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13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos reflete sobre a relação entre Cinema e Direitos Humanos no Brasil

publicado: 12/04/2024 15h23, última modificação: 12/04/2024 16h27
13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos reflete sobre a relação entre Cinema e Direitos Humanos no Brasil

Direitos de negros, mulheres, idosos, crianças, pessoas com deficiência, povos indígenas e comunidade LGBTQIAPN+. Esses foram os temas abordados nos filmes exibidos durante a Mostra Difusão, que está acontecendo no Cineteatro Aldo Leite, no Palacete Gentil Braga, e que integra a 13º Mostra Cinema e Direitos Humanos. Com sessões às quintas-feiras, a Mostra traz o tema “Vencer o ódio, semear horizontes”. Na última quinta, 11, alunos do ensino médio do Instituto Federal do Maranhão (Ifma) e do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) puderam observar como o cinema pode contribuir para a disseminação de temas importantes para a construção de uma sociedade com mais justiça social.

Para Rosélis Camara, diretora de assuntos culturais da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a Mostra Difusão traz discussões importantes para reflexão, inclusive quanto povo. “Vencer o ódio, semear horizontes” significa exatamente trabalhar e discutir políticas relacionadas a educação e cultura, fortalecer a democracia no Brasil, trazendo pautas tão importantes sobre direitos humanos e ainda fortalecer os laços que nos unem enquanto povo brasileiro”, afirma.

A professora do Ifma Cristiane Jacinto, destaca o papel do cinema no cenário de reconstrução como vive o país atualmente. “A gente tem vindo de um período conturbado, em que muitos debates sérios foram quase que ridicularizados e ignorados. A gente vem nesse processo de reconstrução desses debates na sala de aula. Eu acho que o cinema é um veículo incrível. Para esses alunos, que são de 1° ano do ensino médio, talvez seja um primeiro momento que eles estão tendo contato com um filme diferente do cinema comercial. Eu imagino que eles estão bastante impactados. Os temas que foram trabalhados foram bem interessantes e instigantes, acho que o cinema cumpre um papel muito importante, assim como a arte de um modo geral”, ressaltou a professora.

Após a exibição dos filmes, a aluna do curso de Áudio e Vídeo, do Iema, Maria Lívia observou que a linguagem cinematográfica é um importante meio de conhecimento e experiências para além da sala de aula. “Achei os temas muito importantes. Acho que todos os alunos que estão passando agora pelo ensino médio precisam mais do que nunca ter esse contato, precisam conhecer janelas fora da sala de aula, precisam conhecer sobre a história também. No primeiro filme, me senti muito representada porque traz a ancestralidade muito forte, é muito emocionante para pessoas que se identificam com gêneros daquele tipo. Todo estudante do ensino médio deveria passar por uma experiência como essa porque é muito maravilhosa, é muito bom a gente aprender fora da sala, ainda mais para gente que passa o dia inteiro na escola, então poder sair um pouco, poder respirar esses ares é muito bom”, revelou. 

13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Palacete Gentil Braga - 11.04.2024

Assim como Maria Lívia, a Kauane, aluna do Ifma, destacou o conhecimento que os filmes trouxeram. “Achei muito interessante pelo fato de mostrar a individualidade de cada um, sobre cada raça e cultura de cada pessoa. Expande bastante o nosso conhecimento sobre essas coisas”, afirmou Kauane. Já para Sthefane de Jesus, também aluna do Ifma, a mensagem do respeito ao outro foi mais importante: “Achei muito importante, principalmente na parte da cultura e da sexualidade e a importância de respeitar cada cultura, cada diferença”.

A professora do Iema Maria Thereza Soares pontua a importância do evento: “Acho superimportante. Primeiro a formação de plateia, sobretudo com alunos do ensino médio, de escola pública, nosso caso, nós somos uma escola de produção de áudio e vídeo, que estudamos a disciplina de cinema, no caso a minha turma é de Cinemas Latino-americanos e Decoloniais, então tem tudo a ver com o que eles estudam. A Mostra abordou desde a situação alarmante dos Yanomami, pessoas com deficiência, a negritude ressaltada, então abarcou toda essa temática que está marginalizada dentro da grande estrutura do cinema. Então uma mostra de direitos humanos é importantíssima que aconteça, que seja acessível as pessoas”.

Na sessão desta quinta-feira, foram exibidos: “Travessia” (2017, 5 min, livre), de Safira Moreira, “Filha Natural” (2018–19, 16 min, livre), de Aline Motta, “Nossa mãe era atriz” (2022, 26 min, 12 anos), de Renato Novais e André Novais Oliveira, “Mãri Hi — A Árvore do Sonho” (2023, 18 min, livre), de Morzaniel Ɨramari, “O que pode um corpo?” (2020, 14 min, livre), de Victor Di Marco e Márcio Picoli, e “A poeira dos pequenos segredos” (2012, 20 min, 14 anos), de Bertrand Lira.

13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Maranhão

Em São Luís, o Cineteatro Aldo Leite (Palacete Gentil Braga, Rua Grande, 782) sedia a Mostra Difusão, programação que compõe a 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, promovida pelo Governo Federal. A Mostra ocorre em 3 sessões, compostas por 18 filmes, havendo uma breve roda de conversa após as exibições. Os filmes também estarão disponíveis on-line na plataforma InnSaei.tv.

Para a diretora de assuntos culturais, Rosélis Câmara, é um orgulho ser selecionado para sediar a Mostra. “Nós da Diretoria de Assuntos Culturais, da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, recebemos com muito orgulho o fato de termos sido selecionados para participar desse momento importante de difusão do audiovisual brasileiro e que traz discursões tão relevantes para a sociedade”.

A programação ainda exibe uma nova sessão no próximo 18 de abril, no Cineteatro Aldo Leite (Palacete Gentil Braga, Rua Grande, 782).

Por: Ingrid Trindade

Fotos: Ingrid Trindade

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