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Docente da UFMA assume cargo no Ministério da Igualdade Racial

publicado: 07/03/2023 15h05, última modificação: 08/03/2023 12h55
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A professora do curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade Federal do Maranhão Kátia Regis passa, agora, a integrar o Ministério da Igualdade Racial (MIR), ocupando o cargo de coordenadora-geral da Coordenação de Justiça Racial e Combate ao Racismo, vinculada à Diretoria de Políticas de Combate e Superação do Racismo da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo. A portaria da nomeação foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 2 de março de 2023, assinada pela ministra Anielle Franco.

Para a professora Kátia Regis, será uma grande honra trabalhar no MIR. “A Coordenação de Justiça Racial e Combate ao Racismo tem por objetivo acompanhar os debates internacionais sobre justiça racial nos fóruns da Organização dos Estados Americanos (OEA), na Organização das Nações Unidas (ONU), na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e, particularmente, em países do Continente Africano e da América Latina e Caribe. Também vai monitorar organismos internacionais de combate ao racismo para propor políticas de cooperação, bem como acompanhar o trabalho de embaixadas e órgãos internacionais para a superação do racismo no Brasil”, detalhou.

Natural de Santo André (ABC paulista), Kátia Evangelista Regis é professora Associada I da UFMA, vinculada ao curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros. A Universidade é pioneira nessa área, sendo a primeira a criar o curso e obtendo o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) com a nota 4, em uma escala de 1 a 5, o equivalente ao conceito “Muito Bom”. A avaliação deu notável relevância a itens como organização didático-pedagógica e corpo docente, recebendo o conceito máximo na escala do MEC.

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Graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP - 2000), mestra (2004) e doutora (2009) em Educação: Currículo, ambos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Kátia já realizou estágios de pós-doutorado, um no Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo (PUC-SP), em parceria com a Universidade Pedagógica de Moçambique (2015), com a pesquisa “O ensino da História e Cultura Africana no Brasil e em Moçambique: desafios e possibilidades”, e o outro na Faculdade de Educação da Universidade Púnguè/Moçambique (2022), com a investigação “A incorporação dos conhecimentos indígenas africanos nos currículos da África do Sul, de Moçambique, da Tanzânia e do Zimbabwe: fundamentos epistemológicos para o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”.

Atua como coordenadora e docente de seminários na Especialização e Curso Internacional Estudos Afro-Latino-Americanos e Caribenhos, realizado pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), é integrante do Comitê Científico do Grupo de Trabalho nº 21 Educação e Relações Étnico-Raciais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), e integra a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Pesquisadoras Negras (ABPN); do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB-UFMA); do Núcleo Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (NIESAFRO-UFMA) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (Núcleo GERA-UFPA). Seus principais temas de discussão na área educacional são Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; Políticas Curriculares; Formação de Professores e Professoras.

Em outubro de 2019, ela recebeu da UFMA a distinção honorífica Palmas Universitárias, que tem por objetivo homenagear professores e técnicos-administrativos da instituição, já no dia 20 de dezembro de 2019, recebeu o título de cidadã maranhense no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), como reconhecimento pelo trabalho realizado junto à comunidade afro-brasileira no estado e à sua luta pelas causas raciais e regionais. 

No Maranhão, Kátia realizou um grande trabalho de pesquisa sobre o Bloco Afro-Maranhense Akomabu, do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA). Com o apoio da UFMA, a pesquisa teve por objetivo compreender como as ações educativas realizadas pelo grupo contribuem para a construção da identidade negra, para a valorização da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, além de proporcionar elementos para o questionamento dos currículos eurocêntricos das instituições educacionais.

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Kátia Régis também já liderou vários grupos de estudantes do curso de Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros, para viagens à República de Moçambique e a Cabo Verde, no continente africano, onde realizaram pesquisas de campo, participaram de congressos e foram em busca de parcerias, na cidade de Maputo, capital de Moçambique, e em Praia, capital de Cabo Verde, representando a Universidade Federal do Maranhão.

Kátia Regia é a segunda docente da UFMA a ocupar um cargo no Governo Federal, em Brasília. No dia 1º de janeiro de 2023, o professor do curso de Direito Flávio Dino, assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Por: Sansão Hortegal

Fotos (arquivo): Luciano Santos

Revisão: Jáder Cavalcante

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