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“Imperativo do cuidado e a experiência da maternidade e trabalho”: palestra expõe temas centrais relacionando gravidez e mercado de trabalho
“Eu quero falar diretamente para as outras estudantes aqui da Universidade, do ensino médio, ou qualquer mulher que esteja grávida. A gente pensa que não vai dar conta, que é algo surreal. Mas posso dizer para vocês, que são gestantes, ou que já sejam mães, que não desistam. A gente pensa que não vai dar certo, mas vai dar certo, sim”, disse a estudante do oitavo período do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, grávida de oito meses e colaboradora da Universidade, Kelle Dias, em roda de conversa realizada pela TV UFMA nesta sexta-feira, 12, na sede da emissora.
O encontro, em alusão ao Dia das Mães, 14, realizado na Cidade Universitária, levou o tema “Imperativo do cuidado e a experiência da maternidade e trabalho” e tratou a gravidez de forma menos romantizada e mais humanizada, priorizando a saúde mental das mulheres e levantando tópicos como a carência de redes de apoio, dificuldades no mercado de trabalho, sentimento de culpa, entre outros assuntos.
Além de Kelle, estiveram presentes as palestrantes Renata Porto Pinheiro, psicóloga do Hospital Universitário (HU); Laura Rosa Soares, também psicóloga; e Sylmara Durans, graduanda em Comunicação Social – Rádio e TV e mediadora do evento.
De acordo com Sylmara, a iniciativa da equipe da TV UFMA é essencial em um contexto de expandir o debate sobre a maternidade. “É fundamental que possamos construir um espaço de acolhimento para as mulheres e mães dentro da Universidade. A equipe da emissora está tentando acompanhar essas tendências de mudanças em nível mundial e transformar a realidade dentro da instituição e dos espaços de trabalho”, comentou.
A carga excessiva de tarefas das mães e gestantes no ambiente de trabalho gera uma série de demandas contínuas que podem esgotar a saúde mental delas. Laura Soares define a origem desse prejuízo pela falta de redes de apoio, ou seja, amigos e parentes que podem auxiliar nas tarefas do dia a dia.
“Imagina se mulheres inseridas no mercado de trabalho chegassem em casa e todas as demandas já tivessem sido organizadas, e a criança estivesse sendo cuidada por algum parente”, pontuou. Nesse sentido, para que não haja sobrecarga, é preciso descentralizar as tarefas, administrando-as coletivamente e com empatia.
Para Renata Pinheiro, o papel da mulher não se resume à função de cuidado, existindo também a necessidade de que ela seja cuidada. O apoio deve ser projetado de forma a suprir as carências, buscando garantir melhores direitos trabalhistas, assegurar políticas públicas gerais e efetivas e direcionar à assistência psicológica capaz de garantir suporte antes, durante e depois da gravidez.
Por: Júlio César
Fotos: Karla Costa
Produção: Aline Alencar
Revisão: Jáder Cavalcante