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Aluna do Câmpus Chapadinha recebe Prêmio Fapema 2022 pela criação de equação para pesagem de suínos

publicado: 21/01/2023 18h00, última modificação: 23/01/2023 18h33

A aluna Cláudia Cristina Coutinho Costa, do Centro de Ciências de Chapadinha, recebeu, em cerimônia no dia 7 de dezembro, o Prêmio Fapema 2022 na categoria Jovem Cientista, na área de Ciências Agrárias, com a pesquisa “Predição do Peso Corporal de Suínos ‘Tipo Banha’ por meio de Medidas Morfométricas”, produzida em seu Trabalho de Conclusão de Curso em Zootecnia.

O projeto teve por objetivo desenvolver uma equação para estimar o peso corporal de suínos “tipo banha”, animais que têm distribuição harmônica entre as partes anterior e posterior e têm a característica de “enrugamento de pele”, que permite a expansão subcutânea para farta deposição de tecido adiposo, popularmente chamado de “gordura” ou “banha”. Com base nas medidas morfométricas avaliadas, a equação confirmou a importância do comprimento da carcaça e da circunferência torácica para a predição do peso corporal de suínos, estando entre as variáveis mais importantes, independentemente do perfil genotípico, sexo ou idade dos suínos.

Cláudia afirma que a pesagem dos animais é uma das práticas indispensáveis para o controle zootécnico da criação de suínos, porém os pequenos criadores, na maioria das vezes, não dispõem de balanças em suas propriedades, dessa forma, inviabilizando o acompanhamento do crescimento dos animais, resultando, muitas vezes, em prejuízos para o criador. “Uma alternativa barata e prática para obtenção do peso dos suínos sem o auxílio de balanças é a utilização de equações de predição elaboradas com base em medidas morfométricas do animal. A escassez de trabalhos realizados com raças nativas brasileiras e nas condições do leste maranhense foram o principal impulsionador para o início das pesquisas”, afirmou a pesquisadora.

Em colaboração com discentes dos cursos de Zootecnia, Agronomia e Biologia de Chapadinha, foram realizadas coleta de dados de peso corporal e medidas morfométricas, como comprimento de carcaça, circunferência torácica e de quadril e alturas de cernelha, região localizada entre os ossos do ombro e a base do pescoço, além de quadril de 50 animais no município de Chapadinha. “Esses dados foram submetidos à análise de regressão linear múltipla, resultando em uma equação que evidenciou que circunferência torácica e comprimento de carcaça são suficientes para predizer o peso corporal dos suínos com 93% de precisão”, explica a pesquisadora.

O professor Jefferson Siqueira, orientador do trabalho, conta que, inicialmente, foi realizada uma reunião com a discente e os demais colaboradores visando identificar propriedades familiares que produziam suínos “tipo banha”, de maneira extensiva e semiextensiva. Feito isso, foram visitadas sete propriedades com perfil familiar que se dedicavam à produção de suínos, além de outras atividades, sendo coletados dados dos 50 animais. “Pretendemos dar continuidade ao trabalho por meio da ampliação do banco de dados e elaboração de uma fita de pesagem de fácil utilização e baixo custo que poderá contribuir para a melhoria do controle zootécnico da criação extensiva e semiextensiva de suínos”, revela.

Cláudia iniciou a sua graduação no primeiro semestre de 2017 e, desde então, como explica, vem percorrendo um caminho de muito aprendizado na área de produção animal. Ela diz que se sente muito grata pela premiação, pois é o reconhecimento de um trabalho coletivo que visa atender aos pequenos criadores de suínos.

Jefferson Siqueira reafirmou a importância da premiação como reconhecimento de um trabalho sério na formação de recursos humanos. “Sem sombra de dúvida, essa pesquisa contribuirá para o fortalecimento da suinocultura do estado. Esse reconhecimento é de grande importância, pois vinte propostas de todo o Maranhão foram enquadradas no edital, e a obtenção do primeiro lugar nos motiva e mostra que estamos trilhando o caminho certo”, exaltou o orientador.

Saiba mais

O Brasil ocupa a quarta posição mundial na produção suína, concorrendo diretamente com o Canadá em toneladas produzidas anualmente. O País vem se consolidando como importante mercado de carne suína e com potencial para ampliar ainda mais a sua participação relativa nesse mercado. A cadeia produtiva da suinocultura tem se organizado no sentido de atender à demanda do mercado externo e ao mesmo tempo prospectar novos mercados.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2016, a região Nordeste foi a quarta maior produtora de carne suína, e o Maranhão contribui com a produção de mais de 1,2 milhão de cabeças de suínos. O Estado do Maranhão possui condições climáticas e geográficas favoráveis para a produção pecuária, além de contar com uma logística portuária adequada à exportação, pois apresenta localização geográfica privilegiada em relação aos principais mercados consumidores do mundo.

Por: Juan Terra

Produção: Alan Veras

Revisão: Jáder Cavalcante

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