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Dia Mundial do Livro: conheça projetos relacionados à leitura na UFMA

publicado: 23/04/2024 10h04, última modificação: 23/04/2024 10h17
Dia do Mundial do Livro: conheça projetos relacionados à leitura na UFMA

A leitura possui o mais fundamental dos papéis no âmbito da educação, além de estar consolidada desde os primórdios de sua existência como um aparelho de inquestionável importância nos processos de transformação social e cultural. Com todas essas questões, o dia 23 de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para a celebração do Dia do Mundial do Livro, em tributo aos escritores Miguel de Cervantes, Inca Garcilaso de la Vega e William Shakespeare, falecidos nessa data no ano de 1616.

A data também tem o intuito de celebrar os meios literários, difundir a arte da escrita e leitura e promover um debate socioeducativo sobre os aperfeiçoamentos comunitários que essa manifestação artística e educacional gera incessantemente. Objetivos como esses são esforços diários promovidos com potência pela gestão da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e toda a comunidade acadêmica.

A Editora da Universidade Federal do Maranhão

A instituição abriga diversos projetos que contribuem para a difusão da leitura e do letramento literário não somente nos espaços internos da UFMA, mas na sociedade de forma geral. Uma dessas iniciativas é a Editora da Universidade Federal do Maranhão (Edufma). Fundada em 28 de junho de 1988 pelo então reitor José Maria Cabral Marques, a Edufma demonstra seu alto compromisso com a literatura e outras modalidades da atividade escrita desde seu nascimento, sendo uma grandiosa base de sustentação para o tripé da universidade: ensino, pesquisa e extensão.

Acompanhando com vigor a produção científica da instituição, a editora se mantém como uma vitrine de relevância indiscutível de produtos editoriais que subsidiam o desenvolvimento científico, tecnológico, educacional e artístico com compromisso social, autonomia e transparência. Em 2024, ultrapassou o número de 1530 livros registrados, contando com os 250 e-books disponíveis gratuitamente em seu catálogo. Além disso, 2024 também marca a inserção de suas obras no catálogo nacional da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (ABEU), ampliando a visibilidade institucional da organização.

Suênia Oliveira Mendes, diretora da Edufma e presidente do Conselho Editorial, comenta sobre o que uma editora própria da Universidade oportuniza: “[A Edufma] oferece à comunidade acadêmica a oportunidade de ampliar o alcance e a visibilidade de suas pesquisas e produções intelectuais para públicos especialistas, em seus pares, como pesquisadores, mas também para a comunidade em geral, fazendo esse diálogo entre universidade e sociedade. Além disso, a editora universitária proporciona um ambiente propício para a colaboração e o intercâmbio acadêmico, envolvendo professores, pesquisadores e estudantes no processo editorial, que envolve desde a revisão do conteúdo, projeto gráfico e avaliação pelos pares sobre esse conteúdo. Também é vista como prática da EDUFMA a comunicação e a divulgação desses materiais em ampla escala, dialogando com outras instituições, outros estados e outras nações. Dessa maneira, fortalecemos a cultura científica existente dentro de uma universidade”.

A diretora da Edufma fala ainda sobre a importância do incentivo à leitura, além de destacar ações promovidas pela editora para a propagação dessa prática: “Eu trago algumas citações, como a de Conceição Evaristo, onde ela diz: 'não nasci rodeada de livros, mas de palavras.' Quando ela fala 'palavra', eu cito também João Doederlein, onde em sua obra 'O Livro dos Ressignificados', ele diz: 'palavra é arma, é escudo, é pedido de desculpa, é do que são feitas as cartas de amor, é ingrediente principal de uma boa conversa, é um punhado de letras se abraçando, é a melhor amiga do poeta, é a mãe da literatura; usada da forma errada, tortura'. Complementando esse ressignificado, também temos Ruth Rocha: 'leitura antes de mais nada é estímulo, é exemplo'. Citando José Saramago: 'a leitura é provavelmente uma outra maneira de estar em um lugar'. Citando Ziraldo: 'o importante é motivar a criança para a leitura, para a aventura de ler'. Para Paulo Freire, é preciso que a leitura seja um ato de amor. Malala coloca: 'os livros têm o poder de mudar vidas, abrir mentes e inspirar sonhos'. Pegando essas diversas frases, em especial a última, é que a Edufma tem a concepção que, diante do mundo interno e externo, de turbulências existentes, o livro traz essa aventura do bem-estar, do social, em uma concepção que dialoga com todos os que estão ao redor [...] [É pensando nisso que] as ações que a Edufma está promovendo, como o lançamento e relançamento coletivo de obras da editora e rodas de conversas referente às nossas publicações, estão sempre dialogando, acrescentando e fazendo com que a Universidade e seu conhecimento esteja no cotidiano”.

