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Fim de uma trajetória: UFMA concede grau a formandos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas e do Centro de Ciências Humanas
Na última quarta-feira, 23, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) concedeu o grau a 293 formandos de 24 cursos de graduação dos centros de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET) e Ciências Humanas (CCH) do Câmpus Bacanga. A cerimônia, que marcou a conclusão de um ciclo acadêmico e o início da jornada profissional, contou com a presença do vice-reitor da UFMA, Leonardo Silva Soares; do diretor de Qualidade dos cursos de graduação da Pró-reitoria de Ensino (Proen), Jaiver Efren Jaimes Figueroa; da pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ana Carla Araújo Arruda; do diretor do Centro de Ciências Humanas (CCH), Luciano da Silva Façanha; do diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), Auro Atsushi Tanaka; e da pró-reitora de Extensão e Cultura (Proec), Zefina Bentivi.
Colaram grau, os formandos dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária; Engenharia Mecânica; Química; Música; Engenharia da Computação; Física bacharelado; Física licenciatura; Estudos Africanos e Afro-brasileiros; Química Industrial; Letras Libras; Engenharia Química; Artes Visuais; Engenharia Elétrica; Engenharia Civil; Teatro; Ciências Sociais (bacharelado e licenciatura/bacharelado/licenciatura); Matemática; Ciência da Computação; Geografia; Psicologia; Filosofia; História Licenciatura; Design e Desenho Industrial; Letras Linguagens e Códigos – Língua Portuguesa; Linguagens e Códigos – Música; Ciências Humanas – Sociologia; Ciências Naturais – Química e Turismo.
Para o diretor do CCH, Luciano da Silva Façanha, a colação de grau representa o fim de um ciclo importante para os alunos e celebra o papel da Universidade ao formar profissionais competentes que vão compor um papel crucial na sociedade no futuro. “A gente está hoje colando grau de onze cursos da área de humanas, e a importância disso é fundamental para se ter consciência na sociedade, e reconhecer que são pessoas que, com a sua formação, vão contribuir para o mercado de trabalho, levando o conhecimento que receberam na Universidade, e também uma praticidade de vida. A colação também celebra as formas como UFMA os incentivou durante os anos, desde o momento em que a Universidade abre os muros para a sociedade, chamando para projetos de extensão, chamando a comunidade, também dando uma reverberação disso com esses profissionais que voltam para a sociedade, para exercer na sua cidadania e contribuir assim com o saber”, declara.
O diretor do CCET, Auro Atsushi Tanaka, explica que as novas formas de incentivo ao ensino e pensar além da comunidade acadêmica é uma maneira de manter uma troca interessante entre a sociedade e a Universidade. Essas inovações na forma de ensino, como a extensão, são essenciais na trajetória dos alunos, e fizeram parte integral na vida acadêmica daqueles que estão se formando.
“Nos últimos anos, cobra-se muito mais da Universidade, a execução do terceiro pilar de sustentação, que é a extensão. Então, recentemente, nós tivemos que fazer uma atualização em todos os programas pedagógicos dos cursos, incluindo a atividade de extensão. E a atividade de extensão nada mais é do que interagir junto com a sociedade, aplicando os conhecimentos ou as pesquisas que foram desenvolvidas na instituição. Realmente, você tem o maior estímulo, tanto para a sociedade que recebe os formandos, assim como para os alunos, eles têm maior interesse, porque eles passam a receber uma educação já com visão de que tipo de serviço eles podem ser úteis para a sociedade. Eu acredito que são formas que vão estimular mais o interesse de pessoas virem para ingressar na Universidade, porque, até tempos atrás, muitas das informações, muito do conhecimento produzido na Universidade só ficavam dentro, vamos dizer assim, dos muros da Universidade, e hoje é uma realidade, você tem que transpor os muros da Universidade para que haja um melhor conhecimento e interesse da sociedade em relação ao que se faz aqui dentro”, pontua.
Trajetórias de superação
Durante a formação acadêmica, muitos dos alunos passam por desafios que tornam mais difícil alcançar o sonho de se formar e chegar ao tão esperado dia da colação de grau. Todavia, durante a cerimônia, é possível encontrar um aglomerado de alunos que superaram essas dificuldades e perseveraram por meio do ensino e incentivo da Universidade.
Um exemplo disso é o de Alda Maria Lima Garros, que se formou durante a cerimônia em Ciências Sociais, 17 anos após ingressar na universidade pela primeira, por causa de diversos obstáculos, acabou abandonando o curso, mas conseguiu a realização do sonho em 2024 após ingressar novamente no curso.
