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Aluno de Ciências Naturais – Química do Câmpus São Bernardo recebe menção honrosa em evento internacional de biotecnologia em trabalho sobre o uso da sucupira no combate ao coronavírus
De São Bernardo para o mundo: o aluno Cássio Silva, do curso de Ciências Naturais – Química do câmpus local, recebeu menção honrosa na modalidade “Remota” do IV Simpósio Latino-Americano de Biotecnologia, realizado neste mês, em Parnaíba, no Piauí. A honraria foi recebida por seu trabalho apresentado, de tema “Potencial dos constituintes químicos de Pterodon emarginatus na inibição das proteínas de entrada celular do Sars-Cov-2: um estudo computacional”, que abordou elementos da planta sucupira para auxiliar a inibir o coronavírus e que contou com a orientação do professor Jefferson Rocha.
Participante do grupo de pesquisa Química Medicinal e Biotecnologia (Quimebio), Cássio contou que o pontapé inicial partiu de seu orientador, fundador e coordenador do projeto. “Nosso curso não tinha grupos de pesquisa, e foi por este motivo e pelo curso ser destinado apenas para a Licenciatura que o professor resolveu montar o primeiro grupo de pesquisa. No início, foram selecionados cinco alunos, cada um com um tema diferente. Eu fui um dos primeiros integrantes. Quando soube do evento, ele nos orientou a participar porque seria de extrema importância”, destacou.
O professor Rocha relatou que, devido à pandemia de covid-19, surgiu o interesse de buscar na flora os elementos necessários para um farmacológico que pudesse ser usado na inibição do vírus, chegando até a sucupira, planta típica do Maranhão e tema do trabalho apresentado.. Ele destacou que a interação entre os elementos constituintes da planta e as proteínas do Sars-Cov-2 trouxe resultados promissores. “Como pesquisadores, deveríamos contribuir de alguma forma para a ciência”, pontuou.
Cássio disse que, para participar, gravou um vídeo de 10 a 12 minutos para a exposição durante o simpósio. “Não esperava receber essa honraria, porque havia trabalhos superlegais e interessantes, e também porque era em nível internacional. Na categoria ‘Remota’, havia mais de 90 vídeos que seriam avaliados”, afirmou.
Estudante do oitavo período e com apenas 22 anos, Cassio é morador do povoado Baixa Grande, localizado na zona rural de São Bernardo. Segundo ele, são 16 quilômetros que separam a sua casa da Universidade. Ele reconhece que sua conquista tem significado muito importante na vida de muitas pessoas, servindo de inspiração para outros alunos.
“Quando vi o anúncio, eu nem acreditei. Fiquei em choque, do nada comecei a me tremer na mesma hora, eu levantei da carteira e fui onde estava meus pais. Não consegui segurar o choro, meus pais também se emocionaram. Eu saio de longe para chegar à Universidade, todos os dias, é a mesma luta, pegando chuva e sol. Por isso, essa conquista se torna tão especial”, frisou.
Para o professor Jefferson, esse feito mostra que, mesmo diante das dificuldades, os câmpus do continente conseguem fazer pesquisas de alto impacto. Na sua visão, a conquista de Cássio, que também é bolsista Pibic/CNPq, desperta o interesse pela ciência e traz visibilidade e incentivo, alcançando os locais mais distantes do interior do Maranhão.
“Ainda temos uma estrutura precária, mas estamos mudando essa realidade e mostrando o que podemos fazer para que nossos alunos possam voar cada vez mais alto na sua vida acadêmica, tornando-se professores e levando todo esse conhecimento às suas comunidades locais”, avaliou.
O sentimento de gratidão e apoio é compartilhado por Cássio: “Cada conquista fortalece ainda mais nossos trabalhos, proporcionando nosso crescimento e a visibilidade do nosso grupo e da Universidade, possibilitando que possamos ser reconhecidos pelo que produzimos”.
De acordo com o orientador, o próximo passo será a coleta do material botânico para o estudo experimental. O Quimebio não só trabalha com a sucupira, mas com outras plantas que também se mostraram promissoras no combate à covid-19. O docente acrescentou que o grupo de pesquisa também desenvolve alguns trabalhos em combate a outras doenças, ainda em fase inicial.
Para conhecer mais sobre esse e outros projetos siga, no Instagram, o @quimebio.ufma.
Por: João Meireles
Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante