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Câmpus de Imperatriz realiza projeto de extensão “Conhecendo a Biblioteca Universitária”
Na tarde dessa quarta-feira, 4, foi realizado o projeto de extensão “Conhecendo a Biblioteca Universitária” na Universidade Federal do Maranhão, câmpus de Imperatriz, unidade Bom Jesus. A ação foi desenvolvida pela bibliotecária da unidade com o intuito de promover o incentivo à leitura, contribuir para a transformação social, por meio do acesso à informação, incentivar o ingresso ao ensino superior, além de apresentar as dependências da UFMA. O público-alvo foram crianças, adolescentes e jovens do Projeto Social Mãos Amigas do município vizinho João Lisboa-MA.
A idealizadora do projeto de extensão, Alessandra Saraiva de Sousa, comentou a programação oferecida. “Nós falamos sobre a diferença entre faculdade, universidade e centro universitário. Falamos dos tipos de bibliotecas e como elas são organizadas e discutimos sobre os benefícios que a leitura pode nos proporcionar, auxiliando no desenvolvimento pessoal, profissional, além de incentivar para o ingresso do ensino superior”, ressaltou.
Ela acrescentou que a parceria com o Mãos Amigas surgiu após a coordenadora do projeto social entrar em contato para saber se havia livros disponíveis para doação. “Como nós já tínhamos esse acervo cedido pela professora Tereza Bonfim, do curso de Jornalismo, exclusivamente para execução de projetos de leitura, resolvemos convidar as crianças para conhecerem a Universidade e buscarem os livros”, relatou. Na ocasião, foram doados 60 exemplares.
Desde 2004, o Mãos Amigas atende a crianças e adolescentes em situação de risco social, desenvolvendo atividades de leitura, artesanato, oficinas, jogos e brincadeiras. O objetivo principal é possibilitar que os participantes ampliem as vivências sociais e evitem o envolvimento com o crime, as drogas, a prostituição infantil e a violência. Atualmente, pelo menos 50 crianças são beneficiadas com as atividades sociais.
De acordo com a educadora social do projeto Alessandra Silva de Moura, a ação realizada pela UFMA contribui significativamente com a formação integral dos participantes, tendo em vista que, nos locais onde há muita pobreza, geralmente as crianças se envolvem com práticas ilícitas, por isso é fundamental ocupar a mente delas, ensinando valores e incentivando-as a conquistar novos horizontes.
Segundo o diretor do Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Leonardo Hunaldo, a Universidade tem um papel transformador na sociedade. "Atividades de extensão como essa reforçam os laços com a sociedade, promovendo um encontro maravilhoso e aproximando o conhecimento das pessoas. A universidade deixa de ser aquele lugar inalcançável e passa a ser um lugar acessível a todos e todas", afirmou.
Sobre a atividade desenvolvida na biblioteca, a educadora destacou que é comum ouvirmos que, as pessoas inseridas em um contexto de vulnerabilidade social dificilmente conquistarão um futuro acadêmico, entretanto o projeto de extensão despertou o interesse dos visitantes. “Quando chegamos, algumas crianças que foram olhar os livros olharam livros até grossos, que muitas pessoas não têm tanto interesse em ler. E uma delas me disse que estava maravilhada com tudo o que estava vendo, pois ama ler. Então, quando eu vejo uma criança ou um adolescente me dizendo que ama ler, eu sei que ele vai ter um futuro, porque a leitura possibilita que a pessoa viaje e encontre novos caminhos”, declarou.
A estudante Élida de Fátima Sousa Sales tem14 anos, e um dos livros escolhidos por ela foi Bate Coração, do autor Gustavo Reis. A estudante revela que se sentiu emocionada ao visitar a Biblioteca Setorial da UFMA. “A ideia foi bem interessante, eu gostei bastante, porque quem gosta de ler quer ter mais conhecimento, e é muito importante a gente conhecer, pois é um lugar onde eu quero estar futuramente”, afirmou.
A adolescente Isabela Silva Sousa é prima de Élida e, há sete anos, é atendida pelo Mãos Amigas. Ela conta que, durante a visita à biblioteca, os livros de informática chamaram bastante atenção.
Aluno da Escola Norte Sul, Luís Gabriel da Silva Cândido assegurou que ações como essas são fundamentais. Ele afirmou que aprecia muito a arte de ler e, até o momento, já leu em média dez livros. Cândido revelou a sua preferência pelos estilos literários e de fantasia. No momento da doação dos livros, ele escolheu as obras “Sonhos Fantásticos” e “Os bucaneiros”, pois foram as que lhe chamaram a atenção. “Eu li uma parte da descrição da capa, e algumas frases me trouxeram uma lição de vida”, finalizou.
A iniciativa do projeto “Conhecendo a Biblioteca Universitária” surgiu em 2015, contemplando inicialmente crianças de um orfanato de Imperatriz.
Por: Hérika de Almeida
Revisão: Jáder Cavalcante