Estudantes da UFMA produzem webdocumentário “Além do Que Se Vê: Narrativas (In)Visíveis”

O curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) realiza, no dia 16 de setembro, a pré-estreia do webdocumentário “Além do Que Se Vê: Narrativas (In)Visíveis”. A exibição será às 17h, no auditório setorial Dinah Gomes, no Centro de Ciências Sociais (CCSo), e integra a programação da Semana de Acolhida dos estudantes. O evento é aberto ao público e conta com o apoio do Diretório Acadêmico de Comunicação (Dacom-UFMA).

A produção foi realizada majoritariamente por alunos da UFMA, reunidos no Núcleo de Produção Audiovisual (Nuppi) e na Companhia de Arte Independente (Cociarte). Baseado na ideia original de Mariana Almeida, com direção de Gabbie Ribeiro e roteiro assinado em parceria com Vitória Campos, o projeto busca dar voz a narrativas cotidianas que muitas vezes passam despercebidas, mas que carregam profundidade e significado. A obra foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo, via Edital n° 05/2024 – Mais Produção Audiovisual, da Secretaria de Estado da Cultura (Secma).

Para a diretora e discente do curso de Artes Visuais, Gabbie Ribeiro, a proposta nasceu da vontade de enxergar o extraordinário no comum. “A motivação surgiu da crença de que as histórias mais poderosas e significativas estão escondidas na simplicidade do nosso dia a dia. Vivemos em um mundo acelerado, em que muitas narrativas, especialmente as das pessoas mais marginalizadas ou com menos visibilidade, são apagadas. Quisemos criar um projeto que fosse um convite para o público pausar e observar, para redescobrir a beleza e a complexidade que existem nas pequenas coisas e nas pessoas que cruzamos todos os dias no ambiente acadêmico e fora dela”, destacou.

A diretora também relembrou o percurso de um ano e meio de produção, marcado pela dedicação coletiva. “A produção do filme começou com uma ideia e só se tornou possível por conta de fomento via edital da Lei Paulo Gustavo, o que foi fundamental para viabilizar o projeto. A equipe, formada em sua maioria por alunos da UFMA, enfrentou todas as etapas com dedicação e paixão. Desde a pré-produção, com a pesquisa e a captação de recursos, até a filmagem e a pós-produção, cada passo foi marcado pelo trabalho em equipe. A união de todos os talentos, da fotografia à direção de arte, passando pelo roteiro e produção, foi o que tornou o projeto possível”, ressaltou.

Na direção de fotografia, a também estudante de Artes Visuais, Beatriz Pires, destacou o cuidado em transformar o invisível em imagem. “O maior desafio foi conseguir traduzir em imagem algo que não está na superfície. A proposta do documentário não era apenas registrar situações, mas mergulhar nas camadas invisíveis da vida cotidiana. Muitas vezes, o simples pode parecer óbvio demais, mas o trabalho foi exatamente o contrário: encontrar profundidade naquilo que, à primeira vista, passaria despercebido. A câmera, nesse processo, precisou funcionar como um meio de escuta e de aproximação, para que o público pudesse enxergar além do que está dado no físico, alcançando também a história e a experiência que cada pessoa carrega”, explicou.

Ela também relembrou a importância do processo coletivo do papel da extensão universitária. “Trabalhar com uma equipe composta em grande parte por estudantes foi enriquecedor, porque possibilitou a construção de novas narrativas a partir de quem vive muitas das tensões de ser estudante na universidade. O NUPPI foi fundamental para criar essa ponte entre nós, alunos, e também com pessoas que vieram somar e que não são estudantes da UFMA. Foi uma troca muito rica, com pessoas potentes em desenvolvimento no espaço do cinema, e acredito que esse projeto seja apenas o início”, afirmou Beatriz.

A exibição de “Além do Que Se Vê: Narrativas (In)Visíveis” se soma à programação da Semana de Acolhida do curso de Comunicação Social, fortalecendo a integração entre calouros, veteranos e professores, e valorizando a produção audiovisual feita na universidade. Mais do que uma pré-estreia, o encontro celebra a potência criativa dos alunos e a força do olhar coletivo para contar histórias que existem bem perto de nós.


Por: Geovanna Selma

Produção: Aline Vitória

Fotos: equipe do filme