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Dia da Ciência e Tecnologia: UFMA sempre empenhada na produção científica e avanços tecnológicos

publicado: 16/10/2024 12h35, última modificação: 25/10/2024 10h00
Dia da Ciência e Tecnologia: UFMA sempre empenhada na produção científica e avanços tecnológicos

Desde a concepção da ideia até a chegada ao mercado, cada avanço tecnológico capaz de causar mudança na vida de milhares de pessoas passa por muita contestação, testes, falhas e aprimoramentos. Tudo isso só é possível por causa dos cientistas que se arriscam a pensar fora do convencional e se propõem a tentar, errar e tentar de novo, sempre aprendendo com os erros e usando o conhecimento para criar meios de superar os desafios que aparecem em sua frente.

Tendo em mente as recorrentes inovações tecnológicas que estão surgindo a cada dia, melhorando aspectos na vida da população, desde a saúde a ações cotidianas de lazer, e, como essas só existem depois de uma base científica de questionamento e aprendizagem, a data 16 de outubro foi a escolhida para comemorar o Dia da Ciência e Tecnologia, com objetivo de celebrar e incentivar ainda mais os cientistas que são capazes de gerar tantas descobertas no campo da tecnologia por meio das suas pesquisas.

Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o comprometimento com a produção científica é algo essencial e alcança milhares de pessoas, com as variadas formas de incentivo à pesquisa e inovação. Cada vez mais, o reconhecimento dos discentes e docentes da instituição, nos seus respectivos campos de atuação, demonstra como essa preocupação da Universidade produz grandes resultados na formação dos estudantes e na inovação que pode ser utilizada na vida real mais à frente.

A UFMA mantém sua função de instituição de ensino e leva muito a sério a produção de ciência pelos seus discentes e reconhece quão essencial esta é para sua formação e avanço na área que escolheram. Atualmente, a Universidade conta com 1.042 projetos de pesquisa vigentes e mais de 400 grupos de pesquisa, em seus 72 cursos em modalidade stricto sensu, dentro de 57 programas diferentes. Com esse cenário, Flavia Nascimento, pró-reitora da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-graduação e Internacionalização (Ageufma), afirma que a dedicação da Universidade cresce cada vez mais, sempre prezando em oferecer a melhor formação para os estudantes e lhes apresentar ferramentas que eles poderão usar no futuro durante sua vida profissional além da acadêmica.

“No Brasil, a produção científica está bastante concentrada nas universidades públicas, em especial, na pós-graduação. Na UFMA, essa realidade não é diferente. A produção de artigos publicados e indexados nas bases internacionais, nas diversas áreas, tem crescido, não só numericamente, mas também em impacto. Do mesmo modo, cresceram os números de patentes solicitadas pelos pesquisadores da UFMA, o que demonstra o caráter cada vez mais inovador e disruptivo de nossas pesquisas. Esse ambiente produtor de ciência e inovação é o que caracteriza uma universidade. Isso é muito relevante para a formação de nossos discentes como um todo. A vivência na pesquisa apura o olhar e remete a questionamentos que, para serem respondidos, exigem método científico, rigor ético e pensamentos abertos para buscar soluções. Um profissional que realizou uma boa iniciação científica, certamente, desenvolveu um olhar mais apurado e atuará em qualquer campo de trabalho com maiores habilidades. O trabalho tem que ser constante para estimular discentes, docentes e técnicos para continuarem buscando soluções para as demandas da sociedade. Afinal, a ciência está em tudo o que usamos diariamente, e cada um dos avanços que tornam nossa vida melhor surgiu em uma simples pergunta do passado. A ciência salva vidas”, declara a pró-reitora.

Ciência em prol das pessoas 

Entre as diversas pesquisas sendo realizadas simultaneamente na UFMA, são muitas as que conseguem seu devido reconhecimento pela possibilidade de os resultado obtidos serem considerados avanços tecnológicos em diversas áreas, e, principalmente, existem, entre essas pesquisas, muitas cujo produto alcançado pode ser uma importante ferramenta para resolver problemas reais e também auxiliar em áreas que afetam a vida de milhares.

Um exemplo disso é a pesquisa do graduado em Ciência da Computação, pela Universidade Federal do Maranhão, Daniel Moreira Pinto, que desenvolveu um método de diagnosticar a doença hepática não alcoólica, a Esteatose Hepática Não Alcoólica (EHNA), por meio de imagens térmicas da superfície do abdômen. Durante sua graduação, Daniel Moreira realizou a pesquisa no Núcleo de Computação Aplicada da UFMA (NCA) e contou com a orientação do professor Aristófanes Corrêa Silva. A pesquisa foi premiada no Prêmio FAPEMA 2023, na categoria Jovem Cientista – Ciências Exatas e Engenharias, pela relevância e inovação que o projeto representa.

