Notícias
Em festa: curso de Letras celebra 70 anos
Poesia, homenagens, encontros e muitas histórias marcaram a celebração dos setenta anos do curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que reuniu docentes – da ativa e aposentados -, estudantes e técnicos do curso, no Palácio Cristo Rei, localizado na poética Praça Gonçalves Dias, Centro de São Luís, na último 6 de dezembro. O evento foi uma iniciativa do Departamento de Letras (Deler) com objetivo de refletir sobre a história do curso até aqui e reconhecer os profissionais que destinaram esforços para construir essa graduação.
Por sete décadas, o curso de Letras da UFMA tem impactado de forma relevante a educação maranhense, especialmente, porque tem formado professores para educação básica e nível médio no que tange o estudo da língua-mãe, da língua brasileira, da cultura literária, das línguas estrangeiras. A celebração dessa longevidade torna-se um marco histórico tanto para o curso quanto para a Universidade.
Na oportunidade, representando o reitor Fernando Carvalho, o vice-reitor Leonardo Soares comenta a comemoração. “Há sete décadas, esse curso vem formando professoras e professores, vem contribuindo muito com a difusão do conhecimento, da literatura, da educação e diversos saberes da língua portuguesa e das línguas estrangeiras. Então, a gente faz hoje uma importante homenagem às principais figuras que contribuíram com a história desse grande curso da Universidade Federal do Maranhão”, declarou.
“Celebrar um aniversário de qualquer curso já é um marco. É importante porque um grupo de professores que trabalha em formar um aluno, num perfil de egresso definido. Agora, celebrar sete décadas é toda uma história. A história do curso de Letras se remonta antes da criação da UFMA como a gente conhece. Então, na verdade, a gente está celebrando os primórdios da Universidade, o que se pensava, o que se queria como Universidade Federal. Então, a gente compartilha essa felicidade. São muitos profissionais formados aqui e mais no berço de grandes escritores como Gonçalves Dias”, enfatizou o professor Jaiver Efren Jaimes Figueroa, diretor da Diretoria de Desenvolvimento de Ensino de Graduação, representando o pró-reitor de Ensino, Romildo Sampaio.
Passado, presente e futuro
O Curso de Letras é um dos mais antigos e prestigiados cursos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Criado por meio do Decreto 32.606/53, de 23 abril de 1953, seu surgimento foi resultado de uma série de esforços da Academia Maranhense de Letras, Arquidiocese de São Luís e Fundação Paulo Ramos, a fim de proporcionar, dentro do estado, um ramo de estudo acadêmico àqueles que se interessavam pelas letras.
Entretanto a história do curso de Letras tem início antes mesmo da fundação da Universidade Federal do Maranhão, como conta o professor Dino Cavalcante, coordenador do curso: “Na verdade, [a história do curso de Letras] começa lá atrás, no século XIX, quando, formando um grupo maranhense de gente como Sotero dos Reis, Gonçalves Dias, João Francisco Lisboa, Odorico Mendes e muitos outros, sonharam em construir aqui uma cidade literária. Mas não só com literatos, que pudesse também agregar uma gama de pessoas que pensam, que consomem o texto literário. Mais tarde, nós tivemos um Joaquim Serra, um Aluísio Azevedo, um Arthur Azevedo, e Sousândrade pensou em fundar uma instituição que pudesse ser uma faculdade para as letras. E esse sonho só se tornou realidade em 1953, no Salão Nobre da Academia Maranhense de Letras, onde se fundou esta faculdade, que congrega outros cursos, mas que estara lá Letras. Então, celebrar esses setenta anos é, sobretudo, dizer que o sonho de Sousândrade continua ainda para a gente aumentar, consolidar e fazer mais em relação às Letras no Maranhão.
Atualmente, o Curso se divide em Licenciatura Letras-Espanhol, Letras-Francês e Letras-Inglês — e suas respectivas literaturas — e Letras Libras, de tal modo que possa sempre reafirmar o seu papel na formação científica, política, técnica e cultural, zelando pela cidadania.
Com uma longa jornada no curso de Letras, desde a graduação, a, agora, professora aposentada Ceres Fernandes reconhece os desafios, mas acredita que todos os anos valeram a pena. ““Entrei no curso como professora em 1975. É difícil a gente escolher um momento mais importante, foram tantos momentos importantes. Minha alegria era estar todos os dias com as turmas de alunos. Eram turmas grandes, e era parada dura dar aula para essa turma, mas, naquela época, eu estava com força total. Graças a Deus, eu conseguia desempenhar bem. [...] Mas é bom deixar dito que valeu muito a pena. Quando você é professor e encontra alguém, um ex-aluno, e ele diz “professora, eu me decidi por tal coisa por sua causa” ou “Eu tenho certeza que a senhora é uma pessoa muito importante na minha vida”, isso vale tudo que você passou. Vale os ordenados pequenos, as canseiras, isso faz a gente se orgulhar e valer a pena ser professora. Então, valeu a pena”, avalia Ceres.
