Docentes integram comissões de colóquio sobre paleografia digital nos estudos sobre a Inquisição Portuguesa

Em 22 e 23 de junho, na Universidade Nova de Lisboa, será realizado pelo Centro de Humanidades (Cham) da instituição o Colóquio “Humanidades Digitais e Estudos Inquisitoriais”. O evento, a ser ministrado de maneira híbrida, conta com dois professores da UFMA: João Batista Bottentuit, do Departamento de Educação II, na Comissão Científica; e a professora Marize Campos, do Mestrado Profissional em História (ProfHistória), na Comissão Organizadora do colóquio.  

A iniciativa marca o fim do projeto de investigação exploratória “A Transcrição dos processos da Inquisição Portuguesa (1536-1821)” (TraprInq), financiado pela Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT) de Portugal, em que, em 18 meses, uma equipe de paleógrafos luso-brasileira desenvolveu um modelo de inteligência artificial para transcrever documentos da Inquisição Portuguesa. O evento responde à dupla necessidade de fazer uma avaliação metodológica dos resultados do projeto e explorar novas possibilidades da paleografia digital, que tem tido desenvolvimento acentuado na década passada.

A professora Marize ressaltou a importância do colóquio na inserção da UFMA no campo de debates sobre as Humanidades Digitais no âmbito internacional e explicou o recente avanço das pesquisas na área. “Na década passada, muitos arquivos europeus digitalizam as suas coleções. O crescente número de reproduções digitais, junto ao avanço qualitativo nas técnicas de reprodução digital, acabou por fomentar o interesse pela base material do patrimônio cultural escrito. De fato, a investigação em paleografia nessa ‘era digital’ melhorou muito nas técnicas de reprodução, nos métodos de manipulação de imagens para melhorar a legibilidade, porém a distância entre imagens e textos continua muito grande”, expôs.  

As propostas, voltadas para investigadores e interessados do tema, devem ter duração máxima de 20 minutos e abordar os campos do uso de ferramentas digitais no estudo de fontes primárias e as pesquisas de campo, devendo ser enviadas para o e-mail traprinq@gmail.com até o dia 19 de fevereiro. Será dada atenção especial a propostas que colaborem institucionalmente com os arquivos detentores desses documentos e que corroborem o avanço da pesquisa, a criação de estruturas ou com utilização de plataformas existentes para a transcrição e edição em grande escala de coleções documentais.

 Por: Juan Terra

Produção: Alan Veras 

Revisão: Jáder Cavalcante