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Coordenador do Laboratório de Arqueologia da UFMA é finalista no prêmio do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa
Alexandre Guida Navarro, coordenador do Laboratório de Arqueologia (Larq) da UFMA e professor do Departamento de História, é finalista do Prêmio Professora Odete Fátima Machado da Silveira, do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). A premiação é uma iniciativa do Conselho e conta com patrocínio exclusivo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Dividido em três categorias e diversas subcategorias, o prêmio laureia pesquisadores que se destacaram nas áreas da ciência, tecnologia e inovação, cujos resultados geraram conhecimento e beneficiaram, direta ou indiretamente, o desenvolvimento e o bem-estar da população brasileira. Cada uma das 27 fundações estaduais de amparo realizaram indicações de pesquisadores para o Conselho, que, em seguida, selecionou as melhores práticas e projetos em cada segmento.
Navarro, indicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), concorre ao prêmio de Pesquisador Destaque, na subcategoria das Ciências Humanas, pela sua pesquisa “O Povo das Águas: imageamento por ground penetrating radar – GPR das estearias e artefatos cerâmicos em sítios arqueológicos no Maranhão”, feita em parceria com Departamento de Geofísica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
O Laboratório de Arqueologia da UFMA tem se dedicado, desde sua fundação, ao estudo das estearias, moradias indígenas da Baixada Maranhense construídas sobre lagos e rios, como palafitas, que datam do período pré-colonial, majoritariamente de 800 a 1000 d.C. Com decorrer do tempo e o abandono de seus moradores, as palafitas desabaram, e restaram apenas seus apoios, chamados de esteios, fixados nos leitos dos rios e lagos.
Durante o período da seca dos lagos, como explana o professor, é possível explorar parte do sítio arqueológico de maneira mais clara nos esteios, em que, dessa forma, foram encontrados os itens usados por esses povos, como panelas, machados e cachimbos de propósito ritualístico. Além desses, foi encontrado entre esses esteios um Muiraquitã, artefato esculpido em pedra com representação de animais, porém talhado em jade, uma pedra não encontrada no Brasil. Como explica o docente, isso indica que esses povos praticavam comércio com outros da região da América Central, onde a pedra é encontrada.
O projeto pelo qual Navarro concorre vem como um complemento da pesquisa realizada no Larq, tendo por objetivo explorar as áreas que, mesmo no período de seca, ainda ficam alagadas, utilizando um aparelho equipado com tecnologia ground penetrating radar (GPR) para mapear os esteios ainda submersos. O professor descreve que, além disso, o trabalho no projeto conta com bastante ajuda popular, por parte das pessoas que residem na região, entre pescadores, interessados e os próprios alunos da UFMA.
Os vencedores das categorias serão anunciados no dia 23 de março deste ano, na cerimônia da premiação nacional, que será realizada durante o Fórum Nacional do Confap em São Paulo, capital paulista.
Saiba mais
O Laboratório de Arqueologia da UFMA é aberto à visitação de escolas públicas, particulares e interessados, mediante ao agendamento pelo telefone (98) 3272-9322.
Por: Juan Terra
Produção: Alan Veras
Revisão: Jáder Cavalcante