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Doutoranda da UFMA lança obra poética que denuncia a opressão de gênero
A obra Asfixia, que explora as marcas deixadas pelo patriarcado na vivência feminina, escrita pela doutoranda em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Danielle Santos de Freitas, será lançada pela Editora Patuá, na próxima sexta-feira, dia 25, na Casa de Cultura Josué Montello, em São Luís.
Graduada em Biblioteconomia pela UFMA e mestra em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, Danielle de Freitas tem uma longa jornada acadêmica ainda em andamento, que exerceu bastante influência em sua produção literária. Atualmente, doutoranda em Ciências Sociais, ela ressalta a função social de sua criação poética:
“Ao longo desse percurso, venho pesquisando os impactos das desigualdades sociais sobre o direito à leitura — e essa investigação permeia e influencia profundamente a minha escrita. A poesia nasce da mesma urgência: denunciar estruturas de opressão, questionar silêncios e reivindicar a palavra como território político”.
Asfixia é o livro de estreia da autora, a qual surgiu em decorrência de um incômodo com a difícil realidade que atinge a todas as mulheres em algum nível: o enfrentamento cotidiano às opressões de gênero. “A poesia surgiu como resposta à misoginia estrutural, mas também como um gesto de resistência para não sucumbir à letargia, para reivindicar respiro diante do sufocamento imposto”, conta Danielle.
Por meio de uma linguagem poética, as personagens ganham voz para denunciar problemas geracionais. Elas são inspiradas por histórias reais e influenciadas por grandes intelectuais que formam a bagagem artística e política de Danielle. Audre Lorde, Silvia Federici, Hilda Hilst, Adélia Prado e Conceição Evaristo são algumas das autoras que a inspiraram por sua coragem em abordar as dores e os desafios coletivos da experiência feminina.
“As personagens de Asfixia são muitas e são uma só: mulheres afetadas por maternidades compulsórias, por violências íntimas e coletivas, por loucuras diagnosticadas e institucionalizadas, por guerras que se travam dentro e fora de casa. Inspiro-me nas histórias que escuto, nas que vivencio, nas que observo, nas que me atingem mesmo a distância. Há uma memória ancestral que também pulsa no livro”, explica a autora.
O lançamento de Asfixia será uma oportunidade para o público conhecer uma obra que não propõe uma leitura confortável, mas necessária. Segundo Danielle, seu desejo é que o livro convoque o leitor à escuta e à implicação: “Se os versos provocarem reflexão sobre esses ciclos de silenciamento e violência, e se abrirem brechas para o reconhecimento e a transformação, então o objetivo está cumprido”, concluiu.
Serviço:
O quê: lançamento do livro Asfixia
Quando: 25 de abril (sexta-feira)
Onde: Casa de Cultura Josué Montello
Por: Giovanna Carvalho
Revisão: Jáder Cavalcante