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Evento da UFMA conecta Universidade e comunidades na construção de trilhas sustentáveis
IV Grão em Grão: a construção do turismo de base comunitária no Maranhão. Foto: divulgação
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) promoveu, no último 4 de novembro, o IV Grão em Grão: a construção do turismo de base comunitária no Maranhão, evento promovido pelo curso de Turismo e Hotelaria, realizado na Fábrica Santa Amélia, em São Luís. Com o tema “Trilha, Trabalho e Transformação”, o encontro reuniu pesquisadores, estudantes, guias, agentes de turismo e representantes de comunidades tradicionais para debater práticas sustentáveis de turismo no estado.
Durante o evento, foi discutida a implantação e a sinalização de trilhas em áreas naturais, promovendo o compartilhamento de técnicas e metodologias entre instituições, órgãos públicos e comunidades. Essa iniciativa reuniu a colaboração do ICMBio Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, o ICMBio Núcleo de Gestão Integrada, a Rede Trilhas Maranhão, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e o Sindicato de Guias de Turismo.
Para a professora Mônica de Nazaré, coordenadora do evento e do Núcleo de Pesquisa e Documentação em Turismo da UFMA, o encontro reforçou o papel da Universidade como articuladora de parcerias voltadas ao desenvolvimento ecológico do setor no estado.
“A importância da UFMA em realizar o evento foi articular com a Rede Trilhas Maranhão a possibilidade de parcerias no que se refere ao planejamento, à implantação de trilhas locais e regionais em território maranhense e, assim, contribuir para conectar o Brasil por meio de Trilhas de Longo Curso, a incentivar a formação de corredores verdes, ampliando a cobertura vegetal das trilhas e, consequentemente, contribuindo para a saúde ambiental”, destacou a professora.
Ela acrescentou que o fortalecimento dessas ações permite também aproximar a Universidade das comunidades, estimulando a construção conjunta de soluções e a promoção do turismo como instrumento de transformação social.

Oficina de produção de placas de sinalização na Praia da Guia
Durante a programação, o público participou do painel e oficina sobre sinalização turística, educação ambiental e gestão de trilhas sustentáveis. O engenheiro florestal Cláudio Augusto Pereira, coordenador de Uso Público do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, apresentou os principais conceitos do Manual de Sinalização de Unidades de Conservação e Trilhas, destacando o papel das sinalizações interpretativas para a educação ambiental e o manejo de visitantes.
Já o artista plástico e designer visual Hermano Torres foi responsável por compartilhar a experiência do projeto de sinalização da Trilha Farol Preguiças, desenvolvido pela UFMA em parceria com a comunidade Bar da Hora, em Barreirinhas. Ele explicou que o projeto nasceu de uma oficina comunitária e hoje integra o esforço coletivo de valorização do patrimônio natural e cultural local.
Houve uma oficina de sinalização turística realizada pela discente e guia de turismo Nicole Paula, da comunidade Praia da Guia, localizada na Vila Nova. Durante a atividade, os participantes também realizaram uma caminhada pela trilha, conhecendo o território e sua importância ambiental e cultural. No local, puderam confeccionar placas de sinalização turística dentro dos padrões nacionais, sob supervisão.

Participantes do evento durante atividade de trilha na Praia da Guia
Para Paula Regina, jovem quilombola do Quilombo Oiteiro das Nogueiras, a participação nas atividades práticas foi uma oportunidade enriquecedora.
“Foi possível entender melhor como o turismo pode valorizar as comunidades locais, respeitando o meio ambiente e a cultura regional. Quanto à prática da oficina, gostei da explicação sobre a aplicação das tintas para fazer as placas de sinalização. Se escolhermos bem os materiais, vamos garantir a durabilidade e a qualidade dos materiais”, pontuou ela.
O IV Grão em Grão reafirmou o papel do turismo como força de transformação, ao unir instituições, saberes acadêmicos e tradicionais em torno do objetivo de promover o desenvolvimento social, preservar o meio ambiente e valorizar a cultura maranhense.
Por: Giovanna Carvalho
Fotos: divulgação
Revisão: Jáder Cavalcante