Dia nacional dos surdos é comemorado na Fábrica Santa Amélia da UFMA

Em alusão ao Dia Nacional dos Surdos, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) propôs, por meio da Diretoria de Acessibilidade (Daces), da Pró-reitoria de Ensino (Proen), evento para ressaltar e relembrar a data comemorativa. Realizado na manhã dessa terça-feira, 26, na Fábrica Santa Amélia, em São Luís, o encontro reuniu autoridades da Universidade, pessoas com deficiência auditiva, monitores e diversos intérpretes

A programação contou com a roda de conversa “A inclusão de surdos nos Cursos de Hotelaria e Turismo na Fábrica Santa Amélia: Desafios que precisam ser discutidos”, com participação da diretora do Daces, Nilza Quixaba; da especialista em educação especial, Roselane Martins; das discentes Bruna Rafaelly e Thamires Barros; além do graduado em Turismo Etelvino Neto. Houve também a oficina “Os principais pontos turísticos de São Luís - MA, em Libras”, ministrada por Etelvino Neto.

A discente do 6° período do Curso de Hotelaria Bruna Rafaelly faz parte da Comunidade Surda no Brasil e esteve presente na ocasião como palestrante. Ela destacou sua história de vida e ressaltou a necessidade de discutir temas centrais que são pouco explorados no dia a dia. "O começo da Graduação foi um período muito difícil, principalmente pela ocorrência da pandemia, com as aulas on-line que, muitas vezes, não tinham legenda. Eu tive certa dificuldade, como uma pessoa surda que precisava interagir com os colegas, fazer atividades e apresentações. O que me ajudou muito foi a presença dos intérpretes, e, depois disso, comecei a divulgar mais a questão da inclusão e como o papel desses profissionais muda a nossa vida, pois com eles é mais fácil adaptar-se, entender os conteúdos e os docentes", afirmou.

Jonatan Rocha, educador e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da Universidade, foi um dos selecionados para realizarem a mediação do evento. Ele tem contato com a comunidade surda desde o ano de 2016, época em que se envolveu com um programa de voluntário de cunho religioso. “Uma questão que percebo já há bastante tempo é como os surdos acabam passando despercebidos. Os surdos, diferente de outras comunidades, não aparentam ser surdos, e isso cria um problema de acessibilidade e inclusão. Eventos como o de hoje reforçam a necessidade da divulgação desses temas. Por isso, ao ter contato com uma pessoa com deficiência auditiva, tente se comunicar, aprenda os sinais, aprenda a se apresentar; isso já é um passo muito importante. Eles são pessoas muito amáveis que gostam de conversar”, disse.

A diretora do Centro de Ciências Sociais (CCSo) da UFMA, Lindalva Maciel, comenta que, desde 2016, está sendo realizada uma forte movimentação contra o capacitismo, protagonizado por alunos e alunas do CCSo. “O evento que promovemos aqui na Fábrica Santa Amélia é em referência a um dia de destaque, em que colocamos cada vez mais em evidência o trabalho em favor das pessoas com deficiência. Espero que essa iniciativa continue se consolidando e que estejamos sempre atentos em favor de todas as minorias e comunidades. É preciso respeitar o outro como todos nós gostaríamos de ser respeitados”, finalizou.

Dia Nacional dos Surdos

Comemorado nessa terça-feira, 26 de setembro, o "Dia Nacional dos Surdos" foi instituído pela Lei n° 11.796 de 2008 e prioriza, anualmente, a proposição de debates e reflexões acerca dos direitos e das lutas a favor da inclusão das pessoas surdas na sociedade. No Brasil, a data é celebrada nesse dia, devido à inauguração, em 1857, da primeira escola para surdos, denominada como Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).

Por: Júlio César

Fotos: Gabriel Jansen

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante