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Achilea Cândida Lisboa Bittencourt e Aquiles de Faria Lisboa são titulados Doutores Honoris Causa pela UFMA
O título de doutor Honoris Causa é outorgado em reconhecimento ao trabalho árduo realizado por grandes personalidades que se destacam pelos seus esforços em prol do conhecimento ou em favor da sociedade nas suas respectivas áreas. Na noite de ontem, 19, no Palácio Cristo Rei, foi titulada como Doutora Honoris Causa Achilea Cândida Lisboa Bittencourt e seu pai Aquiles de Faria Lisboa (in memoriam).
O magnífico reitor Natalino Salgado, além de expressar sua admiração por ambos os homenageados, ressaltou a importância dessa comenda, que, como definiu, parte de uma tradição já há muito realizada que busca sempre reconhecer e valorizar pelos trabalhos prestados que alcança não só o meio acadêmico, mas toda a sociedade, em qualquer âmbito, seja nas ciências, na cultura ou em tantas outras.
Achilea, em discurso, revela que o momento da solenidade remonta a ela o início da sua carreira, quando era estudante de medicina, e, poucos meses após o falecimento de seu pai, deixou sua cidade natal, São Luís, para estudar medicina em Salvador. “Toda obra é uma grande ideia, a serviço de uma grande paixão. Quando deixei minha casa para ir estudar, era uma grande ideia, e estudar medicina era a minha grande paixão”, revelou.
Andrea Marques da Silva Pires, docente do Departamento de Patologia e, na ocasião, responsável pela apresentação dos homenageados na cerimônia, define a própria expertise, tanto de Achiles quanto Archilea, que demonstram por si sós a sua importância, por serem pessoas que tiveram uma ação muito marcante profissional e socialmente. “O Doutor Aquiles tem um papel social muito grande. Ele dá um impulso no tratamento das doenças infecto-parasitárias, possuindo muitas publicações na época dele. E a sua filha seguiu o mesmo caminho, dentro da área dela, tendo um empenho muito grande tanto no ensino como também na dedicação da pesquisa”, expõe.
Além da solenidade de entrega da comenda de Doutor Honoris Causa, Archilea foi diplomada como acadêmica honorária pela Academia Maranhense de Medicina. José Márcio Leite, presidente da academia, definiu a ocasião como uma honra: “É uma pesquisadora de nível internacional sobre o HTLV-1, que é o vírus do linfoma, e hoje, junto à universidade, nessa memorável solenidade, vamos outorgar mais esse título de acadêmica a essa pesquisadora”, pontuou.
Paulo Lisboa Bittencourt, filho de Archilea e também titulado pela academia como sócio correspondente, conta que toda a cerimônia honra sua mãe, seu avô e a ele mesmo. “ Apesar de terem viajado para estudar, o Maranhão não deixou de existir dentro de cada um deles. Esse sentimento de se sentir maranhense e médico, para o meu avô e para minha mãe, sempre existiu, e eu acho que agora esse título concretiza algo que sempre esteve presente junto a eles”, finaliza.
Sobre os Homenageados
Achilea Cândida Lisboa Bittencourt é graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e doutora em Anatomia Patológica pela mesma instituição. Além disso, ela coleciona títulos como de Professora Emérita da Ufba e Membra Emérita da Sociedade Brasileira de Patologia. Aposentando-se em 1990, começou, voluntariamente, a estudar a transmissão vertical do virus HTLV-1, vírus da mesma família do HIV. Dois anos depois, em 1992, organizou e coordenou dois grupos de estudos, sendo um sobre manifestações pediátricas do vírus e outro sobre leucemia e linfoma de células adultas. Foi responsável por disseminar conhecimentos sobre a infecção pelo vírus em conferências e encontros nacionais e internacionais, manuscritos e capítulos de livros.
Aquiles de Faria Lisboa nasceu em Cururupu, em 28 de setembro de 1872 e faleceu em São Luís, em 18 de abril de 1951. Graduou-se em Farmácia pela Faculdade da Bahia e fez doutorado em Medicina pela Universidade do Rio de Janeiro. Durante sua vida, foi poeta, médico, botânico, político, além de ocupar diversos cargos locais e nacionais no espaço médico, político e intelectual. Foi prefeito de Cururupu, diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e governador do Maranhão em 1936. Foi também um dos fundadores no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, ocupando a Cadeira número 17 e, na Academia Maranhense de Letras, sucedeu a António Lôbo, fundador da Cadeira de número 14. Lisboa teve uma significativa produção intelectual, abordando uma variedade de tópicos relacionados à medicina, saúde pública e educação. Além de seu engajamento nos debates acerca da questão da lepra, publicou artigos, textos, livros sobre várias outras doenças, alcoolismo, vegetação, educação, sobre eugenia, entre diversos outros.
Por: Juan Terra
Fotos: Gabriel Jansen
Produção: Alan Veras
Revisão: Jáder Cavalcante