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Alunas da UFMA são selecionadas para Festival Estudantil de Artes Cênicas da Bahia
O grupo teatral Narra(iz), formado pelas atrizes Mariana Madeira, Nicolle Duarte e Sofia Cartagenes, estudantes do curso de Teatro da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), foi selecionado para participar do Festival Estudantil de Artes Cênicas da Bahia (Festac) ano 7, que ocorre entre os dias 8 e 14 de setembro, em Salvador. A participação marca um importante momento de projeção do teatro maranhense em um encontro de abrangência nacional.
Criado a partir da disciplina de Narração de Histórias, ministrada pela professora Gisele Vasconcelos, o Narra(iz) nasceu da aproximação das três alunas em torno de pesquisas comuns: narrativas populares, musicalidade, teatro de formas animadas e histórias ligadas ao imaginário brasileiro. O grupo se consolidou como um coletivo artístico voltado para a contação de histórias, unindo prática de palco e reflexão pedagógica, já que as integrantes também são licenciandas em Teatro.
O nome escolhido reflete essa proposta estética e política: narrar a partir da raiz, valorizando as historicidades brasileira e nordestinas, em contraposição a um repertório eurocêntrico. Desde a sua criação, o Narra(iz) vem se apresentando em espaços culturais e instituições de ensino em São Luís, alcançando um público diverso, de estudantes de escolas públicas a frequentadores de eventos artísticos independentes.
Segundo a professora Gisele Vasconcelos, a trajetória do grupo mostra como a Universidade tem cumprido seu papel na formação de artistas capazes de dialogar com a cena profissional: “A disciplina de Narração de História trabalha desde o início com a tradição oral, com narrativas, oralidades, memória e tradição. Foi nesse processo que surgiu o grupo Narra(iz), formado por Mariana, Sofia e Nicolle. Hoje, elas têm a satisfação de representar o Maranhão no Festival da Bahia, além disso já realizaram diversas apresentações em escolas públicas e privadas de São Luís, mostrando que estamos no caminho certo em formar artistas que já atuam na cena nacional e local. Então, Narra(iz) é um motivo de orgulho para todas nós”.
Entre os trabalhos do coletivo, destaca-se o espetáculo “Bicho que vira gente, gente que vira bicho”, viabilizado pelo Gestão para Artistas Independentes do Maranhão (Gaim). A montagem combina contação de histórias, música ao vivo e teatro de formas animadas para explorar personagens que transitam entre o humano e o animal no imaginário popular, sobretudo amazônico. Essa pesquisa estética e dramatúrgica foi fundamental para a seleção no Festac, segundo as integrantes.

A atriz Sofia Cartagenes destacou que a proposta do grupo é manter vivas as vozes da tradição popular brasileira: “Acreditamos que contar histórias é ecoar memórias, vozes e saberes. No palco, isso se traduz em escolhas estéticas e narrativas ligadas ao nosso território, às figuras do imaginário popular brasileiro e nordestino, que não são apenas lendas, mas parte viva da cultura. Narrar a partir da raiz é dar continuidade a essas vozes, preservar”.
Para Sofia, a conquista também carrega o simbolismo de levar o teatro maranhense a novos públicos: “Levar o teatro maranhense para Salvador é uma mistura de emoção e responsabilidade. Somos um grupo jovem e fazemos teatro de forma independente em um estado que enfrenta dificuldades na área cultural. Por isso estar no Festac já é uma vitória e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de mostrar que do Maranhão também nasce um teatro potente, diverso e comprometido com nossas histórias”, revela.
Ela reforçou ainda que o apoio da UFMA foi fundamental para que a viagem se tornasse viável: “Sem o apoio da UFMA, provavelmente, não conseguiríamos realizar essa viagem. Esse apoio fortalece o grupo como coletivo artístico, porque reconhece nosso trabalho e legitima a importância de apoiar produções locais. Para nós, a UFMA é uma parceira essencial na construção da nossa trajetória”, ressalta.
De acordo com o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Danilo Lopes, o incentivo faz parte de uma política de assistência estudantil que busca romper barreiras financeiras: “O apoio financeiro da UFMA é crucial para viabilizar a participação de discentes em eventos locais, nacionais e internacionais. Sem esses recursos, muitos alunos talentosos, especialmente em situação de vulnerabilidade socioeconômica, não teriam condições de arcar com custos de transporte, hospedagem, alimentação e inscrição. A PROAES, por meio de sua política de assistência estudantil, tem a missão de debelar barreiras financeiras, garantindo que o critério para a participação seja o mérito e o talento, e não a condição econômica do estudante”, destaca.
O pró-reitor explica que a PROAES vem ampliando seu campo de atuação, incluindo cada vez mais ações voltadas para a cultura: “Historicamente, o foco da PROAES tem sido o apoio a eventos científicos e esportivos. No entanto, mais recentemente, a pró-reitoria tem expandido suas ações para incluir eventos culturais, a partir da criação da divisão de apoio ao esporte, lazer e cultura. Esse movimento reconhece o valor da cultura como parte essencial da formação e como ferramenta de desenvolvimento pessoal, social e econômico”, esclarece.
Com a ida ao Festac, o Narra(iz) reafirma o papel da UFMA na formação de artistas e na valorização das expressões culturais brasileiras, fortalecendo a presença do teatro maranhense em espaços de intercâmbio nacional.
Por: Geovanna Selma
Produção: Sarah Dantas
Fotos: Acervo Pessoal
Revisão: Jáder Cavalcante