Esses princípios estão evidenciados com clareza nos 10 livros mais lidos da EDUFMA no ano de 2023, com temáticas que passeiam entre a história da cultura material escolar, desenvolvimento sustentável, questões de gênero e sexualidade e abordagens epistemológicas e metodológicas sobre obras fílmicas em seus espaços estéticos. São eles:

  • A Cara do Brasil: Português para estrangeiros (Naiara Sales Araújo, Monica Panigassi Vicentini e Ana Flávia Boeing Marcelino);
  • PASSÁVAMOS LIGEIROS SOBRE AS ÁGUAS: História Social da Baixada Maranhense Oitocentista (Ítalo Domingos Santirocchi Marcelino);
  • Cultura material escolar em perspectiva histórica: escrita e possibilidades (Vera Lucia Gaspar da Silva, Gizele de Souza e Cesar Augusto Castro);
  • Linguagem e práticas discursivas: questões teóricas e metodológicas (João da Silva Araújo Júnior, Ilza Galvão Cutrim, Maria da Graça dos Santos Faria e Mônica da Silva Cruz);
  • Itinerários de pesquisas em histórias conectadas (Lyndon de Araújo Santos);
  • Ensaios sobre experiências com os sujeitos da pesquisa (Patrícia Azambuja e Melissa Moreira Rabêlo);
  • Anais do I Simpósio de Ciências Ambientais: biodiversidade e desenvolvimento sustentável (Raissa Rachel Salustriano da Silva-Matos… [et al.]);
  • Anais do IV EMGES – Encontro Maranhense sobre Gênero, Educação e Sexualidade & II SICODE – Simpósio Nacional Corpos e Diversidade na Educação – Corpos,
  • Gêneros e Sexualidades nas Ciências Humanas e Sociais: desafios da atualidade (Sirlene Mota Pinheiro da Silva, Jónata Ferreira de Moura e Zeila Sousa de Albuquerque);
  • II Seminário Ciência Cine Guarnicê: ciência, memória e educação: relações em movimento (Marcos Fábio Belo Matos… [et al.]);
  • Anais do I Congresso Nacional Acadêmico de Odontologia da Universidade Federal do Maranhão (Letícia Machado Gonçalves … [et al.]).

 

Clube de Leitura do GEPPLEM

Entre outras ações espalhadas pela instituição com a intenção de perpetuar o valor do universo dos livros, encontra-se o Clube de Leitura do Grupo de Pesquisa e Extensão em Mediação e Práticas de Leitura (GEPPLEM), projeto de extensão vinculado ao Departamento de Biblioteconomia e ao Colégio Universitário da UFMA (Colun). O clube busca assumir um compromisso social na curadoria para a escolha das obras debatidas, destacando tópicos como letramento racial e o próprio acesso à literatura como centrais para o desenvolvimento dos encontros.

