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Comitiva dos Estudos Africanos foi recebida pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique

publicado: 05/12/2022 12h21, última modificação: 07/12/2022 10h24

Foi finalizado, na quarta-feira, 30 de novembro, o trabalho de campo em Moçambique realizado por doze integrantes ­— entre docentes e discentes — da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros (Liesafro) da Universidade Federal do Maranhão.  A comitiva também contou com a participação da professora Wilma de Nazaré Baía Coelho, docente da Universidade Federal do Pará (UFPA) e integrante da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped).

No cronograma, entre os dias 21 e 23 de novembro deste ano, a comitiva brasileira participou do III Colóquio Internacional Políticas Antirracistas no Mundo (III Cipam) “Políticas Linguísticas, Raciais e Culturais”, organizado por meio de parceria entre a UFMA e a Universidade Pedagógica de Maputo (UPM).

O evento contou com conferências, mesas-redondas e sessões de apresentações de comunicações orais. A conferência de abertura, “Formação de professores(as) e o enfrentamento do racismo”, foi proferida pela professora da UFPA Nazaré Baía Coelho e teve a moderação do professor José Paulino Castiano, vice-reitor da UPM.

A Conferência de Encerramento, “Educação e autonomia das instituições educadoras: (re)pensando a educação do Sul com o Sul”, foi proferida pela reitora da Universidade Púnguè (Moçambique), Emília Nhalevilo e teve a moderação do professor Carlos Benedito Rodrigues da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFMA.

Durante a estada em Moçambique, a comitiva brasileira se reuniu com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique, professor Daniel Nivagara, ocasião que também contou com a participação do reitor da UPM, professor Jorge Ferrão; e do professor Guilherme Basílio, docente da Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas da UPM e integrante da coordenação geral da comissão organizadora do III Cipam “Políticas Linguísticas, Raciais e Culturais”.  No encontro, foram discutidas as possibilidades e a importância de intercâmbio de docentes e discentes de instituições de ensino superior do Brasil e de Moçambique.

Os participantes do trabalho de campo também foram recepcionados na residência oficial da Embaixada do Brasil em Moçambique pelo embaixador do Brasil, Ademar Seabra da Cruz Júnior. Além da comitiva brasileira, estiveram presentes na recepção o provedor da Justiça, Isaque Chande; o chefe do Setor Cultural e Educacional da Embaixada do Brasil em Moçambique, Gustavo Buttes; e docentes da UPM, entre eles o reitor da UPM, Jorge Ferrão; o vice-reitor, José Castiano; o diretor adjunto da Pós-Graduação e Pesquisa da Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes, Agostinho Goenha; o professor da Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas e integrante da coordenação da comissão organizadora do III Cipam, Guilherme Basílio; e o docente da Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes e integrante da coordenação da comissão científica do III Cipam, Amélia Lemos.

Ao longo do trabalho de campo, também foram realizadas reuniões insterinstitucionais; visita à Escola Primária Completa do Lhanguene Piloto e ao Museu Mafalala; participação em lançamento de livro e em eventos culturais. A professora Kátia Regis, integrante da comissão organizadora do trabalho de campo em Moçambique, destaca todo o acolhimento e o intenso envolvimento da reitoria e da vice-reitoria da UPM, das comissões de organização e científica do III Cipam, bem como dos docentes e discentes da instituição, particularmente, da Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas e Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes.

“Acreditamos que as ações desenvolvidas nos dias intensos de trabalho em conjunto superaram as expectativas e contribuíram para aprendizados, reflexões e profícuos diálogos, que consolidaram a articulação interinstitucional entre a UPM e a UFMA e suscitaram novas formas de interlocuções futuras entre as instituições de ensino superior envolvidas”, afirmou a docente.

Segundo a integrante da comitiva, professora Wilma Coelho, o trabalho desenvolvido nesse período foi relevante não somente por estreitar relações acadêmico-profissionais entre o Brasil e Moçambique, mas, principalmente, por ampliar discussões sobre as Epistemologias Africanas, em especial a Moçambicana, e que destaca a aproximação das questões desenvolvidas no Brasil das que singularizam o país como nação.

“Essas dimensões possibilitaram à comitiva refletir, redimensionar conceitos e reformular problemas, assim, como dialogou — durante todo o evento — em relação a dimensões globais e que estão na ordem do dia no Brasil. Tais dimensões não somente podem oportunizar redimensionamentos, como também fortalecimentos das estratégias pedagógicas nos processos de formação inicial, sobretudo acerca do conhecimento produzido pelos africanos ao falar do continente e de suas províncias e distritos, o que impacta substancialmente na Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, que forma professores para a atuação nas escolas brasileiras, os quais formarão crianças, adolescentes e adultos para uma educação antirracista, democrática e inclusiva”, enfatizou.

Comitiva dos Estudos Africanos foi recebida pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique

Nando Marley Lima Pacheco, discente da Liesafro-UFMA que participou do trabalho de campo em Moçambique, destaca que o trabalho de campo em Moçambique foi uma experiência de grande importância em sua vida acadêmica ao correlacionar com as teorias estudadas na Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros.

“Destaco a influência do continente africano em nossa cultura brasileira, além da científica, a emoção de pisar no chão do continente africano, sentir a energia dos meus ancestrais. Sinto a importância dessas trocas de experiências porque sou professor de capoeira angola, assim sinto o dever de transmitir conhecimentos na Diáspora Africana, as influências no nosso país, assim como reafirmar a importância da Lei nº 10.639, de 2003, que baseia o nosso curso e que garante o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Africana no sistema de educação para dar a legitimidade e transmitir a verdadeira história dentro dos currículos escolares brasileiros”, comentou Pacheco.

Por: Liesafro-UFMA

Revisão Jáder Cavalcante

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