Arte a serviço do povo: evento da UFMA celebra movimento artístico e político

Durante os dias 11 e 12 de fevereiro, o Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) foi palco do Sarau CCH, que celebrou a arte e a integração entre os cursos das ciências humanas. Organizado pelo Diretório Acadêmico de Letras e pelos coletivos Teatrar e Arte Popular, o evento buscou estimular a  interação entre os discentes, por meio de apresentações de poesia, teatro, exposições de obras e performances artísticas. 

O Sarau CCH contou com apresentações marcantes de diversos discentes. Performances de teatro e dança abordaram temáticas sociais e políticas, levando o público a refletir sobre questões contemporâneas. Também houve leitura de poemas e exposição das pinturas e desenhos dos discentes de Artes Visuais. 

A iniciativa partiu da discente de Artes Visuais Maria Nina Armond, do Coletivo Arte Popular, e foi articulada junto ao estudante de Teatro e representante do Coletivo Teatrar, Rafael Lobato, e os discentes do Diretório Acadêmico de Letras Ferreira Gullar. Segundo Rafael, o objetivo era “fomentar a arte e a luta do povo dentro da Universidade, trazendo mais interação entre os estudantes” explicou ele. 

Para Maria Nina, o evento também teve um caráter de denúncia. “É um tema muito amplo. Estamos aqui para falar sobre as lutas dos povos oprimidos do mundo, denunciar as mazelas e exaltar aquilo que é o contrário, as vitórias também”. 

Bruno Mota, coordenador de finanças do Diretório Acadêmico de Letras, destacou a importância de manter tradições culturais dentro da Universidade. “É importante resgatar esses eventos clássicos aqui no prédio, para que isso não se perca, principalmente, para o nosso curso, que se ocupa com a literatura, até mesmo com o teatro de certa forma”, comentou. 

Para os participantes, o evento também representou uma oportunidade de exposição de suas obras e de reconhecimento da produção artística regional. Gabriel Lopes,  do curso de Artes Visuais, ressaltou que suas obras têm um forte viés popular e que o Sarau foi ideal para dialogar com o público.  

“É importante ter um espaço para fomentar a cultura, junto com a minha obra, já que elas são feitas com o intuito de ser uma arte popular, de não ser algo tão erudito. Então, eu gosto de fazer arte como uma forma de registro também para as pessoas que me cercam, que me conhecem”, expressou Gabriel. 

Sofia Pessoa, que também estava expondo seu trabalho, destacou a relevância de os artistas se unirem em eventos como esse, a fim de dar visibilidade à arte, como movimento político. “Também é muito importante a gente poder dar voz para as pessoas, escritores novos que também estão vindo por aqui, não só as artes visuais, porque a luta do artista não é sozinha, é em grupo. Os artistas daqui, da UFMA, de São Luís, devem lutar junto com outros artistas em relação à cultura, porque a gente tem essa visão de que a arte é apenas entretenimento, só que não, arte é política, arte é vivência, arte é tudo isso e tem que ser mostrado”, explica Sofia.  

Com a temática "Arte a serviço do povo", o Sarau CCH buscou estimular a consciência crítica dos estudantes e valorizar a arte regional do Maranhão. Segundo os organizadores, o público-alvo não se restringia apenas aos universitários, mas também à comunidade em geral, promovendo uma interação mais ampla entre arte e sociedade. 

Com a grande adesão e receptividade do público, os organizadores já planejam novas edições do sarau. 

Por: Giovanna Carvalho

Revisão: Jáder Cavalcante