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Autismo no contexto universitário é debatido em seminário promovido pela Diretoria de Acessibilidade da UFMA

publicado: 15/04/2025 17h39, última modificação: 15/04/2025 18h24
Autismo no contexto universitário é debatido em seminário promovido pela Diretoria de Acessibilidade da UFMA

Para a finalidade de promover reflexões e ampliar o entendimento sobre a presença da neurodiversidade, sobretudo o Transtorno do Espectro Autista (TEA), dentro do contexto de ensino, a Diretoria de Acessibilidade (DACES) da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proaes) da UFMA, realizou, nesta terça-feira, 15, o seminário "Diálogos sobre Autismo na Vida Adulta: implicações no contexto universitário".

Discutir o autismo na vida adulta e a inserção de pessoas autistas no ensino superior é essencial para promover uma universidade mais inclusiva, diversa e comprometida com a equidade. Ao ampliar o debate sobre as vivências, acesso e permanência de autistas no ensino superior, a Universidade contribui para a quebra de estigmas, fortalece políticas de acessibilidade e estimula a construção de ambientes acadêmicos mais acolhedores.

A pedagoga da Diretoria de Acessibilidade, Ana Paula Soeiro Caldas, ressalta que o seminário foi uma forma de dar visibilidade aos estudantes autistas e promover o diálogo sobre seu acesso e permanência na Universidade. “Promovemos esse seminário para visibilizar os estudantes autistas aqui na universidade e também um momento de diálogo, de comunicação para a comunidade acadêmica, para que as pessoas possam se sensibilizar quanto à diversidade que temos hoje, principalmente no que se refere às especificidades dos estudantes autistas. Atualmente, esse número tem crescido expansivamente. Neste semestre teremos a entrada de, em média, trinta autistas. Por isso, é uma necessidade muito grande essa discussão. O encontro de hoje foi mais uma provocação para que os profissionais tivessem esse conhecimento de como lidar com os estudantes e, em especial, na vida adulta, no contexto acadêmico”, sublinha.

A programação do encontro incluiu debates sobre educação em direitos e a inclusão de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), orientações pedagógicas para ajudar na inclusão de alunos, questões relacionadas ao autismo feminino, experiências acadêmicas de estudantes com TEA e uma roda de conversa com discentes da UFMA.

A Universidade oferece diversos serviços de assistência estudantil. No que diz respeito à acessibilidade para estudantes com deficiência, a DACES disponibiliza atendimento psicológico, serviço social – com auxílios e bolsas – e programas de tutoria, além de realizar acompanhamento direto com os discentes.

Ruan Pablo Amorim Filho, do curso de Ciências Biológicas da UFMA, afirma que a diretoria de acessibilidade é essencial para o seu desenvolvimento acadêmico. “O meu processo no Ensino Superior foi meio complicado. O primeiro curso que fiz foi Química Industrial. Eu tive muita dificuldade, episódios depressivos, bruxismo, mas era uma estereotipia. Tive muitos problemas na época. Mas eu consegui meu diagnóstico e logo me encaminharam para a Diretoria de Acessibilidade, que melhorou muito minha vida e meu desempenho”, declara.

Com planos de prosseguir no meio acadêmico, Ruan Pablo conta que, após a graduação, deseja ingressar no mestrado. Ele reforça a necessidade de tratar sobre o autismo com mais atenção, sobretudo com respeito e sem capacitismo. “Eu acho que o autismo hoje em dia acaba sendo muito banalizado e às vezes, sendo muito negligenciado, por conta dessa banalização. Eu queria que as pessoas dessem mais atenção, mas também não tivessem aquele coitadismo. Nós temos nossas limitações, mas somos muito capazes”, defende.

Por: Sarah Dantas

Fotos: Sarah Dantas

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