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Setor de etanol busca equilíbrio em meio a desafios da política de combustíveis
Nos últimos anos, o setor de etanol tem enfrentado uma série de desafios em meio a mudanças na política de combustíveis adotadas para conter a alta dos preços. Para aliviar o impacto no bolso do consumidor, o governo federal reduziu tributos sobre a gasolina, o que acabou afetando diretamente a competitividade do etanol hidratado, que disputa o mercado nos postos de combustíveis.
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Com a diferença de preço menor entre gasolina e etanol, muitos motoristas optaram por abastecer com gasolina, principalmente em momentos em que a vantagem econômica do biocombustível ficou restrita. Para o setor sucroalcooleiro, essa decisão gerou queda na demanda, redução de receitas e preocupações sobre a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva, que envolve desde pequenos produtores até grandes usinas.
A produção de etanol no Brasil é estratégica não só para a economia, mas também para as metas ambientais do país. O biocombustível é considerado uma alternativa mais limpa e renovável, contribuindo para reduzir a emissão de gases poluentes. Programas como o RenovaBio foram criados para estimular o consumo de combustíveis renováveis e garantir que o país cumpra seus compromissos de redução de carbono.
Produtores e entidades representativas do setor argumentam que políticas de redução de impostos que beneficiam combustíveis fósseis, ainda que de forma emergencial, podem colocar em risco avanços importantes em sustentabilidade e inovação tecnológica. Além disso, a instabilidade de regras e preços desestimula investimentos em pesquisa, modernização de usinas e expansão de áreas de cultivo sustentável.
Em estados produtores, como São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e parte do Nordeste, a cultura da cana-de-açúcar gera milhares de empregos diretos e indiretos. Para muitos municípios, o setor sucroalcooleiro é uma das principais fontes de renda e arrecadação de impostos.
Atualmente, entidades do setor seguem pressionando o governo e o Congresso por medidas que restabeleçam a competitividade do etanol. Entre as demandas estão novos incentivos fiscais, créditos compensatórios e maior previsibilidade para o planejamento de produção e comercialização. Especialistas reforçam que encontrar equilíbrio entre a política de preços dos combustíveis e a promoção de energias renováveis é fundamental para o Brasil seguir como referência mundial em produção de biocombustíveis.
Enquanto as discussões avançam, produtores buscam estratégias para manter o consumo do etanol, apostando em campanhas de conscientização, investimentos em eficiência e ampliação de mercados, dentro e fora do país.