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Clube de Leitura do CCH realiza encontro com debate do livro "O último voo do flamingo", de Mia Couto

publicado: 01/12/2023 17h05, última modificação: 03/12/2023 23h26
Clube de Leitura do CCH realiza encontro com debate do livro"O último voo do flamingo" de Mia Couto

Na tarde desta sexta-feira, 1º de dezembro, o Clube de Leitura do Centro de Ciências Humanas, realizou, na Biblioteca Setorial do Centro, seu 4º encontro no ano de 2023. O clube tem por objetivo a promoção e preservação do hábito da leitura literária dentro da comunidade acadêmica e, nesse encontro, pautou o livro "O último voo do flamingo", do escritor Moçambicano Mia Couto.

A reunião marca o encerramento do ano literário do grupo, que, como explicam as organizadoras, as bibliotecárias Erlane Maria de Sousa Alcantara e Luciana Palacio de Morais, culmina em uma celebração da importância da leitura e da cultura literária dentro da comunidade acadêmica, além de consolidar os laços formados ao longo do ano entre os clubistas.

As bibliotecárias fazem a mediação durante o encontro, em que, os clubistas se reúnem em círculo para expressar e compartilhar suas experiências relacionadas à obra discutida. O formato, como expõem, permite que as ideias e as emoções dos participantes fluam organicamente, contribuindo para uma discussão mais rica e envolvente.

Luciana, bibliotecária da Diretoria Integrada de Bibliotecas (Dib) desde 2016, conta que a ideia surgiu em 2019 pela necessidade, vista por elas, da existência de um clube de leitura na universidade. Então, no período pré-pandemia, o projeto foi escrito e iniciado.  “No início, fazíamos encontros presenciais. A partir de 2020, chegou a pandemia, e com ela o desafio em questão de como íamos nos reunir, mas nunca deixamos de realizar as reuniões de jeito nenhum. Sempre tivemos três ou quatro encontros por ano, mesmo com a pandemia”, descreveu.

Erlane Maria de Sousa Alcântara, também coordenadora do Clube de Leitura, conta que a iniciativa veio para preservar o hábito da leitura literária no âmbito da Universidade, uma vez que, com as aulas, muitos discentes acabam voltando todo o seu tempo para a leitura de materiais mais técnicos. “Por isso, para nós, ver cada vez mais discentes engajados na leitura literária mostra que esse encontro é mais do que um simples encerramento, esse evento representa mais um capítulo que evidencia a vitalidade do clube, como um grupo que promove e valoriza a diversidade literária e estimula o amor pela leitura literária”, expressou.

Rafaela Borges, discente do sexto período de Serviço Social, conta que já participa do clube desde que entrou na Universidade, em 2021, e avaliou os encontros como experiências positivas. “O clube me incentivou cada vez mais a ler livro, que, se antes eu fosse pegar por puro interesse, não teriam me feito mergulhar no universo literário. Além disso, me desafiou a ler livros que geralmente não fazem parte dos gêneros que eu costumo ler, o que me ajudou a abrir um leque de livros e histórias que eu achei incrível”, definiu.

Além de Rafaela, Bruno Coelho, aluno do sexto período de Filosofia, também avaliou o clube como enriquecedor “Eu já estou aqui no clube há mais ou menos um ano. Quando eu iniciei minha vida literária, aos 12 ou 13 anos, sempre quis participar de um clube e, ao entrar aqui na Universidade, em 2021, eu vi a oportunidade. As experiências que a gente tem aqui, as trocas, os debates também, a diversidade de livros que a gente não tem oportunidade, eu considero isso muito importante”, finalizou.

Saiba mais

Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. “O último voo do flamingo”, livro selecionado para o encontro, foi publicado originalmente em 2000, quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal. O livro é o quarto romance do autor.

O romance narra estranhos acontecimentos em uma pequena vila imaginária chamada Tizangara, no sul de Moçambique, onde, depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas são enviados para acompanhar o processo de pacificação, até que, começam a explodir subitamente.

Como explicaram as coordenadoras do clube e os discentes participantes, o autor elabora uma crítica ácida aos semeadores da guerra e da miséria, mas também uma história em que poesia e esperança dependem da capacidade narrativa de contar a própria história com vozes africanas autênticas. “Só elas sabem que o voo do flamingo faz o sol voltar a brilhar depois de um período de trevas e opressão”, citaram.

Por: Juan Terra

Produção: Bruna Castro

Revisão: Jáder Cavalcante

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