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Cartilha “Do quilombo pra rua: o João que vive em nós” alerta sobre o aliciamento ao trabalho escravo de forma lúdica a estudantes do ensino básico
João nasceu em um quilombo, onde viveu toda sua infância e início da adolescência. Junto com os questionamentos da idade, surge a vontade de sair de sua casa para conhecer o mundo e viver experiências novas. Porém o que ele pensava era bem diferente da realidade que viveria. Esse é o enredo inicial da cartilha paradidática “Do quilombo pra rua: o João que vive em nós”, desenvolvida pelo projeto de pesquisa “Comunicação, migração e trabalho escravo contemporâneo: trajetórias de vida de trabalhadores e trabalhadoras rurais da Baixada Maranhense” e que será lançada no dia 15 deste mês, às 10h, de forma on-line. As inscrições para acompanhar o lançamento são gratuitas e podem ser realizadas por meio de formulário on-line.
O livro conta sobre a jornada de João, que, infelizmente, passa por situações de aliciamento para o trabalho escravo, no decorrer da história. Dessa forma, a cartilha tem por proposta principal abordar o tema da vulnerabilidade dos trabalhadores de uma maneira lúdica para jovens do ensino básico, com o intuito de alertá-los, mesmo que de forma mais leve, sobre a questão.
Em relação ao nome dado para a cartilha “Do quilombo pra rua”, a professora do Departamento de Comunicação Social do Câmpus São Luís Flávia Moura, coordenadora responsável pela produção da cartilha, esclarece que a escolha remete ao ato de migração daqueles que vivem no quilombo para outras cidades. A expressão nativa “vou pra rua” é muito utilizada quando eles fazem essa migração: “Foi um nome construído coletivamente entre pesquisadores e lideranças comunitárias. Trata da migração do quilombo para outras cidades, e usa-se essa expressão nativa deles quando saem, é comum dizer ‘vou pra rua’”, detalhou a docente.
A coordenadora do projeto também explicou como ocorreu o processo de produção da cartilha e como foram realizados os encontros. “Houve participação de educadores, principalmente ligados ao Moquibom, e da Secretaria de Educação de Santa Helena. De julho a dezembro de 2021, nos encontramos todas as terças-feiras pela manhã pelo Google Meet, com roteiros semiestruturados de entrevista para irmos construindo, passo a passo, o material”, comentou.
Embora ainda não tenha sido lançada, a cartilha tem um piloto já disponibilizado por educadores da cidade de Santa Helena para alguns alunos, com o intuito de testar o material e conferir sua recepção. Como resultado, os alunos ficaram muito interessados na história, aprovando também a parte interativa da cartilha.
Saiba mais
O projeto de pesquisa “Comunicação, migração e trabalho escravo contemporâneo: trajetórias de vida de trabalhadores e trabalhadoras rurais da Baixada Maranhense” é financiado pela Fapema e tem vigência entre 2019 e novembro de 2022.
Tem o principal objetivo de estudar as trajetórias de vida de trabalhadores e trabalhadoras da Baixada Maranhense, relacionando questões de migração e trabalho. Qualquer pessoa interessada pode participar de forma voluntária, enquanto que os bolsistas de iniciação científica precisam passar por um processo seletivo.
Para mais informações, acesse o perfil do Getecom no Instagram, em @getecom.ufma.
Por: Bruna Castro
Produção: Laís Costa
Revisão: Jáder Cavalcante