Caracterizado como um “clube de leitura itinerante”, a iniciativa coordenada pela professora Leoneide Maria Brito Martins, do Departamento de Biblioteconomia, ao lado da professora Aldenora Resende Neta, do COLUN, procura sempre ultrapassar o espaço físico da universidade por possuir como um de suas motivações básicas a democratização e a propagação da leitura literária em espaços diversificados: “O objetivo do nosso grupo de pesquisa é desenvolver pesquisas e projetos de extensão na área de letramento literário, de mediação de leitura e de bibliotecas públicas, comunitárias e escolares, além de desenvolver a leitura literária com vários públicos e integrar profissionais de diferentes áreas que podem e devem atuar no campo da leitura para formar leitores e também para formar mediadores de leitura que vão ser agentes multiplicadores na formação desses leitores”, comenta a professora Leoneide Maria Brito Martins.

“O ponto que eu vejo que tem dado mais resultados no nosso grupo tem sido o nosso clube de leitura, formado por professores, alunos, bibliotecários e licenciados que queiram realmente trabalhar a questão da leitura e da formação de leitores. Escolhemos um livro a cada dois meses para debatermos, [pensando em] incentivar a leitura, trabalhar com as memórias e experiências literárias, e dar espaço para que as pessoas manifestem as suas impressões e os seus pontos de vista. Essas reuniões acontecem em vários lugares, podendo ser em uma biblioteca pública, em uma biblioteca escolar ou na própria Universidade” finaliza Leoneide.

O engajamento do grupo com essa causa será reforçado no próximo encontro do Clube de Leitura do GEPPLEM, que ocorrerá nesta quarta-feira, 24, na Biblioteca Laura Rosa do IEMA - Centro, com a presença de cerca de 80 alunos da instituição de ensino. Na ocasião, serão debatidas duas obras de Lygia Bojunga, “A Bolsa Amarela” e “Livro - Um Encontro”, com a segunda retratando justamente a relação da autora com a leitura e a produção literária. Além do clube, o GEPPLEM desenvolve anualmente eventos como o Piquenique Literário, realizado sempre em espaços públicos, e o Arraial Literário, um projeto que busca unir manifestações culturais locais e regionais com o universo dos livros.

Clube de Leitura do CCH

Outras ações são promovidas ou iniciadas entre os múltiplos corredores da instituição. Um outro exemplo é o Clube de Leitura do CCH, criado em 2019 e coordenado pelas bibliotecárias Luciana Palácio e Erlane Alcântara. Com encontros realizados bimestralmente e sempre localizados na Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, os livros debatidos são escolhidos por meio de votação pelos clubistas. Os interessados em participar das reuniões devem entrar em contato com a coordenação do clube através do e-mail biblioteca.cch@ufma.br.

Clube do Livro Nonada

Uma outra iniciativa vem tomando forma em outros cantos da UFMA. Trata-se do Clube do Livro Nonada, projeto desenvolvido pelo Diretório Acadêmico de Comunicação Social - Gestão Lima Barreto, mas que pretende abraçar os estudantes em sua totalidade e coletividade, prometendo ser um espaço de reflexão artística e sociopolítica dentro da instituição, além de um ambiente de integração entre todos os cursos da Universidade e de desenvolvimento pessoal para os discentes.

O primeiro encontro do clube está marcado para o dia 30 de abril e ocorrerá em parceria com o Grupo de Estudos Trabalho Escravo e Comunicação (GETECOM), debatendo o livro “Quarto de Despejo: Diário de Uma Favelada” de autoria de Maria Carolina de Jesus, uma obra com temáticas muito poderosas e que se mostra um instrumento de denúncia social. Para conhecer mais sobre o projeto e participar das reuniões do Nonada, você pode acessar o Instagram do clube clicando neste link.

No Dia Mundial do Livro, o incentivo à prática e ao acesso à leitura se fortifica. No entanto, a existência de iniciativas como as citadas e diversas outras espalhadas pela Cidade Universitária e pelos Câmpus do continente são essenciais a cada segundo, pois a leitura é um elemento fundamental para que não somente a Universidade possa seguir prosperando, mas a humanidade como um todo.

 

Por: Gabriel Jansen

Fotos: Karla Costa e Gabriel Jansen

Produção: Sarah Dantas

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