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Docente do Departamento de História tem pesquisa sobre lago do município de Penalva publicada em revista internacional

publicado: 04/11/2021 13h24, última modificação: 04/11/2021 13h24
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O pesquisador da UFMA Alexandre Guida Navarro, docente do Departamento de História (Dehis) e do Programa de Pós-Gradução em História (PPGHIS), teve o artigo “Holocene coastal environmental changes inferred by multi-proxy analysis from Lago Formoso sediments in Maranhão State, northeastern Brazil”, que fala sobre o Lago do Formoso, localizado no município de Penalva, publicado em uma das revistas mais conceituadas no mundo, a Quaternary Science Reviews.

O professor contou um pouco sobre a pesquisa. “O Formoso, objeto do estudo, é um lago que fica no município de Penalva e nele existe uma estearia. As estearias foram moradias indígenas dentro de rios ou lagos que foram construídas com os esteios ou troncos das árvores e que serviam de sustentação para a construção das aldeias, originando, deste modo, as palafitas pré-coloniais. A aldeia do Formoso foi construída entre 850 e 1000 d.C.”, detalhou.

Alexandre Navarro falou que a pesquisa pôde reconstruir toda a dinâmica de um lago ao longo do tempo, que culminou na ocupação por um grupo indígena no ano 1000 d.C. “Como estes grupos não tiveram contato com os colonizadores portugueses, torna-se fundamental conhecer estas sociedades para saber como viviam e o que faziam””, completou.

De acordo com o docente, os principais resultados da pesquisa foram a descoberta de que o lago tem 7.500 anos de idade; que o nível do mar era mais alto e chegou até a região formando uma espécie de mangue; que há 5.500 anos a região era seca e predominava vegetação mais aberta; que há 2.500 anos o mar recuou e o lago passou a ter água doce e fresca, com povos do Sambaqui podendo ter ocupado a região; e que há 1.300 anos, o mar teve recuo máximo e o lago se configurou definitivamente.

Houve ainda, dentre os principais resultados, aqueles diretamente ligados ao povo que lá habitou. Foi verificado que havia grande presença de palmeiras, como o babaçu, e a intensificação da ocupação humana, com os povos das estearias vivendo na região entre o período de 600 d.C. até 1.100 d.C; que os povos das estearias impactaram e alteraram dramaticamente a região do Formoso, pois havia um alto índice de queimadas; e que o nível das águas subiu muito com o aumento de chuvas em 1.100 d.C., o que deve ter provocado o abandono das estearias.

Saiba mais

A pesquisa foi feita em parceria com pesquisadores do Laboratório de Arqueologia da UFMA (Larq) e das Universidades Federais do Pará (UFPA) e do Tocantins (UFT), além das instituições alemãs University of Goettingen e Martin Luther University Halle-Wittenberg. O projeto também contou com alunos da Unidade Escolar Tancredo Neves, de Penalva, assim como seu professor de Biologia Francisco Oliveira. A participação da comunidade, conforme destaca Navarro, desenvolve o sentimento de pertencimento, o que contribui, dentre outras coisas, para a preservação dos sítios arqueológicos.

Por: Kaio Lima

Produção: Laís Costa

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