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Funcionária da UFMA é aprovada para o curso Estudos Africanos e Afro-Brasileiros do Câmpus São Luís

publicado: 04/04/2022 12h55, última modificação: 04/04/2022 20h05

Força, amor e dedicação pela educação são bons termos para definir a trajetória da vida de Raquel Silva Machado, natural de Morros, no interior do Maranhão. Mãe desde os 14 anos de idade, trabalhadora e funcionária da Residência Universitária, casa dos alunos da UFMA no Câmpus do Bacanga, Raquel é uma das novas ingressas da Universidade após ser aprovada para o curso Estudos Africanos e Afro-Brasileiros.

Ela conta que a busca pela educação foi não apenas para garantir o melhor para si, mas também para os filhos e netos. Ela terminou o ensino fundamental à noite enquanto lidava com a rotina de mãe e dona de casa, trabalhou e estudou em escolas públicas no ensino médio e aproveitou o trabalho na Universidade para fazer cursinhos disponibilizados. “Estudei à noite pelo projeto Minerva, e eu queria o ensino médio para auxiliar meus filhos. Não tive medo, encarei e concluí, sempre trabalhando, nunca desisti”, afirma.

Raquel explica que recebeu extenso apoio dos alunos residentes da casa universitária, que a apoiaram sem descanso nos momentos em que ela pensou em desistir de seus objetivos. O aluno Aristóteles Lima, do curso de Medicina, foi quem lhe telefonou, às 22h, para dar a notícia da aprovação, momento que ela descreve como um sentimento de alegria inigualável e de realização.

A escolha do curso também não foi por acaso: preta, mulher e de família humilde, a estudante conta que, além de ter a intenção de provar que o estudo superior não é seleto por idade, acredita que a sua presença no ambiente acadêmico é mais uma voz na luta contra o racismo e a desigualdade.

“Para quem saiu do interior, sem oportunidade, sem concluir os estudos, preta, de família humilde, tendo em vista que sabemos que, no Brasil, o racismo ainda é muito forte, é muito importante para mim. Esse curso vai contribuir para que eu possa abrir a mente daqueles que ainda vivem sob o preconceito por lutar por seus direitos”, expressou.

Por: Andressa Algave

Produção: Laís Costa

Revisão: Jáder Cavalcante

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