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Crianças internadas no HU-UFMA recebem acompanhamento pedagógico

publicado: 01/03/2021 13h01, última modificação: 01/03/2021 21h03

Para garantir a continuidade do processo de aprendizagem e acompanhamento pedagógico das crianças e dos adolescentes internados no Hospital Universitário da UFMA, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFMA/Ebserh), o Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar- NAEH, ainda que em meio a um ano marcado pela pandemia do novo coronavírus, atendeu a um total de 144 alunos-pacientes de  janeiro a dezembro de 2020, destes, 121 matriculados nas redes municipais públicas de cidades de todo o Maranhão e 23 alunos/pacientes não matriculados.

Todas as crianças internadas na Unidade de Atenção à Criança em idade escolar, e com as condições de saúde adequadas, mesmo sem estarem inseridas no EDUCACENSO do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP ou em qualquer instituição escolar, foram devidamente atendidas, mesmo com o quadro sanitário decorrente da pandemia de covid-19. Em todo o ano, foram 1.235 horas/aulas de 45 minutos efetivamente ministradas. Quatro alunos-pacientes foram transferidos para outras unidades hospitalares, 16 permanecem internados na UMI, 124 obtiveram alta hospitalar, retornando para suas escolas de origem e seis evoluíram para óbito.

Uma internação influencia bastante na vida escolar de uma criança. A rotina de estudos é substituída por tratamentos, medicações e repouso. E essa iniciativa que começou em dezembro de 2019 vem possibilitando a esses pacientes um acompanhamento mais de perto para estimular a continuidade do processo de ensino-aprendizagem tão essenciais nesse período da vida. Exemplo disso é o Naudson Torres Martins,12, que mora no povoado São José dos Portugueses, no município de Cândido Mendes, e está internado no HU-UFMA para fazer uma cirurgia. Este ano, ele vai iniciar o 7º ano e,durante a internação, não deixou de lado os estudos, tendo, inclusive, a iniciativa de participar das aulas, assim que soube da possibilidade. “Gosto de escrever, pintar, minha disciplina preferida é matemática. Me divirto nas aulas, fico na expectativa para começar.”

Sua mãe, Abinailde Ferreira Torres, falou da importância dessa iniciativa para ajudar as crianças internadas, principalmente as que ficam durante muito tempo. “Eu sempre incentivo ele a ler e escrever, apesar de não ter muita experiência na parte didática de ensino, mas sei que o estudo desenvolve tanto intelectualmente quanto profissionalmente, é a porta que a gente tem para ser melhor a cada dia. Já acompanhei as aulas, e a professora é excelente, tem muita paciência para ensinar, só tenho a agradecer.”   

Em meio à pandemia, houve um período de suspensão das aulas, a classe hospitalar precisou fazer uma pausa, mas os pacientes da ala pediátrica continuaram desenvolvendo suas atividades com o acompanhamento de profissionais, com uma rotina diária de passar nos leitos e aplicar atividades para, de forma adaptada, manter a continuidade dos estudos das crianças.

O Núcleo é vinculado à Unidade de Atenção à Criança – UAC e, com o apoio e colaboração do Núcleo de Humanização-DGC, o NAEH é constituído por Wilma Cunha Araújo, pedagoga e especialista em psicopedagogia e pela equipe de cinco professores, sob a coordenação da Profa. Ms Margareth Santos Fonseca, constituintes do Convênio entre o HU-UFMA-EBSERH e a Secretaria Municipal de Educação-SEMED para atendimento educacional na modalidade classe hospitalar que tem como gestor do convênio Jorge Antonio Rocha da Silva, que também atua no NAEH, na coordenação do núcleo.

A pedagoga Wilma Araújo destaca os desafios para o ano de 2021. “Estamos aqui para colaborar e ensinar essas crianças e possibilitar que elas possam continuar aprendendo. Os desafios são grandes, principalmente agora, porque os materiais pedagógicos precisam ser individualizados, mas estamos buscando sempre o melhor para elas. Mesmo com a pandemia, as atividades nunca pararam, estamos dando continuidade de forma adaptada. Vêm para a classe hospitalar, duas ou três crianças no máximo, as que não podem se deslocar, nós é que vamos até os leitos e fazemos as aulas de acordo com cada criança. O desafio é adaptar essas atividades para o perfil de cada uma, mas o nosso objetivo é seguir com dedicação e empenho.”

Publicado originalmente em 24/02/21, no site do HU-UFMA. 

Por Danielle Morais/HU-UFMA

Revisão: Jáder Cavalcante

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