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DIA DAS MULHERES #2

Dia Internacional da Mulher: a trajetória, os desafios e as conquistas na vida de duas pesquisadoras da UFMA

publicado: 08/03/2022 07h55, última modificação: 08/03/2022 22h28

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é também uma data que ressalta e celebra as conquistas diárias, a força e o empoderamento das lutas diárias de mulheres que passaram a ocupar espaços que antes eram restritos somente aos homens, tal qual lutou e alcançou a professora da rede municipal de ensino de São Luís, repórter e produtora do Portal Maranhão Independente e mestranda em Comunicação da UFMA, Sâmia Cristina Martins Silva; e a jornalista, mestra em Ciências Sociais, doutora em Comunicação, pós-doutora em Sociologia e Antropologia e docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – Mestrado Profissional da UFMA, Flávia de Almeida Moura.

Na sua primeira graduação, em Letras, a mestranda Sâmia Cristina já tinha uma rotina bastante movimentada, em que estudava e já trabalhava, mas já na segunda graduação, em Comunicação – Jornalismo, ainda teve que conciliar seu tempo com a maternidade. No início da gravidez, logo no segundo período, por conta dos enjoos e tontura, teve que abandonar o curso e retornou somente depois de um ano e meio. Sâmia relatou como é ser mãe e pesquisadora nos dias de hoje: “Com certeza é lidar com um pouco de culpa, porque fica aquele sentimento de que eu poderia estar mais com meu filho, mas, ao mesmo tempo, não posso deixar de lado os afazeres que tenho e que são cruciais até pra eu ter condições financeiras para criá-lo”, revelou.

Sâmia contou que, no início, ficava com o “coração na mão” por causa do seu bebê, mas que a adaptação foi tranquila, pois tem uma rede de apoio que lhe permite trabalhar e estudar. “Eu sou muito orgulhosa de saber que meu filho, mesmo tendo apenas cinco anos, já percebe o que eu faço e se espelha, daí a visão dele sobre mulheres já é associada ao trabalho, ao estudo frequente, a bastante leitura, vejo isso nas falas dele e no fato de ele também sempre querer imitar hábitos como estar sempre entre os livros”, mencionou a mestranda sobre sua experiência como pesquisadora e mãe.

A professora Flávia de Almeida detalhou que sua trajetória acadêmica é focada nos estudos de comunicação e de ciências sociais, pois seu interesse é entender as práticas comunicativas nos processos de emancipação social dos sujeitos e nos direitos humanos. Ela também falou sobre sua vivência na maternidade em meio aos trabalhos acadêmicos. “Fiz a prova do doutorado quando meu filho tinha apenas 27 dias. Foi muito desafiador, mas venci e acredito que o preço de ocupar o lugar historicamente dos homens na sociedade ainda é muito alto para as mulheres, pois acabamos acumulando jornadas no trabalho e, em casa, somos cobradas por isso. Hoje em dia, ser mãe e pesquisadora é mais fácil do que há 20 anos, mas ainda muito complexo pelo acúmulo de afazeres e o não reconhecimento por isso”, analisou a docente.

Flávia realçou que a gravidez nunca atrapalhou seus estudos e carreira, e relembrou que, quando seu filho tinha um ano e meio, ambos foram morar em Porto Alegre, local de seu doutorado. Ela mencionou que, mesmo com os desafios iniciais, aprendeu a “estar de corpo e alma” com seu bebê. “Hoje meu filho tem nove anos e acompanha muitos trabalhos de pesquisa que eu desenvolvo. Durante a pandemia, ele assistiu a várias aulas e reuniões do grupo de pesquisa em casa comigo, pelo Google Meet, e acho que agora entendeu o trabalho da mãe”, pontuou.

Saiba mais

O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março. A data é uma iniciativa lançada pela Organização das Nações Unidas em 1975 com o objetivo de celebrar conquistas e garantir a plena autonomia e direitos básicos para mulheres de todo o mundo. Nesta data, a Universidade Federal do Maranhão celebra e se orgulha de todas as mulheres que compõem sua comunidade acadêmica, essenciais para o desenvolvimento da instituição diariamente.

Por: Hemylly Mendes

Produção: Laís Costa

Revisão: Jáder Cavalcante

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