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Biotério Central da UFMA realiza curso em parceria com o Hospital Universitário

publicado: 29/05/2023 21h48, última modificação: 31/05/2023 09h20
Formação é dividida em aulas teóricas e práticas, em que os residentes poderão aprimorar as técnicas de cirurgia por meio de experimento com animais
Biotério Central da UFMA realiza curso em parceria com o Hospital Universitário

Nos dias 29 e 30, o Biotério da Universidade Federal do Maranhão recebe curso de experimentação em animais para residentes e equipe do Hospital Universitário (HU-UFMA). No dia de abertura, foi abordada a importância dessa atividade não somente para a formação acadêmica, mas também desenvolvimento da pesquisa científica na medicina.

O curso é dividido em aulas teóricas e práticas, em que os residentes poderão aprimorar as técnicas de cirurgia por meio de experimento com animais. A parceria entre o Biotério da Universidade e o HU-UFMA já é de longa data, e essa é mais uma ação realizada para a melhoria e o incremento aos conhecimentos acadêmicos. Estiveram presentes na abertura do curso o reitor da Universidade, professor Natalino Salgado Filho, o pró-reitor da Ageufma, professor Fernando Carvalho, a diretora do CCBS, professora Rosane Guerra, a superintendente do HU, professora Joyce Lages e o diretor do Biotério Central da UFMA, professor Rafael Carvalho.

Para o diretor do Biotério Central, Rafael Carvalho, parcerias como esta são uma luta constante do reitor da Universidade, Natalino Salgado Filho, para cada vez mais fortalecer o nível de formação dos estudantes e pesquisadores da saúde. “Um dos compromissos que a gente mantém é o de fortalecer essa parceria entre o Biotério Central e o HU. A Universidade tem uma série de pesquisadores que ainda trabalham com experimentação animal. Estamos, assim, estreitando essa parceria para essas pesquisas possam ter continuidade em um local mais adequado para a realização desses experimentos, aqui, no Biotério”, destacou.

O primeiro dia foi dedicado à abertura do curso e a parte teórica voltada para legislação que rege a experimentação em animais no Brasil, e, na parte da tarde, as principais técnicas de manejo, entre outros assuntos. Já na terça-feira, das 9h às 18h, o curso será totalmente prático, com visita ao setor de produção e realização de procedimentos experimentais. Ainda de acordo com o diretor, a ideia é aperfeiçoar o curso, trazendo, posteriormente, novas turmas.

O reitor Natalino Salgado Filho reforçou a parceria e a ideia de garantir cada vez mais cursos de aprimoramento em parceria do Biotério Central e o Hospital Universitário: “Hoje, o HU é referência no Brasil, principalmente para o Nordeste. Para que melhore cada vez mais, tem que formar pessoas. Esse curso, por exemplo, atende e abriga a comunidade acadêmica, com toda a estrutura necessária”, ressaltou.

A superintendente do HU-UFMA, professora Joyce Lages, destacou e agradeceu a receptividade do Biotério para a realização do curso. “Senti o Hospital Universitário extremamente acolhido aqui por meio de toda essa estrutura à qual teremos acesso para o curso. Essa parceria permanece porque eu entendo que o Hospital Universitário — seus médicos, alunos da graduação e residentes — necessita desse espaço de treinamento”, pontuou.

Avanços científicos

Há 15 anos, médico cirurgião do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, Arthur Serra Neto acredita que o curso, por meio desta parceria, é importante também dentro da cirurgia experimental.

“Essa parceria, bem como esse curso, é muito importante, pois a gente, dentro da cirurgia experimental, que é um ramo da medicina, precisa investir em novas pesquisas, novos trabalhos, e essa parceria é muito bem-vinda entre o Hospital Universitário e a Universidade Federal do Maranhão, porque a gente precisa também formar novos pesquisadores. A cirurgia tem evoluído, com novas tecnologias, novos equipamentos, novos materiais, e a gente aqui, dentro do biotério, fazendo esse intercâmbio, esse curso só vem mais a agregar para que a gente possa crescer no setor da cirurgia do Maranhão”, avaliou.

Ingrid Macedo está no segundo ano de residência do HU em cirurgia geral e falou de suas expectativas com o curso: “Nesse curso, vamos conhecer mais sobre a questão do bioterismo, e essa linha de pesquisa é uma parte muito importante da nossa formação, de onde saem os trabalhos de conclusão de curso, por exemplo, e, quem sabe, futuramente, algo maior. Então é importante que a gente saiba sobre esse manuseio, essa parte de como lidar com camundongos e outros animais da pesquisa”, concluiu.

Saiba mais

Bioterismo é o uso de animais de laboratório para a pesquisa biomédica. O bioterismo é utilizado em estudos de anatomia, fisiologia, imunologia, virologia e parasitologia, isso permitiu um grande avanço no desenvolvimento da ciência e tecnologia. Biotério nada mais é que uma instalação que atende às exigências dos animais onde são criados e/ou mantidos, proporcionando-lhes bem-estar e saúde para que possam se desenvolver e reproduzir, bem como pra responder satisfatoriamente aos testes neles realizados.

O Biotério Central produz, principalmente, ratos e camundongos, cerca de 600 roedores são produzidos por mês, sendo também responsável pela manutenção de bovinos, ovinos e coelhos. O Biotério fornece animais para 52 pesquisadores-coordenadores, atingindo, em média, 220 estudantes de graduação e 150 de pós-graduação. São atendidas demandas de doze programas de pós-graduação da UFMA, entre mestrados e doutorados. Há também o fornecimento para linhas de pesquisa em rede, como a de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Bionorte) e do programa de doutorado da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio)

O alcance no estado ainda se expande com parcerias com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e a Universidade Ceuma (Uniceuma). Há também na Universidade os biotérios setoriais, onde são realizados os experimentos laboratoriais, que são: o de pós-graduação, de farmacologia, de genética, de ruminantes, de cunicultura, e o de organismos aquáticos localizado no Centro de Ciências de Chapadinha.

Para solicitar animais no Biotério Central, há um processo ético e de acordo com a legislação que deve ser seguida. Primeiramente, o projeto deve ser submetido à Comissão de Ética em Uso de Animais (Ceua) da UFMA, formada por um conjunto de professores da Universidade, que é vinculada ao Concea. Após a aprovação de todos os documentos, a solicitação pode ser realizada no Biotério Central.

 

Por: Aline Alencar

Fotos: Aline Alencar

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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