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“O HU-UFMA é referência no tratamento do pé torto congênito”, diz ortopedista que contribuiu com artigo publicado no Iowa Orthopedic Journal

publicado: 16/03/2021 16h00, última modificação: 18/03/2021 14h06
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O trabalho da ortopedista Leopoldina Milanez, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), foi um dos destaques no artigo publicado no Iowa Orthopedic Journal sobre o tratamento pelo método de Ponseti do pé torto negligenciado na idade da marcha. A pesquisa faz parte de um estudo multicêntrico internacional com a participação de ortopedistas de quinze centros de tratamento de sete países com reconhecida experiência no tratamento do pé torto negligenciado.

Foram avaliados 303 pacientes, em idade superior a um ano, com pé torto congênito negligenciado e que receberam tratamento entre o período de 2004 a 2017, seguindo-se, rigorosamente, a técnica de Ponseti e o mesmo protocolo de avaliação. 

Integração à pesquisa internacional

A ortopedista Leopoldina Milanez é membra da Asociación Internacional Ponseti Latinoamérica (PIA LAT), formada por médicos ortopedistas pediátricos de vários países da América Latina, cujo objetivo é a erradicação do pé torto congênito (PTC), por meio do tratamento dessa deformidade logo após o nascimento, pela técnica de Ponseti.

“É um método simples e barato, baseado na correção das deformidades do PTC por meio de manipulação e aplicação de aparelho gessado, seguido do uso de órtese até os quatro anos de idade”, explicou Leopoldina.

O método, desenvolvido por Ignácio Ponseti tem eficácia de aproximadamente 85% na correção de PTC idiopático quando aplicado até os dois anos de idade. “Os casos tardios, sem tratamento após a idade de andar, chamaram a nossa atenção para sabermos se iria responder a esse método de correção. Então, iniciamos estudos nesses pacientes, e os resultados foram publicados”, contou a ortopedista.

Em sua análise, o HU-UFMA foi escolhido para participar da pesquisa porque é referência no tratamento do pé torto congênito: “Por ser um estudo multicêntrico, isto é, com a participação de vários serviços, em diferentes cidades e países, em que os profissionais envolvidos utilizam a mesma metodologia com a mesma técnica de tratamento, o ambulatório de Pé Torto Congênito do serviço de Ortopedia Pediátrica do HU-UFMA — Unidade Materno Infantil  foi um dos centros escolhidos por atender crianças com pés tortos das mais variadas faixas etárias, e por ser um dos hospitais públicos de referência para o tratamento do PTC”.

Resultados alcançados

O pé torto congênito negligenciado é uma importante condição incapacitante cujo tratamento tem sido considerado como essencialmente cirúrgico, envolvendo procedimentos complexos, demorados, sob monitoramento anestésico. Seus resultados estão associados a pés doloridos e rígidos em longo prazo.

“Recentemente, o limite superior de dois anos de idade para realizar o método de Ponseti foi estendido para crianças mais velhas, e nosso estudo mostrou resultados bem-sucedidos em pacientes ambulatoriais tratados após o início da idade de andar com resultados bons e excelentes em 87% dos pés, sem necessidade de nenhuma modificação importante na técnica”, enfatizou a ortopedista.

Na avaliação dela, o pé torto congênito é uma deformidade incapacitante sob o ponto de vista físico, psicológico e social, e a técnica de Ponseti tem se apresentado com uma das principais ferramentas para o tratamento dessa deformidade.

“A técnica de Ponseti é simples, acessível a todos os pacientes por meio do Sistema Único de Saúde, barata, de fácil aprendizagem pelos médicos ortopedistas e com um alto índice de bons resultados com a obtenção de pés plantígrados, flexíveis e indolores. Muito útil para países em desenvolvimento, com número reduzido de profissionais qualificados, além de uma ótima técnica que pode ajudar o nosso país e o nosso estado, transformando a vida dessas crianças e de suas famílias”, concluiu Leopoldina Milanez.

Por: Maiara Pacheco

Produção: Marcos Paulo Albuquerque

Revisão: Jáder Cavalcante

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