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Docentes da UFMA Imperatriz apresentam projetos na Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS em Brasília

publicado: 06/06/2025 10h46, última modificação: 06/06/2025 13h52
Pesquisas inovadoras voltadas para o enfrentamento da hanseníase ganham destaque nacional
Docentes da UFMA Imperatriz apresentam projetos na Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS em Brasília

As professoras Michelli Erica Souza Ferreira e Maria Aparecida Alves de Oliveira Serra representaram a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Câmpus Imperatriz, na Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS, realizada de 2 a 5 de junho, em Brasília. As docentes foram contempladas no Edital nº 31/2024 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que apoia projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em doenças determinadas socialmente.

O evento reuniu pesquisadores de todo o país, além de representantes do Ministério da Saúde e do CNPq, com o objetivo de fortalecer a ciência e a inovação voltadas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Monitoramento da Qualidade de Vida, Evolução Dermatoneurológica e Satisfação Quanto ao Serviço de Saúde Disponibilizado aos Pacientes com Hanseníase e Contatos” foi o projeto apresentado por Michelli Erica Souza Ferreira, docente do Curso de Medicina e Coordenadora do Laboratório de Fisiopatologia e Investigação Terapêutica (LaFIT II).

A hanseníase segue sendo um dos principais desafios de saúde pública em regiões hiperendêmicas, como Imperatriz, no Maranhão. Nesse contexto, o projeto tem por  objetivo monitorar, de forma ampla, os impactos da doença sobre a qualidade de vida, as condições neurológicas dos pacientes e a percepção desses usuários sobre os serviços de saúde.

Além do acompanhamento clínico, a pesquisa inova ao incluir ferramentas laboratoriais, como a sorologia anti-PGL-I e a dosagem da neurotrofina NGF, que podem ajudar no diagnóstico precoce e na prevenção de sequelas. A proposta também contempla ações de educação em saúde, qualificação de profissionais e formação de estudantes de medicina.

“O projeto fortalece o SUS ao propor uma abordagem que alia vigilância ativa, diagnóstico precoce e avaliação dos serviços de saúde. É um compromisso com a equidade e o cuidado integral”, destaca a Michelli Erica Souza Ferreira.

Apresentar o trabalho em Brasília foi, segundo ela, um momento de grande aprendizado e valorização do esforço coletivo desenvolvido no câmpus. Além de visibilidade, o evento proporcionou trocas ricas com pesquisadores de diferentes regiões e abriu portas para futuras parcerias. “Esse reconhecimento é um marco importante para a UFMA – Câmpus Imperatriz, e reforça nossa capacidade de produzir ciência de impacto social, alinhada às necessidades do SUS”, conclui.

O impacto direto do projeto já é percebido na comunidade, especialmente, nas ações realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que incluem diagnósticos, exames laboratoriais, avaliação da qualidade de vida e capacitação dos profissionais da rede pública.

Com uma estratégia inovadora, a simulação realística como ferramenta de capacitação, a hanseníase também é foco do projeto desenvolvido pela Docente do curso de Enfermagem, Maria Aparecida Alves de Oliveira Serra apresentou o projeto “Desenvolvimento, Validação e Implementação de um Cenário de Simulação para Treinamento de Profissionais de Saúde da Atenção Primária no Rastreamento da Hanseníase em Município Hiperendêmico”.

A proposta é treinar profissionais da atenção primária, preparando-os para realizar o rastreamento e o diagnóstico precoce da doença. “Nosso objetivo é melhorar a capacidade dos profissionais na identificação dos sinais precoces da hanseníase, o que impacta diretamente na redução da transmissão e das incapacidades físicas”, explica a professora.

O projeto dialoga diretamente com os princípios do SUS, ao propor uma metodologia que fortalece a atenção primária, qualifica os processos de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde e melhora o acesso ao diagnóstico e tratamento, beneficiando, principalmente, as populações em situação de vulnerabilidade.

Durante o evento em Brasília, a professora destacou que o ambiente foi altamente produtivo para compartilhar experiências, debater desafios e construir redes colaborativas. “Foi um momento muito enriquecedor, que reforça o papel do nosso câmpus na geração de conhecimento aplicado e na transformação da realidade local”, afirmou.

O impacto na comunidade já pode ser observado com a melhoria na capacidade dos profissionais de saúde da região em reconhecer, precocemente, casos de hanseníase, reduzindo os estigmas e as complicações associadas à doença.

As duas pesquisas são exemplos claros de como a universidade pública, nesse caso o câmpus Imperatriz da UFMA, tem um papel estratégico na produção de conhecimento científico com impacto direto na vida das pessoas. A participação no evento nacional reafirma o compromisso da instituição com o fortalecimento do SUS, a redução das desigualdades e a promoção da saúde em territórios historicamente negligenciados.

 

Por: Maria Clara Botentuit

Fotos: arquivo pessoal

Revisão: Jáder Cavalcante

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