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Biblioteca do Centro de Ciências de Pinheiro celebra mês da Consciência Negra com exposição educativa

publicado: 28/11/2024 14h22, última modificação: 28/11/2024 17h52
Biblioteca do Centro de Ciências de Pinheiro celebra mês da Consciência Negra com exposição educativa

A Biblioteca do Centro de Ciências de Pinheiro (CCPi), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), promoveu, neste mês de novembro, uma ação especial em celebração a Zumbi e ao mês da Consciência Negra. Idealizada pela bibliotecária Letycya Cristiana Viera, a iniciativa envolveu uma exposição com informações históricas, culturais e educativas sobre a luta e resistência da população negra. A campanha trouxe painéis informativos, um mural de personalidades negras e uma seleção de livros temáticos disponíveis na entrada do acervo, que permanecerá em exibição até dezembro.

A ação reflete o compromisso da biblioteca em ir além de sua função tradicional, assumindo um papel transformador na sociedade. Para Letycya, a ação busca conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância da história e da luta da população negra. "A exposição busca conscientizar a comunidade acadêmica sobre respeito e valorização da população negra, destacando sua história de resistência e luta pela igualdade de direitos", afirmou.

A criação do mural com personalidades negras foi um dos destaques da campanha. A curadoria contou com a colaboração da especialista Saúde da Mulher Negra, doutora em História Social Maria da Conceição Almeida, que selecionou figuras históricas e contemporâneas como Tia Ciata, Conceição Evaristo, Angela Davis, Abdias Nascimento e Milton Santos. "A construção do mural reflete o papel da biblioteca como espaço de informação e reconhecimento da contribuição de negros e negras na construção dos saberes", destacou a pesquisadora.

O impacto do mural foi notado entre os usuários da biblioteca. Marcela Rodrigues, discente do terceiro período de Medicina, expressou sua emoção ao ver as figuras representadas. "Quando entrei na biblioteca e olhei o painel com fotos de personalidades negras, muitas delas mulheres, a primeira coisa que pensei foi: 'Um dia, minha foto estará ali'. Talvez muitas pessoas não percebam a importância dessa campanha, mas, para nós, que fomos e muitas vezes ainda somos invisibilizados, ver alguém igual a nós em posição de destaque nos leva a enxergar quem somos, quem podemos ser e o que podemos alcançar', confidenciou.

Além do mural, os visitantes encontram informações sobre racismo, injúria racial, expressões a serem evitadas e termos adequados como forma de educação antirracista. Um dos elementos centrais da exposição foi a frase de Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".

A exposição de livros abordou temas como a história de Zumbi dos Palmares, legislação antirracista, afrocentralidade e identidade negra no Brasil. Para Letycya, a seleção desses materiais foi estratégica. "Os livros escolhidos refletem a luta e resistência da comunidade negra por igualdade e valorização. Por isso escolhemos obras que abordam aspectos históricos, sociais e culturais das comunidades negras", comentou.

Marcela também destacou a importância educacional da campanha. "Essas ações lembram a nós, pretos, e à sociedade como um todo que estamos em uma luta contínua para termos vida, sermos livres e respeitados, e estarmos onde quisermos", afirmou a estudante.

Segundo a equipe da biblioteca, o impacto da campanha tem sido amplamente positivo. "Os usuários negros têm encontrado representatividade e se inspirado no legado das personalidades negras para prosseguirem em suas metas de vida. Há também um despertar para estudos na área e maior interesse pelos livros expostos", observou Letycya.

A biblioteca já planeja ampliar as ações relacionadas à diversidade e inclusão, buscando parcerias e incentivando a produção regional sobre temas raciais. "Pretendemos tornar a exposição sobre Zumbi e o mês da consciência negra cada vez melhores e mais ricos em informação, divulgando trabalhos realizados no câmpus e incentivando novos estudos", afirmou a bibliotecária Letycya.

Com iniciativas como essa, a Biblioteca de Pinheiro reafirma sua função social, indo além do espaço físico de estudo e consulta de livros. "A ação educa e transforma, aproximando a comunidade acadêmica das questões sociais", concluiu Letycya.

A exposição de Zumbi e do mês da Consciência Negra segue aberta ao público até dezembro, promovendo reflexão, representatividade e incentivo à luta contínua por igualdade.


Por: Geovanna Selma com informações da equipe da Biblioteca do Centro de Ciências de Pinheiro (CCPi)

Fotos: divulgação

Revisão: Jáder Cavalcante 

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