“Eu entrei há 17 anos no curso, mas abandonei um tempo, me casei, tive filho, e decidi retornar para concluir. Então, eu pude agradecer muito aos meus professores e à coordenação que deram essa nova oportunidade a alunos antigos que já tinham concluído tudo, com pouca coisa para concluir. Se não fosse a segunda chance que a UFMA me deu, eu não teria voltado para concluir o curso. Pra mim, é uma vitória muito grande e da família toda. Até dos filhos que estão presenciando uma coisa que eles não me viram estudando, mas estão aqui me vendo colar grau. É uma sensação muito especial. E já estou pensando em fazer o próximo curso e dessa vez eu pretendo aproveitar a estrutura que a Universidade dá ao máximo, os professores excelentes e fazer tudo certo”, contou a formanda.
Além disso, alguns dos alunos que graduaram durante o dia 23 também enfrentaram o obstáculo da vida acadêmica brevemente interrompida pela pandemia de covid-19, como é o caso do formando em Matemática Adonias Costa Silva, que ingressou no curso em 2017 e teve sua trajetória atrasada pelo acontecimento.
“Ingressei no curso de licenciatura em Matemática em 2017, inclusive já deveria ter me formado há muito tempo, eu não consegui justamente pelo período da covid. Além disso, tive problema de adaptação, pois eu tinha que lidar com o trabalho, com o curso e com toda aquela situação de pandemia. Diante disso, o curso de matemática sempre foi para mim um curso muito interessante, porque quem ama cálculo se dá muito bem, só que, mesmo assim, você amando e tendo facilidade, você vai encontrar muita dificuldade no caminho, especialmente, porque nem sempre a gente consegue conciliar a Universidade com o trabalho com o curso, acaba complicando muito. E a covid foi só um estopim para isso, e eu e outros colegas que ingressaram comigo, acabamos nos atrasando muito no curso”, relembrou Adonias.
A perseverança de Adonias durante sua formação, mesmo em meio à adversidade, é algo louvável, e sua amiga Paula Lobato, que também é graduanda da Universidade, explica que ver o exemplo do amigo, que continuou o curso em meio a tantos obstáculos, a inspira a continuar a sua própria formação.
“E o fato de presenciar a formatura dele é meio que um incentivo para continuar a minha formatura. Porque a gente sabe que, no ambiente universitário, a gente passa por várias dificuldades. Tanto dificuldade de se manter no ambiente universitário, que a gente precisa trabalhar, a gente precisa manter a nossa vida também, circular. E o fato de presenciar a formatura de outras pessoas, ver que o sonho se torna realidade de fato, nos impulsiona a continuar a prosseguir o nosso sonho e chegar no momento que não vai ser meu amigo e que vai estar lá, mas, sim, eu”, declarou.
Mérito acadêmico
Durante a cerimônia, os estudantes que se destacaram durante suas trajetórias acadêmicas receberam a dignidade universitária Mérito Acadêmico. A honraria, que foi instituída pela Universidade Federal do Maranhão por meio da resolução Nº 3.391-CONSEPE, de 9 de abril de 2024, é concedida aos discentes que tenham concluído o curso no período de tempo padrão previsto pelo Projeto Pedagógico registrado na Pró-reitoria de Ensino; não tenham mais de 20% da carga horária prevista para o seu curso obtida por meio de aproveitamentos internos ou externos; não tenham reprovações nem trancamentos em componentes curriculares; não tenham sofrido nenhuma sanção disciplinar e tenham Índice Acadêmico (CR) igual ou superior a 8; não tenha sido objeto de sanção disciplinar, previstas no Regimento Geral da Universidade.
Seguindo esses requisitos, durante a solenidade, receberam o diploma de Mérito acadêmico os formandos: Estephane Diana Ferreira Pereira, do curso de Engenharia Mecânica; Marcos Vinicius de Sousa Farias, de Ciência da Computação; Igor Kaue lima do Prado, do curso de Design; Lícia Santos Graça, da Psicologia, e Mariana Silva Rodrigues, do curso de História.
A colação de grau não só é um momento em que se comemora a trajetória individual de cada aluno e cada curso como um grupo, mas também um momento de refletir acerca do comprometimento da Universidade com a formação de indivíduos competentes que serão responsáveis por um impacto positivo na sociedade após sua graduação, como destacou o vice-reitor da UFMA, Leonardo Silva Soares, em seu discurso durante a cerimônia. “O conhecimento que aqui se forma e se multiplica é um alicerce para o avanço da sociedade e para o desenvolvimento da humanidade. No Brasil, a universidade pública ocupa um papel de destaque na construção de um país mais justo, inclusivo e democrático”, concluiu.
Por: Pedro Correa
Produção: Pedro Correa
Fotos: Guilherme Santana
Revisão: Jáder Cavalcante