros acervos de museus da Europa e do Brasil. É uma oportunidade para aprender mais sobre nossa própria cultura, conhecer o trabalho de Santos Guajajara e sensibilizar a sociedade em relação aos povos indígenas”, destaca.
A exposição "Povos indígenas: territórios de criação" é resultado do trabalho do Grupo (GEMAE/UFMA), vinculado ao Departamento de Artes Visuais e Programa de Pós Graduação em Cultura e Sociedade (PGCult). O grupo envolve pesquisa sobre artes indígenas e inclui estudantes de graduação e pós-graduação.
A entrada para a exposição é gratuita, e o período de visitação será de 19 a 26 de abril, das 14h às 17h.
Por: Camilla Fernanda