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Estudante de Artes EAD participa da COP 30 com oficina sobre arte, território e sustentabilidade

publicado: 21/11/2025 15h56, última modificação: 21/11/2025 16h10
Estudante de Artes EAD participa da COP 30 com oficina sobre arte, território e sustentabilidade

A estudante Gláucia dos Reis Moura Fernandes, do curso de Artes Visuais EAD da Superintendência de Tecnologias na Educação (STED) da UFMA, foi selecionada para participar como delegada na Zona Azul da COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que encerra nesta sexta (21), em Belém (PA). A jovem artista e pesquisadora maranhense leva ao maior evento climático do planeta uma proposta que une arte, ciência, saberes tradicionais e defesa do meio ambiente.

Gláucia, que também é artista plástica, biomédica e mestranda em Artes Visuais no PROFARTES/UFMA, construiu sua trajetória dialogando com temáticas socioambientais, educação e cultura. A estudante explicou que seu trabalho nasceu de inquietações vividas em Imperatriz (MA), cidade marcada pelo forte calor e pela escassez de áreas verdes, um contraste para quem vive às margens do bioma amazônico.

“Com o tempo, fui percebendo a potência da arte e que poderia ser um espaço para provocar reflexões sobre o modo como nos relacionamos com a natureza. Passei a pesquisar plantas nativas e a desenvolver práticas sustentáveis que unissem criação artística, cuidado ambiental e valorização dos saberes tradicionais. E foi assim que meu trabalho foi amadurecendo e ganhando identidade”, afirmou.

Arte, território e ativismo: uma trajetória que levou à COP 30

Com uma produção artística fortemente conectada ao meio ambiente, Gláucia desenvolveu pesquisas sobre pigmentos naturais e realiza oficinas em escolas, ONGs, comunidades e até em sistemas penitenciários, especialmente com mulheres e jovens da região tocantina, sempre valorizando plantas nativas e saberes ancestrais da Amazônia maranhense.

Para a estudante, arte e ativismo caminham juntos. “Vejo na arte um mecanismo de transformação social. Ela desperta consciência, pertencimento e cuidado com o território”, pontuou.

Sua participação na Conferência das Partes (COP) ocorreu por meio do edital publicado no portal Brasil Participativo, que selecionava representantes da sociedade civil para participar da COP 30. Gláucia se candidatou com apoio do Coletivo de Desenvolvimento e Juventude (CDJUV), de Açailândia, com o qual já desenvolveu diversas ações. O grupo foi fundamental para validar sua inscrição devido ao histórico de defesa dos direitos humanos e causas socioambientais.

A aprovação, segundo ela, foi motivo de grande emoção. “Participar da COP 30 como delegada é uma conquista coletiva. Sinto que meu trabalho com arte, educação e sustentabilidade está ganhando um novo alcance e contribuindo para levar a força criativa e transformadora da amazônia maranhense para um espaço global”, expressou.

Oficina na COP 30: Pintura botânica e cosméticos naturais

Além de atuar como delegada, Gláucia ministrará uma oficina sobre pintura botânica com pigmentos vegetais e produção de cosméticos naturais, inspirada em sua pesquisa do mestrado.

Os materiais a serem utilizados vêm da biodiversidade regional: barbatimão, jucá, jatobá, açaí, murici, andiroba, pau-brasil, angico, sucupira, buriti, bacuri e pariri. Durante a atividade, os participantes aprenderão técnicas ancestrais de extração de pigmentos, preparo de tintas naturais e produção de sabão ecológico feito com óleo reaproveitado.

“A ideia surgiu do desejo de resgatar uma arte ancestral, valorizando práticas sustentáveis por meio do uso de pigmentos naturais e plantas da região amazônica. Quero que os participantes percebam que é possível criar de forma sustentável, respeitando a natureza e valorizando saberes tradicionais. Minha expectativa também é que a oficina seja uma experiência de reconexão com o território, despertando um olhar mais sensível e consciente sobre as riquezas da Amazônia”, revelou.

Olhar para o futuro

Para além da COP 30, Gláucia já realiza ações educativas, oficinas e exposições voltadas à arte e sustentabilidade e pretende continuar ampliando esse trabalho.

“A COP 30 é parte desse percurso. Quero seguir fortalecendo o diálogo entre arte, meio ambiente e comunidade, sempre com foco na Amazônia”. 

Com sua ida ao evento, Gláucia dos Reis Moura Fernandes representa não apenas a educação a distância e a UFMA, mas também a potência criativa da comunidade universitária e maranhense comprometida com o clima, com a preservação ambiental e com a transformação social por meio da arte.

Por: Maiara Pacheco - STED

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