Para quem se tornou professora do curso recentemente, o saudosismo dá lugar ao desejo de fazer mais pela graduação. É o que compartilha a professora Samara Araújo: “Primeiro, a responsabilidade de ser egressa do curso, então, eu já participo do curso desde 2007. Agora, como professora, é uma responsabilidade imensa continuar com o legado de muitos professores que já estão aposentados, que foram meus professores; muitos professores que estão como colegas de departamento e foram meus professores. É uma grande responsabilidade, junto com uma alegria e satisfação de estar servindo ao curso que me formou. São setenta anos de história, setenta anos formando gerações de professores de letras no estado, então é uma satisfação e alegria muito grande”.
A história do curso de Letras seguirá gerando frutos enquanto houver quem te encante com o estudo da língua, como Thales Eduardo, discente do 8° período de Letras Português – Francês. “Eu sempre falo para as pessoas próximas a mim: foi o curso que me escolheu e não eu que escolhi o curso. Porque eu não pretendia continuar em letras, no entanto, quando eu entrei, logo no primeiro período, eu já me apaixonei pelas áreas da linguística e da literatura e ter chegado até esse momento do curso é uma grande vitória. Ter passado por professores excelentes, conhecido a história e as mais diversas áreas do curso, então, é muito gratificante fazer parte dessas sete décadas, mesmo somente quatro anos desses setenta”, celebrou Thales.
Homenageados
As sete décadas do curso de letras foram construídas com o trabalho de muitos profissionais que transformaram a história por meio da docência. Em reconhecimento à contribuição para a consolidação e o desenvolvimento do curso de letras na UFMA, professores, ativos e aposentados, e técnicos foram agraciados com um certificado.
Para Naiara Santos, professora do curso e uma das organizadoras do evento, essa é uma oportunidade de reconhecer a quem trabalhou na construção dessa história. “Não só para o curso, mas para a Universidade inteira, representa um grande marco. O curso de Letras foi um dos primeiros a serem implementados na UFMA, e são setenta anos de muita evolução. Hoje, nós temos quatro cursos de Letras: Letras – Inglês, Letras- Espanhol – Letras – Francês e Libras. Muitos professores já foram formados por esse curso. Então, é um dia de muita alegria, muita celebração. É um dia para reconhecermos a importância dos professores de Letras como um todo.”, pontuou.
Conheça os homenageados:
Ailce Campos
Alexandre Botão
Antonio Carlos Beckman
Ana Izabel Barros Rocha
Anita Rebello
Djanira Muniz Rego
Fernando Moreira
Jean Moses Camarão
José Salvador Brito Sousa
Lourenço Campagnaro
Maria da graça Magalhães
Raimundo João Serejo Azevedo
Antônio Alves Monteiro
Beatriz Martins de Andrade
Celeide Guedes Almeida
Ceres Costa Fernandes
Cely Ribeiro Melo
Cícero Carreiro Neiva
Conceição de Maria de Araújo Ramos
Demetrio Saccomandi
Elenice Bezerra Melo
Eline Barros Murad
Eva Maria Nunes Chatel
Iraci de Jesus Barros Malheiros
Ivone Câmara Saldanha
Jaciara Lemos Botelho
José de Sousa Costa (Técnico)
José Kleber Pereira (Técnico)
Marco Vinícius Magalhães Catunda
Maria Alcina Oliveira Melo
Maria da Conceição Rodrigues Castello Branco
Maria da Graça Pereira Guimarães Corrêa
Maria de Fátima Gonzalez Leite
Maria de Fátima Sopas Rocha
Maria de Lourdes dos Santos Pinto
Maria de Nazaré Cassas de Lima Lobato
Maria do Socorro Monteiro Vieira
Maria Elza de Souza Bello
Maria Francisca Thereza Mendes Duailibe
Maria Helena Braga de Carvalho
Maria Helena de Araújo Castro
Maria Helena de Barros Bello
Maria Rita Santos
Marisa Pereira Moreira
Raimundo da Costa Viana
Ramiro Correa Azevedo
Rosa de Jesus Carvalho Viana
Silvia Cristina Duailibe Costa
Sonia Tereza de Carvalho Baptista Ferreira
Teresa Maria Cerveira Valois
Veraluce da Silva Lima
Vilma Maria Carvalho De Mello
Por: Ingrid Trindade
Fotos: Gabriel Jansen
Revisão: Jáder Cavalcante