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O espetáculo sobrevive

publicado: 13/10/2022 16h38, última modificação: 13/10/2022 16h38
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Um misto de satisfação e de dever cumprido: esse foi o sentimento que me invadiu na última sexta, dia 30, na condição de atual reitor da Universidade Federal do Maranhão, ao abrir oficialmente a edição 45 do Festival Guarnicê de Cinema.

E é nessa condição de reitor desta respeitada Instituição que celebrei o fato de ser o 11º Guarnicê, cuja solenidade de abertura tenho a honra de presidir. Sou reconhecedor: todo mérito é coletivo. Nada disso seria possível sem a participação efetiva dos meus companheiros de gestão. Sou privilegiado por contar com pessoas competentes e dedicadas, cujos sonhos e desejos são convergentes com os compromissos que assumimos com a comunidade universitária e com a sociedade à qual devemos satisfação e resultados.

 Sou defensor intransigente de que a Universidade Pública pertence à sociedade brasileira, às cidadãs e cidadãos que contribuem, direta ou indiretamente, para o desenvolvimento deste país. E nós, servidores que somos desta sociedade, retribuímos, empenhando-nos no desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da extensão, da cultura, da inovação, com qualidade e criatividade.

Uma das expressões desse compromisso é justamente o Festival Guarnicê de Cinema que atravessa incólume e resiste com uma diversidade de talento e criatividade, tudo isso por meio desta universidade que continua a acreditar nesse fantástico meio de informação, cultura e diversão. A sétima arte propagada pelo Festival Guarnicê de Cinema tem cumprido fielmente seu papel de despertar públicos e fidelizar aqueles que já cultivam o encanto da tela grande, na certeza de que sempre existirão pessoas dispostas a contar histórias e também muitas outras a assistir a elas.  O cinema é, indiscutivelmente, um dos melhores veículos de emoção.

Ao longo dos anos, os curta e longa metragens manifestaram um sentido estético do mundo, registraram nossa história, recriaram realidades e mapearam tendências como povo em culturas bem particulares. Mitificaram personagens icônicos, trouxeram para as telas personagens apenas conhecidos nos livros, eternizaram canções e deixaram diálogos inscritos na mente de fãs mundo afora. Antes da internet, o cinema já antecipara essa dádiva de viajar pelo mundo sem sair de casa.

Este é sem dúvida um espaço privilegiado para a revelação e expansão de talentos e formação de novos públicos, que confirmarão, mais uma vez, que vale a pena investir nesse importante produto cultural, principalmente quando se trata do terceiro mais antigo festival de cinema do país. São 45 anos ininterruptos de um festival que se renova, se reinventa sem abrir mão da tradição.

Na gestão que se iniciou em 2019, comprometemo-nos e dedicamo-nos, continuamente, a investir em tecnologias da informação e da comunicação, o que nos permitiu superar o desafio da pandemia, entre outros. Nesse contexto, é que o Festival Guarnicê de Cinema mundializou-se. Em 2021, por exemplo, chegamos a 42 países, com uma audiência virtual de 35 mil pessoas, além das 2 mil que nos prestigiaram de forma presencial. Abraçamos e fortalecemos os espaços da arte, da cultura e da ciência.

O mundo de possibilidades em tela grande e bem aqui ao nosso alcance resiste. Falo do universo mágico do cinema e do vídeo que sobrevivem, a despeito de tanta concorrência a dividir a atenção do público. Mas seguimos nesse apostolado de fortalecer o bem, o belo, o imaterial. E seguimos fazendo permanecer os espetáculos de humanidade que se traduz em inteligência, criatividade, ciência e arte. Os admiráveis feitos humanos que se projetam em telas e reproduzem a vida para que nos miremos e aprendamos.

Vida longa ao Guarnicê!

Natalino Salgado Filho
Reitor da UFMA
Professor Titular da UFMA
Médico Nefrologista
Membro da Academia Maranhense de Letras
Membro da Academia Nacional de Medicina

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