O método desenvolvido na pesquisa de Daniel Moreira consiste em conseguir realizar um diagnóstico mais rápido e de uma forma não invasiva no paciente, ao incorporar um exame que utiliza termografia para gerar imagens do fígado do indivíduo, uma forma mais eficaz de conseguir reconhecer a presença de gordura no órgão, algo que o pesquisador explica que foi possível por se tratar de um mecanismo mais presente na área de Computação do que na saúde, logo a troca de conhecimentos entre ambas foi essencial para pensar essa nova alternativa.

 

“A computação é e pode ser aplicada a diversas outras áreas e em variados campos da indústria, da saúde e de outros pontos da ciência. Às vezes, o inverso acontece em outros campos, ou buscamos uma computação para trabalhar na sua área. Aqui no NCA, principalmente, no laboratório do meu orientador, a gente tem um grande costume de trabalhar com a visão computacional, analisar visualmente figuras, vídeos, imagens, evolução de um paciente. Enquanto isso é muito aplicado na área da saúde, com raios-X, tomografia, ultrassom, e, um pouco mais raro, por meio da termografia, algo que é de extensa aplicação na área de visão computacional”, explica o pesquisador.

Daniel também afirma que, mesmo com desafios para realizar sua pesquisa ligada à área da saúde, ter um médico especialista para acompanhar a pesquisa foi essencial para conhecer o que já existe de pesquisas relacionadas ao uso de termografia para diagnóstico da esteatose e de que forma a computação poderia avançar ainda mais o uso desse método de exame nos pacientes, nesse caso, por meio de uma rede desenvolvida para aprender a detectar a diferença dos fígados afetados pelas doenças e os saudáveis, facilitando o diagnóstico.

“O desafio principal da pesquisa é que nós não somos médicos, a gente tem que ter essa comunicação sempre com o especialista para conseguir desenvolver o trabalho. E às vezes é difícil, porque a gente nem sabe exatamente o que estamos procurando, ou como conseguir validar as métricas, ou saber que estamos conseguindo resultados bons o suficiente. Por isso é essencial a ponte constante entre o cientista e o especialista, para a gente conseguir determinar realmente que o nosso trabalho está sendo relevante e realmente ajudando o médico", apontou Daniel.

Esse método desenvolvido representa uma ferramenta de melhoria na qualidade de vida da população afetada pela doença hepática com uma chance de reconhecer a Esteatose de forma precoce e começar o tratamento quanto antes. Além disso, caso incorporado por centros de saúde, no futuro, pode reduzir os custos na saúde e tornar bem mais acessível o diagnóstico e cuidado dos pacientes afetados pela EHNA. Tendo em vista como isso pode impactar positivamente a vida de inúmeras pessoas no futuro, o NCA continuará a trabalhar com essa questão, embora Daniel Moreira já esteja trabalhando outra abordagem científica em seu mestrado, outro estudante pode no futuro trabalhar com a questão e desenvolver ainda mais essa inovação tecnológica capaz de tanta melhoria na qualidade de vida das pessoas.

O orientador da pesquisa, Aristófanes Corrêa Silva, do Núcleo de Computação Aplicada da UFMA (NCA), explica qual o papel do laboratório na vida acadêmica dos alunos para auxiliar os alunos a expandir suas pesquisas além da base acadêmica. “A gente sai de uma área que é estritamente programação, matemática, para entrar em alguma área que não tem muito a ver com a nossa. É um processo lento, complicado, parece uma escada nova. A gente mergulha naquilo ali de um modo muito superficial e vai se aprofundando aos poucos”, salienta. 

Além disso, Aristófanes destaca como é gratificante ver os alunos desenvolverem pesquisas que são reconhecidas pelo seu avanço tecnológico, como foi o caso da pesquisa de Daniel Moreira, premiada no Prêmio FAPEMA. “Eu sinto muito orgulho deles. Aluno para a gente não é um produto, é uma pessoa. Então, a cada conquista deles, a cada artigo aceito, a cada elogios que eles têm por aí, pelo mundo afora, para a gente é muito. É fundamental reconhecer isso especialmente tendo em mente os esforços que cada um faz para estar aqui, vendo o dia a dia de cada um no laboratório e, ainda mais, vendo que a gente tem alunos aqui de classes sociais distintas. Já tive aluno que dormia no laboratório, porque não tinha condições. Então, o sucesso deles, não digo nem sucesso só em termos de assertividade, de resultados, de prêmios, mas o fato de eles conseguirem ser pessoas honestas, com alto grau de conhecimento, isso aí já vale demais. Nós reconhecemos a história de cada aluno”, afirma.

Desse modo, a UFMA mantém seu compromisso em desenvolver pesquisa, auxiliar os estudantes a encontrar meios de criar ciência para além da academia e continuar sua formação profissional com esse conhecimento de qualidade adquirido na instituição, alcançando cada vez mais o reconhecimento pelo trabalho realizado dentro da Universidade e as sementes que isso plante para uma carreira que vai florescer.

Por: Pedro Correa 

Produção: Ingrid Trindade

Revisão: Jáder Cavalcante

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