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Docente da UFMA conquista o primeiro lugar na 35ª edição do Prêmio Design Museu da Casa Brasileira
Uma estratégia para reduzir a pobreza e a desigualdade por meio da criatividade: o professor do curso de Design da Universidade Federal do Maranhão Carlos Delano Rodrigues obteve o primeiro lugar na 35ª edição do Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, com o trabalho intitulado “O Design em Assembleias Projetuais: desafios e alternativas para a sustentabilidade do projeto participando em bairros vulneráveis”. A pesquisa foi feita por meio do doutorado em Design da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, sob a orientação dos docentes Rita Assoreira Almendra e Carlo Franzato.
Há treze anos atuando como professor da UFMA, Delano Rodrigues também já coordenou projetos para diversas empresas e instituições, tais como a Vale, Fundação Roberto Marinho, Globo e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em 2011, lançou o livro “Naming: o nome da marca”, sendo a primeira literatura especializada no assunto em língua portuguesa. Atualmente, investiga como a cultura do design pode contribuir para a sustentabilidade em espaços de exercício da micropolítica, em que vem explorando as temáticas da articulação entre o design e a política, design social, empreendedorismo social, design participativo e codesign.
Política social no bairro do Desterro
Delano explicou que o trabalho premiado foi concebido graças a um experimento de design participativo, realizado no bairro do Desterro, no Centro Histórico de São Luís, com a formação de um grupo de jovens que vivenciam a realidade do território, em que trouxeram à tona as potencialidades e os problemas do local. Diante disso, desenvolveram uma série de ideias ligadas às questões sobre habitação, cultura, segurança pública, participação cívica e geração de emprego e renda que podem atrair melhorias significativas para o bairro.
O objetivo do projeto, segundo o docente, foi compreender por que os processos de design participativo sofrem dificuldades na implementação de seus resultados. “A pesquisa durou quatro anos, mas o experimento do Laboratório de Design Social do Desterro ocorreu entre os anos de 2016 e 2017. A hipótese comprovada na minha pesquisa afirma que o trabalho de design participativo em cenários de bairros em situação de vulnerabilidade social não é sustentável, visto que sua manutenção ao longo prazo não é garantida, devido à falta de infraestrutura técnica e social que possibilite a implementação de ideias e consolidação desses grupos que trabalham, estudam ou vivem nesses bairros”, detalhou.
O trabalho é a base conceitual do projeto de extensão da Universidade “Laboratório de Design Social da Cidade (Labdes-Cidade)”, que vem contribuindo para a sustentabilidade de organizações sociais que atuam no Polo Coroadinho. “O Prêmio Design Museu da Casa Brasileira é uma das premiações mais longevas e respeitadas do país, uma vez que conta com um júri bastante rigoroso. Fiquei bastante lisonjeado por ter recebido a primeira colocação, principalmente, por grande parte da pesquisa ter sido desenvolvida aqui em nossa São Luís”, expressou.
Saiba mais
O Museu da Casa Brasileira (MCB), instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, administrada pela Fundação Padre Anchieta, dedica-se às questões da morada brasileira pelo viés da arquitetura e do design. Ao longo de cinco décadas de existência, tornou-se referência nacional e internacional nessas áreas por promover programas como o Prêmio Design MCB, concurso criado em 1986 com o objetivo de incentivar a produção brasileira no segmento, e o projeto Casas do Brasil, de resgate e preservação da memória sobre a diversidade de morar do brasileiro.
Por: Lucas Araújo
Produção: Bruna Castro
Revisão: Jáder Cavalcante