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Alunas de Relações Públicas desenvolvem projeto para inserir pessoas trans no mercado de trabalho
Um trabalho que poderia ser feito para apenas garantir aprovação em uma disciplina de um curso de graduação agora é um projeto que busca incluir pessoas transsexuais no mercado de trabalho. A ideia é resultado de uma dupla de estudantes do curso de Comunicação Social – Relações Públicas, Bruna Rodrigues e Emanuelle Moraes, que já começou a buscar empresas parceiras para a ampliação do projeto.
Para apresentar o projeto, as alunas entram em contato com as companhias e conversam com os gerentes-executivos sobre as vantagens de contratarem esse público como colaboradores ou prestadores de serviço e, na oportunidade, toda a equipe da empresa recebe um treinamento, sobre as políticas de treinamento e ingresso desse público na instituição. Para o objetivo, um material gráfico, desenvolvido pela dupla de estudantes, fica à disposição de todos os funcionários. A comunidade Trans também pode se sentir à vontade para entrar em contato com o projeto pelo Instagram para se candidatarem às vagas.
O projeto “Trans na Vaga” surgiu durante as atividades da disciplina de “Seminários Transdisciplinares” como uma atividade avaliativa. O componente curricular, que é ministrado no 2º semestre da graduação de RP, traz questões de situações de relevância social, como o trabalho análogo à escravidão, educação básica, discriminação de gênero e outros fenômenos sociais similares. Temáticas essas com o intuito de estimular a reflexão cívica dos futuros Comunicólogos.
A discente Bruna Rodrigues comentou que o projeto veio como necessidade de falar sobre uma temática de relevância social. “A partir daí pensamos na causa LGBT+”, completou. Outro objetivo da ideia é empoderar o público-alvo, que muitas vezes se sente inseguro em participar da iniciativa, e destacar o acesso aos direitos sociais básicos e constitucionais. Bruna também lembrou que sua amiga, colega de turma e parceira no “Trans na Vaga”, Emanuelle Moraes, falou sobre o projeto em uma reportagem da TV UFMA.
Como a população LGBTQIA+ é ampla e muito diversa, houve a necessidade de especificar o recorte de atuação do projeto, em que para dar mais profundidade, foi escolhida a comunidade trans, em que outro fator, segundo Bruna, é o Brasil ser o país que lidera os casos de violência com as pessoas transsexuais. “O projeto se torna de suma importância uma vez que dá a pessoas trans o mínimo de sentimento de pertencimento a algo, uma vez que esse público teve e ainda tem muitos direitos básicos restritos”, afirmou.
A dupla está apresentando o “Trans na Vaga” a empresas locais, com relutância por algumas companhias em primeiro momento, porém o trabalho e a análise continuam, inclusive por mapear empresas que melhor aceitam o ideal.
Por: Carlos Alcântara
Produção: Laís Costa