Notícias

Por que é tão importante estimular a pesquisa no ensino de ciências? Professor fala sobre o assunto na abertura do Workshop de Defesas Ciência é 10

publicado: 27/01/2022 11h24, última modificação: 27/01/2022 22h15
1 | 2
2 | 2

Abordando os desafios da pesquisa e o cenário científico no país, o professor Maurício José Morais, do Centro Universitário Dom Bosco e docente EaD na UFMA, ministrou, na segunda-feira, 24, a palestra “A importância da pesquisa no ensino de Ciências”, na abertura do Workshop de Defesas Ciência é 10. O evento, promovido pela Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED) da Universidade Federal do Maranhão, ocorrerá até o dia 28 de janeiro e contará com a apresentação de quarenta trabalhos científicos do Curso de Especialização em Ensino de Ciências.

Segundo o palestrante, as iniciativas que envolvem o fazer científico estão atreladas à inovação, ciência e tecnologia. “Quando a gente se propõe a investigar acerca de determinado tema, buscar solução de problemas ou conhecimentos que não dominamos, as categorias – inovação, ciência e tecnologia – acabam convergindo”, afirmou.

A importância da pesquisa dentro de instituições de ensino superior que capacitam seus alunos dentro de uma perspectiva de ensino baseada na tríade ensino, pesquisa e extensão nunca foi tão importante para o que aflige o mundo neste momento, pois corrobora de maneira inerente na busca incessante pelo conhecimento, na explanação do docente.

“Eu coloco a pesquisa como uma categoria muito importante quando pensamos no desenvolvimento de pessoas, soluções e no desenvolvimento de tratamentos de saúde, diante do período que nós estamos vivenciando, porque, se não tivéssemos pesquisadores tão empenhados, dificilmente conseguiríamos ter alternativas em termos de tratamento de saúde e prevenção para a covid-19”, declarou Morais.

Para ele, inserir os alunos no mundo da pesquisa tem sido um dos maiores desafios. “Se tivéssemos uma educação que estimulasse os alunos a refletir e investigar, talvez não tivéssemos uma indústria muita grande de Fake News, por exemplo. Essa articulação de diferentes conhecimentos, que ocorre por meio da pesquisa, possibilita a construção de novos caminhos, novos olhares”, analisou.

Os ganhos com a pesquisa, aliada ao ensino de ciências, são imensuráveis, conforme prosseguiu o palestrante. “A pesquisa no ensino de ciências pode ser um caminho para a autonomia intelectual do aluno, que passa a ter a possibilidade real de exercer sua criatividade e de construir um raciocínio crítico, articulação entre os vários conhecimentos, cujo envolvimento pode superar a dicotomia teoria e prática, além de proporcionar ao estudante momentos de grande satisfação. A pesquisa é, portanto, indispensável para o ensino de ciências, visto que o conhecimento científico está acelerando o processo de evolução”, revelou.

O ensino com pesquisa vai além da difusão de informações, alerta o palestrante. “O ensino com pesquisa não visa formar somente um profissional pesquisador, mas incentivar os alunos a entender como ocorre esse processo investigativo, a formular questionamentos e a escolher uma boa base metodológica para que ele consiga, por meio desse processo sistemático, conhecer a realidade que o cerca, de forma contextualizada e bem-fundamentada, e, dessa maneira, o ensino não será apenas uma mera transmissão de informações”, frisou.

Segundo Morais, o processo de formação de professores nos curso de licenciaturas ainda precisar avançar bastante. “Reforço a necessidade de ações formativas junto aos docentes, a promoção de iniciativas de inserção e a valorização do professor de ciências em grupos e projetos para que eles tenham ainda mais interesse em desenvolver o processo investigativo nos estudantes, além de revisão dos currículos de graduação, a busca por formação continuada e atualização científica, e o desenvolvimento de políticas públicas”, apontou.

Ciência é 10

O Curso de Especialização em Ensino de Ciências, em EaD, tem por objetivo qualificar professores graduados que estão atuando na rede pública de ensino e lecionando aulas de ciências nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). O "Ciência é 10”, como é chamado o curso, é uma iniciativa da Capes e é integrante do Projeto Nacional Ciência na Escola, uma parceria entre MEC, MCTIC e CNPq.  O curso atende a uma carga horária total equivalente a 480 horas divididas em três módulos distintos, com atuação nos polos em Açailândia, Arari, São Luís, Anapurus e Barra do Corda. 

Quem tiver interesse em participar do evento como ouvinte, pode se inscrever gratuitamente, no site Workshop de Defesas Ciência é 10.

Por: Maiara Pacheco

Revisão: Jáder Cavalcante

registrado em: