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UFMA Imperatriz promove mesa-redonda sobre diversidade, LGBTfobia e desigualdades no ambiente profissional

publicado: 25/06/2025 21h26, última modificação: 25/06/2025 21h26
Evento reuniu pesquisadores, estudantes e ativistas em diálogo sobre inclusão no mercado de trabalho e no ambiente acadêmico
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Em alusão ao Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, o Centro Acadêmico de Licenciatura em Ciências Humanas/Sociologia (CALCH), em parceria com o Centro Acadêmico de História (CAHIS), Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPED) e o Coletivo ArcoItz, realizou na noite desta terça-feira (24), no auditório do CCIM da UFMA – Campus Imperatriz, a mesa-redonda “Diversidade nas empresas: LGBTfobia institucional, o sexismo e as desigualdades estruturais dentro do ambiente profissional”. O evento teve certificação de 5 horas, foi aberto ao público e contou com uma performance de vogue solo ao final da programação.

A atividade buscou promover um espaço de escuta, reflexão e conscientização sobre os desafios enfrentados por pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho e dentro das instituições. A discussão reuniu estudantes, docentes e pesquisadores que atuam com temas de gênero, raça, sexualidade e educação crítica.

Participaram da mesa Amanda Cristina (MED/UFMA), Jean Pierr (PPGEPE/UFMA) e John Jamerson (PPGE/UFFJ). Os convidados trouxeram reflexões sobre vivências no ambiente acadêmico e profissional, e abordaram o papel da educação na construção de espaços mais seguros e inclusivos.

O mestrando Jean Pierr destacou que o evento nasceu da percepção do aumento da violência simbólica e institucional contra pessoas LGBTQIAPN+, mesmo dentro das universidades. “É necessário discutir a LGBTfobia conectada ao racismo estrutural e ao sexismo. A universidade, como espaço de formação, não pode ignorar essas questões”, afirmou. Ele também representou o Coletivo ArcoItz, responsável pela curadoria temática do evento.

Já Amanda Cristina, estudante de Medicina e ativista, trouxe sua experiência enquanto mulher trans e pesquisadora em saúde sexual e gênero. Ela pontuou a importância de tornar as empresas e instituições mais acolhedoras para pessoas trans e negras. John Jamerson, doutorando em educação pela UFFJ, refletiu sobre a necessidade de políticas inclusivas dentro das instituições e reforçou que o currículo escolar ainda carece de representatividade. 

Durante o evento, estudantes compartilharam expectativas e experiências. Fabiane Carvalho, do curso de Pedagogia, destacou que o debate ajuda a ampliar a consciência coletiva sobre o papel das empresas e da universidade na promoção da diversidade: “É um tema que precisa sair da teoria e se concretizar em ações reais de inclusão.”

Santiago Mota, do curso de Ciências Humanas, defendeu que a formação de uma sociedade mais respeitosa passa pela base educacional. “Quando a gente cresce sem ver representatividade ou temas sobre diversidade sendo tratados na escola, isso reflete no mercado de trabalho e na sociedade adulta”, disse.

O encerramento do evento foi marcado por uma apresentação artística de vogue solo, realizada por Victor, no pátio interno da universidade. A performance dialogou com os temas da noite, reforçando a potência da cultura LGBTQIAPN+ como instrumento de expressão, resistência e pertencimento.

Para os organizadores, o evento é apenas uma das muitas ações necessárias para transformar a universidade em um espaço cada vez mais plural. “Queremos que este debate reverbere para além do mês do orgulho. Precisamos de permanência, políticas institucionais e compromisso contínuo”, afirmou Jean Pierr.

 

Fonte: Janayna Sousa