JOP’22: impactos socioculturais e tecnológicos do design são discutidos em mesa-redonda

Foi realizado, na terça-feira, 20, no Auditório Central da Cidade Universitária Dom Delgado, o segundo dia da programação da III Jornada de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Design (PPGDg), que começou no dia 19 e irá até amanhã, 22. O evento busca promover a discussão em torno das questões identificadas em práticas de pesquisa e docência em design, como a interdisciplinaridade, o impacto tecnológico, social e cultural dos trabalhos produzidos no PPGDg, especificamente, e no campo do design, em geral.

No evento, foi realizada, no período da tarde, a mesa-redonda “Impactos socioculturais e tecnológicos do design”, com a professora do PPGDg da UFMA Raquel Noronha; a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Design da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, Rita Ribeiro; e com o coordenador adjunto da Área de Arquitetura, Urbanismo e Design da Capes, professor João Eduardo Chagas Sobral.

“Essa temática dos impactos socioculturais e tecnológicos surgiu porque estamos num momento de qualificação do Programa, em que acabamos de sair da nota 3 pra nota 4, e estamos buscando entender os critérios pelos quais somos avaliados para que possamos crescer juntos em dissertações e pesquisas desenvolvidas pelo nosso Programa”, afirmou a professora Raquel.

A coordenadora acrescentou que, ao longo do período em seu atual cargo, que as pesquisas do PPGDg impactam em vários aspectos, contudo há a necessidade de mais estreitamento de laços com a sociedade. “A pesquisa acontece nos lugares, na comunidade, em diálogo com as instituições do Estado do Maranhão, só que, muitas vezes, não sabemos como comunicar isso, os próprios alunos às vezes não têm a experiência de relatar esses impactos nos seus artigos, nas comunicações e apresentações, então esse foi o objetivo dessa mesa”, explicitou.

O professor João Eduardo Chagas Sobral, também doutor em Design e Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), relacionou o processo avaliativo da Capes e os impactos socioculturais e tecnológicos. “Todos os trabalhos que nós desenvolvemos durante o processo formativo estão relacionados à comunidade. O que há de novo no processo avaliativo da Capes — chamado de Ficha de Avaliação, onde toda a pós-graduação passa por essa avaliação — é que esses impactos sejam relatados, e nós devemos sempre criar e acurar mais esse relacionamento entre universidade e sociedade. A principal estratégia é criar uma forma que a comunidade possa entender e nos apoiar nesse trabalho”, pontuou.

A professora Rita falou sobre o JOP’22 na Cidade Universitária e ressaltou que o design é um processo social que interfere em todos os outros processos, inclusive na divulgação científica. “Quando fazemos um evento dessa natureza num grande espaço como este, pretendemos ter maior divulgação do design e como este pode influenciar em outras esferas do conhecimento, isso não só na produção de bens, mas também na inclusão de processos sociais como na divulgação científica, com processos ligados às diversas comunidades. Dessa forma, fazemos a Universidade caminhar num sentido mais transdisciplinar”, respondeu.

Após a mesa-redonda, houve o lançamento do livro “Comunidades Criativas e Saberes Locais: Design no contexto social e cultural de baixa renda”, que teve participação de nove professores em sua produção. O projeto foi transposto em um livro com nove artigos originados de pesquisas desenvolvidas com instituições de ensino superior desde 2018.  

Saiba mais

O conceito de design compreende a concretização de uma ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série, segundo o sociólogo e designer alemão Bernd Löbach.

Por: Juan Terra

Produção: Luciano Santos

Fotos: Luciano Santos

Revisão: Jáder Cavalcante