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Educação e Tecnologia: UFMA promove Encontro sobre a inovação na prática do ensino
Entre os dias 2 e 6 de junho, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) é palco de um momento marcante para o campo educacional. A Universidade promove o XVI Encontro Maranhense de História da Educação: Investigar e Escrever em História da Educação na era do Digital e o V Colóquio Internacional sobre História do Livro, da Leitura e das Bibliotecas (CIHLILEB): Da Argila às Nuvens — a leitura, os livros e as bibliotecas. A solenidade de abertura foi realizada nessa segunda-feira, 2, no auditório central, Câmpus Bacanga.
Com uma rica programação, que conta com conferências, mesas-redondas, sessões de comunicações orais, apresentações de trabalho e lançamentos de livros, a temática é discutida com o objetivo de explorar tópicos da atualidade como a leitura, escrita, impactos da inteligência artificial na educação, fontes documentais e práticas historiográficas no ambiente digital.
A cerimônia de abertura contou com a presença do coordenador do evento e diretor do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB), César Castro; do diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), Cristiano Capovilla; da chefe do Departamento de Biblioteconomia, Dirlene Barros; e do coordenador do Núcleo de Estudos e Documentação em História da Educação e Práticas Leitoras (Nedhel), Samuel Velázquez Castellanos.
Na ocasião, César Castro reforçou a importância de reunir pesquisadores de diversos locais para debater a temática. “Este ano, nós estamos discutindo, nos dois eventos, o impacto das tecnologias da informação, principalmente da inteligência artificial, no âmbito da leitura, de pesquisas no campo da história, em especial no campo da história da educação. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema) é que consegue viabilizar financeiramente esses eventos. O Serviço Social do Comércio e outras instituições têm contribuído durante o decorrer de todo esse tempo que a gente realiza esses eventos. A gente sempre escolhe a temática do evento considerando a necessidade de trazer ao debate no Maranhão aquilo que está em discussão no âmbito nacional e no âmbito internacional, de estudo da história da educação. São catorze pesquisadores nacionais e internacionais que participarão do evento, além dos pesquisadores da própria Universidade Federal e Estadual do Maranhão”, concluiu.
A Fapema é fundamental no incentivo da pesquisa científica e no avanço da educação. Nesse sentido, Cristiano Capovilla comenta a colaboração da Fundação no evento. "O apoio da Fapema a eventos como esse é fundamental. A Fapema financia por meio de editais, de concorrência pública, ampla concorrência e eventos dessa natureza. O XVI Encontro Maranhense de História da Educação é fundamental, essencial e estratégico. O Maranhão tem uma larga história no campo educacional, e nós precisamos falar sobre isso com os olhos de hoje. Nós, da Fapema, ficamos felizes quando olhamos um auditório cheio, em plena segunda-feira, um evento internacional com participantes, estudantes, professores e isso mostra que o resultado, o produto foi entregue. Estamos aqui exatamente para isso, para incentivar e fomentar a pesquisa, a inovação, a ciência e a tecnologia na Universidade Federal do Maranhão”, frisou.
Entre os destaques do evento, o Colégio Universitário da UFMA (Colun) realizou uma apresentação musical por meio do Projeto Cápsula Digital, proporcionando aos estudantes a oportunidade de demonstrarem suas habilidades em uma programação de grande relevância. Nesse contexto, a integrante do projeto e estudante de Música Rosnary Sousa expressou sua felicidade em vivenciar o momento. “Estou muito feliz, esse Encontro Maranhense de História da Educação é muito importante e só tem a agregar. É a primeira vez que eu venho e estou muito contente e com a expectativa a mil. É importante porque a gente está sempre aberto para aprender e, com certeza, ninguém vai sair daqui vazio. É essencial que a gente esteja inserido nesse meio para conhecer mais sobre a história maranhense”, relatou.
História, biblioteconomia e tecnologia
A história possibilita a ampliação do conhecimento, reflexão sobre os fatos do passado, a compreensão sobre o presente e a análise sobre o futuro. A biblioteconomia facilita o acesso ao saber, promove a divulgação cultural e o desenvolvimento da sociedade. A tecnologia aprimora os suportes na procura do saber e deve ser usada de forma consciente. A interação entre esses três campos gera diversos benefícios para a educação, como é visível no V CIHLILEB — que proporciona uma experiência enriquecedora para os participantes, proporcionando a interação com pesquisadores nacionais e internacionais.
O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Fernando Rodrigues de Oliveira, esteve presente para participar da mesa-redonda para falar sobre tecnologias no campo da educação. Para ele, é de grande relevância “pensar como os recursos tecnológicos, ao longo da história da alfabetização, vão sendo utilizados como mecanismos de pensar uma inovação nas práticas de uso da leitura e da escrita, nesse ensino no âmbito da escola. Incorporar a discussão sobre as IAs, refletir sobre elas de uma maneira crítica, e pensar, obviamente, os seus benefícios e os seus impactos na sociedade é fundamental no processo de formação dos sujeitos de um modo geral”, ressaltou.
Como uma das representantes internacionais, a professora da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), da Argentina, Andrea Marta Brito, marcou presença no evento para realizar a palestra intitulada “SOB O AMPARO DA CULTURA ESCRITA: notas para uma história futura na América Latina”. Segundo a docente, é necessário voltar ao passado para entender como articular com as mudanças atuais.
“O Colóquio levanta um tema muito amplo, mas central, porque permite e propõe uma conversa sobre uma história de longo prazo da cultura escrita. Do barro às telas digitais, há processos de grandes mudanças. Hoje nos encontramos diante de uma cultura escrita atravessada pela materialidade digital. No entanto a história também nos permite encontrar algumas continuidades dentro dessas profundas transformações, e é isso que a pesquisa, a investigação e, em particular, o núcleo que aqui se reúne contribuem, pois é isso que nos permite continuar trabalhando, estudando e pensando intervenções educacionais relacionadas a esse tema”, compartilhou.
Para a professora convidada da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carmen Lúcia Guimarães de Matos, a ocasião é uma oportunidade para colocar em pauta a educação, principalmente da Região Nordeste. “Eu acho que contar a história da educação, do Brasil e do Nordeste é muito importante. O Brasil precisa lembrar a história das diásporas que nós temos sofrido do pessoal, do Nordeste para o Sudeste, das histórias de colonização que nos deram um legado de escravidão que perdura até hoje, da história do preconceito, da história não contada, de como esse Brasil foi alfabetizado”, informou.
O evento é um marco importante para a UFMA, que reafirma sua vocação como polo de produção científica e debate intelectual, especialmente, na área das humanidades. Assim, a instituição fortalece seu compromisso com a democratização do conhecimento e o estímulo à pesquisa crítica e inovadora.
A programação se estende até sexta-feira, 6, com a conferência de encerramento prevista para 17h, no auditório central, em São Luís.
Por: Aline Vitória e Giovanna Carvalho
Fotos: Sarah Dantas
Revisão: Jáder Cavalcante