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Abertura do Encontro Nacional de Diálogos Freirianos é realizada de forma virtual com transmissão pelo Canal Institucional da UFMA
De forma virtual, com transmissão pelo Canal Institucional da UFMA, foi realizada, no dia 3 deste mês, a abertura do Encontro Nacional de Diálogos Freirianos (Endifre), com o tema “Centenário de Paulo Freire: Dialogicidade e Educação entre lutas e amorosidades”. O evento contou com a participação de pesquisadores e docentes da Universidade Federal do Maranhão, dos câmpus de São Luís, Bacabal, São Bernardo e Imperatriz; da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Federal de Tocantins (UFT).
A mediadora do encontro, Dulcinéia de Fátima Ferreira, agradeceu a colaboração de todos os envolvidos na realização do evento e, em seguida, destacou o trabalho de Paulo Freire contextualizando com a pandemia para explicar a realização do encontro. “No dia 19 de setembro de 2021, Paulo Freire completou 100 anos de vida. A sua concepção filosófica de educação e o seu modo de viver servem de inspiração para as nossas vidas. É preciso lembrar que ainda estamos no meio de uma pandemia ocasionada pela covid-19. Vivemos um colapso na saúde, no campo social e humano. Nos últimos anos, enfrentamos ataques a Paulo Freire, à universidade, aos povos indígenas, às comunidades quilombolas, aos pequenos agricultores, às retiradas de direitos e ao crescimento da violência. Com Paulo Freire, nós aprendemos que a história é tempo de possibilidade. Assim, durante o ano de 2021, no meio da dor, o centenário de Paulo Freire aqueceu em nós a esperança, e pudemos ver diversos encontros, debates, manifestações políticas e culturais, assim como o Endifre, reafirmando Paulo Freire e sua pedagogia em defesa da vida”, declarou.
Representando o Movimento Negro Unificado do Maranhão, a professora Ilma Fátima de Jesus agradeceu o convite, saudou a todos os presentes e ressaltou a importância do encontro. “Esse centenário do nosso mestre Paulo Freire é uma atividade de celebração de seu nascimento. Então, queremos esperar a amorosidade que nos ensinou nos seus escritos. Paulo Freire vive em nós, em nossa luta cotidiana, contra a opressão e o racismo. O Movimento Negro Unificado no Maranhão tem uma história de luta e resistência, por isso é importante dizer que Paulo Freire é lido pela militância do movimento. Queremos parabenizar a comissão organizadora pelo evento em homenagem ao nosso saudoso mestre, que tem inspirado gerações de educadoras e educadores neste país e no mundo. Nós sabemos que esse evento soma-se aos demais eventos internacionais de celebração do centenário de Paulo Freire e com os mesmos objetivos de promover articulação de espaços dialógicos, trocas de saberes e fazeres”, enfatizou.
A presidente do Conselho Estadual de Educação do Maranhão, Soraia Raquel Silva, considerou relevantes as reflexões freirianas promovidas durante o Endifre. “Nós compreendemos que este é um momento de resistência, pois estamos vivendo cada vez mais dias difíceis, que têm exigido de nós reinvenção, reconstrução de paradigmas e, acima de tudo, a luta por dias melhores. Essa luta não se dá só no individual, mas sobretudo, no coletivo. Então nós precisamos ter esses momentos de reflexão, de buscar alternativas, a pandemia nos trouxe também esse momento em que nós precisamos repensar o sentido de humanidade, e Paulo Freire nos traz essa mensagem de esperança”, pontuou.
O vice-reitor da UFMA, Marcos Fábio Belo Matos, descreveu a alegria de compartilhar a trajetória de Paulo Freire e afirmou que a Universidade reconhece o legado do autor. “Não só no prédio que leva o nome dele, na Cidade Universitária Dom Delgado, mas também nas práticas, nas ações políticas, nos cursos de Pedagogia que estão espalhados em Imperatriz, em Codó, em São Luís. Cem anos da memória e aniversário de Paulo Freire devem ser comemorados com um pensamento humanista, porque ele é um grande pensador das ciências humanas e por isso deve ser lembrado sempre”, assegurou.
Após o encerramento da mesa de abertura, foi convidada para proferir o primeiro diálogo freiriano a viúva de Paulo Freire, Nita Freire, mestra e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Durante a programação, foram realizados círculos de cultura, cineclube, apresentações de trabalhos e palestras.
Assista na íntegra a abertura do Endifre:
Saiba mais
O objetivo geral do encontro consistiu em articular espaços dialógicos por meio da troca de saberes e fazeres em torno da epistemologia e ontologia de Paulo Freire, buscando a sua valorização, divulgação, ampliação e consolidação. O evento teve como público-alvo os professores, estudantes da graduação e pós-graduação, pesquisadores, grupos de pesquisa, gestores e coordenadores pedagógicos, dirigentes e técnicos dos órgãos centrais, profissionais vinculados à área da educação, educadores quilombolas e indígenas, escolas comunitárias, comunidades tradicionais, terreiros, grupos de cultura popular, assentamentos representantes de entidades e movimentos sociais com interesse nos diálogos freirianos.
Por: Hérika de Almeida
Produção: Marcos Paulo Albuquerque
Revisão: Jáder Cavalcante